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Peça teatral debate HIV e violência de gênero com refugiados que vivem no Rio de Janeiro

Comunicados à imprensa

Peça teatral debate HIV e violência de gênero com refugiados que vivem no Rio de Janeiro

Peça teatral debate HIV e violência de gênero com refugiados que vivem no Rio de JaneiroA exibição da peça “O Auto da Maré Alta” é uma das atividades do ACNUR no Brasil que visa conscientizar refugiados e solicitantes de refúgio sobre temas de saúde e de violência de gênero.
28 Setembro 2011

RIO DE JANEIRO, Brasil, 27 de setembro de 2011 (ACNUR) – Uma plateia diversificada, formada por refugiados e refugiadas de diferentes países e idades, acompanhou com atenção a recente exibição da peça “O Auto da Maré Alta”, no centro de acolhida de refugiados e solicitantes de refúgio dirigido pela Cáritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro.

Com muito bom humor e uma história de amor que se passa em uma comunidade carente do Rio, a peça exibida pela Companhia de Teatro Maré Alta, ligada à ONG Ação Comunitária do Brasil, fez com que a plateia refletisse sobre temas fundamentais para sua proteção e integração no país, como saúde sexual e reprodutiva, doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), HIV e AIDS.

“Os atores nos envolveram e colocaram questões importantes. Fiz vários comentários com minhas amigas durante a peça”, revela Diana (*), uma refugiada da República Democrática do Congo que está no Brasil há cerca de dois anos e acompanhou a apresentação da peça com muita atenção. “Ficou claro que todos nós, homens e mulheres, precisamos nos proteger nas nossas relações sexuais”, afirma Rodrigo (*), da Colômbia, que confessou ter “adorado as bailarinas” do grupo teatral Maré Alta.

A exibição da peça é uma das atividades do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) no Brasil que visa conscientizar refugiados e solicitantes de refúgio sobre temas de saúde, como HIV e AIDS, e de violência de gênero. O país possui cerca de 4.500 refugiados, de mais de 70 nacionalidades diferentes. A grande maioria é de origem africana (64% do total, segundo dados oficiais).

O ACNUR também produz e distribuiu publicações sobre HIV e violência de gênero para sua população de interesse, como a cartilha “Direitos das Mulheres – Prevenção à Violência e ao HIV/AIDS”, recentemente editada com o Programa Conjunto das Nações Unidas para HIV e AIDS (UNAIDS).

A Companhia de Teatro Maré Alta é composta por jovens moradores do Complexo da Maré, região que concentra várias comunidades carentes do Rio de Janeiro e onde também vivem refugiados – a maioria, de origem angolana. Roteiro, texto e cenário foram desenvolvidos pelos próprios integrantes do grupo, com base na sua realidade local. Além dos temas de saúde sexual e reprodutiva, questões como religiosidade e prostituição foram abordadas.

“Projetos como esse focam os adolescentes, que atuam como figuras multiplicadoras. Aquilo que eles aprendem é repassado para as famílias”, afirma Vicente Pereira Júnior, Diretor de Desenvolvimento Institucional da Ação Comunitária e responsável pela montagem da peça. “Também mencionamos diferentes meios de prevenção e atendimento à saúde para estimular o acesso dos refugiados a esses direitos”, completa. Para ele, o contato de adolescentes brasileiros com refugiados ajuda na “aceitação da diversidade e no combate ao racismo”, temas abraçados pelo projeto.

Para a Cáritas Arquidiocesana do Rio, a atividade também tem um valor inestimável. “É um importante evento cultural para os refugiados e uma oportunidade de aprender a lidar com a prevenção de DSTs de forma lúdica. Além disso, o contato com outras pessoas, principalmente para os que têm dificuldade com o português, é essencial”, afirma Heloísa, diretora do projeto de proteção e assistência da Cáritas Rio, implementado com o apoio do ACNUR, governo do Brasil e parceiros locais.

A maioria dos cerca de 4.500 refugiados que vivem no Brasil são angolanos (38,02% do total). Em seguida estão os colombianos (14,3%) e os da República Democrática do Congo (10,42%).

 (*) Nomes alterados por solicitação dos refugiados.

Por Luiz Fernando Godinho e Isabela Maia