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Em São Paulo, Dia Mundial do Refugiado é celebrado com futebol e música

Comunicados à imprensa

Em São Paulo, Dia Mundial do Refugiado é celebrado com futebol e música

Em São Paulo, Dia Mundial do Refugiado é celebrado com futebol e músicaCerca de 200 pessoas participaram das atividades, que congregaram o lançamento da II Copa dos Refugiados e também apresentações musicais.
25 Junho 2015

SÃO PAULO, Brasil, 25 de junho de 2015 (ACNUR) – No último sábado, o SESC Interlagos, em São Paulo, foi o cenário para a celebração do Dia Mundial do Refugiado na cidade. Cerca de 200 pessoas participaram das atividades, que congregaram o lançamento da II Copa dos Refugiados e também apresentações musicais.

Durante a manhã, as seleções da Nigéria e de Camarões se enfrentaram em um amistoso que ganhou contornos de final de campeonato. Numa partida disputada, o placar terminou empatado, com três gols para cada time. Para Jean Katumba, um dos membros do comitê organizador, a Copa é “um momento para o refugiado mostrar quem ele é. Para mostrar que a gente é capaz de organizar um evento bonito como esse”.

Logo após o jogo, o palco foi tomado pelo grupo de jovens que participou do Youth Initiative, projeto realizado em parceria com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e apoio da Caritas de São Paulo, que busca informar aos brasileiros sobre a condição do refugiado sob a perspectiva da juventude. A apresentação da música Refugees in Brazil contagiou o público, que fez uma trama com bandeiras representativas de diversos países.

O evento contou com a presença do representante do ACNUR, Andrés Ramirez, do Secretário Nacional de Justiça e presidente do Comitê Nacional para Refugiados (CONARE), Beto Vasconcelos, além do Coordenador de Políticas para Migrantes da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo, Paulo Illes, do diretor da Caritas Arquidiocesana de São Paulo, Padre Marcelo Monge, e do ator Marcio Garcia.

Em São Paulo, o Dia Mundial do Refugiado foi celebrado com futebol, música e muita diversão.
Em discurso, Andrés Ramirez lembrou que “hoje há cerca de 60 milhões de pessoas que tiveram que deixar suas casas” por conta de algum tipo de perseguição ou para fugir de guerras e conflitos. O representante do ACNUR no Brasil também reforçou que um evento como a Copa dos Refugiados é importante para a integração do refugiado e como um instrumento de informação visando à quebra de preconceitos e estigmas que envolvem a questão do refúgio.

Recentemente, São Paulo foi considerada a cidade que mais atrai refugiados na América Latina. Entre 2010 e 2014, o número de solicitações de refúgio cresceu mais de 900%. Enquanto em 2010 apenas 310 solicitantes foram atendidos pela Caritas de São Paulo, em 2014 este número saltou para 3.612.

Deste contingente, nigerianos, sírios e congoleses foram a maioria entre os solicitantes de refúgio que chegaram à Caritas em 2014. Com idades variando entre 18 e 60 anos, apenas 1% dos atendidos se declarou analfabeto e a maior parte, 30%, afirmou ter o Ensino Fundamental Completo.

As dificuldades, porém, transcendem nacionalidades: moradia, dificuldades com o idioma e as complicações para ingressar no mercado de trabalho brasileiro figuram como obstáculos diários enfrentados pelos refugiados no seu processo de integração.

Por Luiza Bodenmüller, de São Paulo.