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Volta às aulas no maior campo de refugiado do mundo

Comunicados à imprensa

Volta às aulas no maior campo de refugiado do mundo

Volta às aulas no maior campo de refugiado do mundoO novo ano acadêmico começou nesta segunda-feira no maior complexo de campos de refugiados do mundo, com cerca de 43 mil crianças somalis indo para a escola em Dadaab.
5 Setembro 2011

DADAAB, Quênia, 5 de setembro (ACNUR) – O novo ano acadêmico começou nesta segunda-feira no maior complexo de campos de refugiados do mundo, com cerca de 43 mil crianças somalis indo para a escola em Dadaab, no nordeste do Quênia.

Algumas, especialmente as que chegaram nos últimos três meses, frequentarão a escola pela primeira vez. Porém, a taxa de matrícula entre as crianças em idade escolar é relativamente baixa nos campos de Dadaab. Estima-se que 156 mil crianças vivam no complexo, que conta com  19 escolas primárias e seis escolas secundárias.

Muitas das crianças que freqüentarão as escolas estão entre os mais de 100 mil refugiados somalis que chegaram a Dadaab desde junho, após fugirem de conflitos, seca e fome em sua terra natal, aumentando a população de refugiados para 470 mil.

“Essas crianças precisam da rotina e da proteção que a escola oferece”, disse Linda Kjosaas, a oficial de educação do ACNUR em Dadaab. “As circunstâncias aqui estão longe de serem ideais e nós deveríamos estar fazendo muito mais. Porém as crianças estão felizes e, ao conversar com os pais, fica claro que eles valorizam muito a educação”.

Nesta segunda-feira, no campo de refugiados aberto recentemente, Ifo 2, os meninos jogavam futebol e as meninas brincavam nos pátios da nova escola primária. “A maioria dessas crianças chegou esse ano da Somália”, disse o diretor, Mohammed Abdullahi Bashir. “Nós decidimos abrir a escola duas semanas antes para lhes dar uma oportunidade de se atualizar e alcaçar os outros alunos”.

Até o momento, aproximadamente 1,1 mil crianças se matricularam nessa escola e 11, das 24 salas da escola, já estão lotadas. “Mais crianças se matriculam diariamente”, acrescenta Bashir.

Somente uma pequena parcela dos recém-chegados teve acesso à educação formal na Somália. Para ajudá-los a seguir em frente a Ong CARE, uma parceira do ACNUR, começou recentemente um programa de aprendizado acelerado para alfabetizá-los e ensiná-los algumas habilidades matemáticas básicas. Cerca de 1,5 mil crianças, entre 5 e 13 anos, se beneficiaram deste programa.

As escolas em Dadaab seguem o modelo educacional do Quênia. Também existem escolas particulares e religiosas, centros de alfabetização para adultos e quatro centros de treinamento vocacional para refugiados e jovens locais.

Com o grande fluxo de refugiados provenientes da Somália, sendo mais da metade crianças, a demanda por salas de aula, mesas, artigos de papelaria, livros texto e professores em Dadaab cresceu drasticamente – será necessário construir pelo menos 75 novas escolas.

Atualmente, existe apenas um professor para cada 100 alunos. Em algumas escolas, professores trabalham em turnos duplos, lecionando para um grupo de crianças pela manhã e para outro grupo à tarde. Em sua maioria, os professores também são refugiados. Para os adolescentes, existem poucas oportunidades para começar ou continuar a educação formal.

Devido à superlotação, a maioria dos refugiados somalis que chegou este ano se estabeleceu fora dos três campos existentes e tem pouco acesso a serviços básicos. Nas últimas semanas, o ACNUR transferirá refugiados para duas novas áreas. Até o momento, cerca de 30 mil refugiados foram transferidos para essas novas áreas, onde o ACNUR está construindo escolas temporárias para 14 mil crianças.

Por William Spindler, em Dadaab, Quênia