1º Encontro Anual do Fórum Empresas com Refugiados impulsiona a inclusão de pessoas refugiadas no setor privado
1º Encontro Anual do Fórum Empresas com Refugiados impulsiona a inclusão de pessoas refugiadas no setor privado
Mais de 130 profissionais das 53 empresas e organizações do setor privado de diferentes ramos de atividade que integram o Fórum Empresas com Refugiados estiveram presentes no evento, compartilhando experiências que não apenas trazem resultados efetivos, mas também agregam transformações plenas na vida das pessoas refugiadas.
“Eu demorei cerca de 45 dias em um porão de uma embarcação para chegar ao Brasil em razão da perseguição política em meu país. Aqui superei as barreiras de idioma e adaptação cultural, adquiri muita experiência no mercado de trabalho brasileiro e atualmente sou analista de diversidades de uma empresa e sei que tenho muito a contribuir”, disse a refugiada congolesa Sylvie Mutiene na abertura do evento.
Resultados como elevada assiduidade e baixa rotatividade dos profissionais refugiados, ganhos de inovação, elevação da motivação da equipe, maior diversidade e ganhos de produtividade são narrativas comuns entre as empresas participantes do Fórum, inclusive assumindo compromissos ambiciosos.
“Reforço aqui, diante de vocês, nosso compromisso de escalonar a empregabilidade de pessoas refugiadas em nossa empresa. Já são 730 contratados e até o final de 2024 chegaremos a 1.000 colaboradores”, afirmou Welington Alves, country manager do Sitel Group no Brasil. O anúncio foi feito perante a Tent Partnership for Refugees, parceira estratégica do Fórum.
Outras tantas experiências que compõem as boas práticas apresentadas contemplam a continuidade de programas de contratação que dão certo e dialogam diretamente com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e com a Agenda 2030 da ONU. A presidente do Instituto Tikva e membro da Rede Giraffas, Patrícia Muniz, anunciou a criação de um centro de capacitação para refugiados em Brasília e Janaina Verona, gerente de aquisição de talentos da BRF, anunciou que 203 trabalhadores venezuelanos foram contratados apenas nesta semana, por meio do programa de interiorização da Operação Acolhida, para as unidades da empresa no Mato Grosso do Sul.
“Estamos provendo no Fórum Empresas com Refugiados a interação entre uma rede ampla de empresas que já vivenciam os resultados positivos da contratação de pessoas refugiadas com o poder de ampliação de suas responsabilidades para além do que já é realizado, incentivado pelas trocas que permitem ganhos para seus negócios, para as famílias refugiadas e para a sociedade como um todo, sendo um compromisso verdadeiramente humano”, disse Federico Martinez, representante interino do ACNUR Brasil.
“É muito importante sensibilizarmos e engajarmos as companhias e o público em geral sobre a importância e os benefícios da inclusão e contratação de pessoas refugiadas e migrantes. O setor privado precisa se unir para que, juntos e juntas, consigamos ajudar os/as que mais precisam e o Pacto Global tem esse papel de trazer as empresas para assumirem essa responsabilidade”, diz Fabiana Cerqueira, CAO do Pacto Global da ONU no Brasil. “A inclusão de pessoas refugiadas está conectada à iniciativa de nossa estratégia Ambição 2030 e impacta diretamente os Movimentos Elas Lideram 2020, Raça é Prioridade e Salário Digno, além de refletir diversos ODS”, afirma.
Talentos, potência, dedicação e resiliência caracterizam o perfil das pessoas refugiadas e com o engajamento do setor privado para a empregabilidade, muitas oportunidades de ganhos coletivos se tornam realidade com a incorporação destes profissionais às equipes, mesmo que esse trajeto requeira esforços.
“Ter empatia e percepção de quais são os entraves existentes para a inclusão de profissionais refugiados e o que podemos fazer para resolvê-los, torna-se mais fácil quando se tem a diversidade. Ela torna a companhia mais forte, mais atenta para o que a sociedade precisa, que acaba nos levando a prestar um serviço ainda melhor tanto para nossos clientes e lojistas, como também para os outros colaboradores, afirmou Cristina Betts, CEO da Iguatemi S.A.
Como o compromisso reforçado no Pacto Global sobre Refugiados de que ninguém seja deixado para trás nos processos de acolhimento e integração dessa população, a inclusão de pessoas refugiadas com deficiência, mulheres refugiadas chefes de famílias monoparentais, pessoas LGBTQI+ e refugiados indígenas também foi contemplada nos debates, assegurando que a responsabilidade social seja exercida indistintamente.
Durante o Fórum, realizou-se um treinamento avançado sobre a contratação de pessoas refugiadas, em parceria com a Tent, BRF, Sitel, Sodexo e Instituto Lojas Renner, onde foi lançado o guia “Como criar uma política de diversidade inclusiva a pessoas refugiadas nas empresas”, disponível gratuitamente para acessos.
Os parceiros estratégicos do 1º Encontro do Fórum Empresas com Refugiados são Emdoc, EY, IFC, Foxtime, Moverse, PNUD e Tent Partnership for Refugees, com apoio de Lojas Renner SA e Iguatemi.
Sobre o Fórum Empresas com Refugiados
Em um ano, o Fórum promoveu mais de 20 atividades, entre eventos, rodas de conversa e capacitações online, impactando mais de 2 mil pessoas. A iniciativa aprofunda o engajamento do setor privado iniciado na Plataforma Empresas com Refugiados, que em três anos apoiou a divulgação de mais de 500 vagas de emprego enviadas por cerca de 200 empresas que atuam no país. Além disso, as empresas e organizações com boas práticas divulgadas na plataforma contrataram ou deram apoio para a contratação de mais de 7,3 mil pessoas refugiadas e migrantes, além de promoverem a capacitação de mais de 1,2 mil pessoas refugiadas.
Para conferir mais detalhes sobre Fórum e sobre a iniciativa Empresas com Refugiados, acesse www.empresascomrefugiados.com.br/forum. O conteúdo do 1º Fórum estará disponível em podcast do ACNUR a partir de setembro.