Em São Paulo, Dia Mundial do Refugiado é celebrado com futebol e música
Em São Paulo, Dia Mundial do Refugiado é celebrado com futebol e música
SÃO PAULO, Brasil, 25 de junho de 2015 (ACNUR) – No último sábado, o SESC Interlagos, em São Paulo, foi o cenário para a celebração do Dia Mundial do Refugiado na cidade. Cerca de 200 pessoas participaram das atividades, que congregaram o lançamento da II Copa dos Refugiados e também apresentações musicais.
Durante a manhã, as seleções da Nigéria e de Camarões se enfrentaram em um amistoso que ganhou contornos de final de campeonato. Numa partida disputada, o placar terminou empatado, com três gols para cada time. Para Jean Katumba, um dos membros do comitê organizador, a Copa é “um momento para o refugiado mostrar quem ele é. Para mostrar que a gente é capaz de organizar um evento bonito como esse”.
Logo após o jogo, o palco foi tomado pelo grupo de jovens que participou do Youth Initiative, projeto realizado em parceria com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e apoio da Caritas de São Paulo, que busca informar aos brasileiros sobre a condição do refugiado sob a perspectiva da juventude. A apresentação da música Refugees in Brazil contagiou o público, que fez uma trama com bandeiras representativas de diversos países.
O evento contou com a presença do representante do ACNUR, Andrés Ramirez, do Secretário Nacional de Justiça e presidente do Comitê Nacional para Refugiados (CONARE), Beto Vasconcelos, além do Coordenador de Políticas para Migrantes da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo, Paulo Illes, do diretor da Caritas Arquidiocesana de São Paulo, Padre Marcelo Monge, e do ator Marcio Garcia.
Recentemente, São Paulo foi considerada a cidade que mais atrai refugiados na América Latina. Entre 2010 e 2014, o número de solicitações de refúgio cresceu mais de 900%. Enquanto em 2010 apenas 310 solicitantes foram atendidos pela Caritas de São Paulo, em 2014 este número saltou para 3.612.
Deste contingente, nigerianos, sírios e congoleses foram a maioria entre os solicitantes de refúgio que chegaram à Caritas em 2014. Com idades variando entre 18 e 60 anos, apenas 1% dos atendidos se declarou analfabeto e a maior parte, 30%, afirmou ter o Ensino Fundamental Completo.
As dificuldades, porém, transcendem nacionalidades: moradia, dificuldades com o idioma e as complicações para ingressar no mercado de trabalho brasileiro figuram como obstáculos diários enfrentados pelos refugiados no seu processo de integração.
Por Luiza Bodenmüller, de São Paulo.