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16 Dias de Ativismo: Grupo cultural marca a campanha anual com dança e drama

Comunicados à imprensa

16 Dias de Ativismo: Grupo cultural marca a campanha anual com dança e drama

16 Dias de Ativismo: Grupo cultural marca a campanha anual com dança e dramaDançarinos de nove grupos étnicos se juntaram para apresentar uma coreografia de balé de oposição à violência sexual e de gênero no leste do Congo.
29 Novembro 2010

GOMA, República Democrática do Congo, 29 de novembro (ACNUR) – No coração da África, dançarinos de nove grupos étnicos se juntaram para apresentar uma coreografia de balé de oposição à alarmantemente ocorrência de violência sexual e de gênero no leste do Congo.

Na semana passada, a trupe inter-cultural de dançarinos fez uma performance energética e colorida em Goma, capital da província de Kivu do Norte, na República Democrática do Congo (RDC), para marcar a campanha anual 16 Dias de Ativismo Contra Violência de Gênero.

O conflito na província tem forçado centenas de milhares de pessoas a abandonarem suas casas nos últimos anos, ao mesmo tempo em que mulheres e meninas têm estado particularmente vulneráveis a estupro e outros abusos, dada a instabilidade atual na região.

A Alta Comissária Assistente para Operações, Janet Lim, que compareceu à cerimônia especial em Goma, declarou que a agência para refugiados estava “profundamente preocupada” com a alta incidência de violência sexual na RDC, especialmente no leste do país. Acredita-se que ao menos 12.000 mulheres e meninas foram estupradas neste ano até agora nessa região.

“O ACNUR está concentrando seus esforços na prevenção da violência sexual ede gênero e em levar seus perpetradores à justiça,” Lim conversou com as mulheres no centro de treinamento vocacional de Uvira, na província de Kivu do Sul. “Escuto vocês e sei que vocês estão enfrentando enormes problemas. O ACNUR continuará fazendo o melhor que pode para apoiá-las,” acrescentou.

Lim estava na platéia para assistir o espetáculo, juntamente com os funcionários do ACNUR e suas famílias, autoridades provinciais e locais, doadores, trabalhadores humanitários e membros de outras agências da ONU – os quais ficaram todos hipnotizados e inspirados pela Trupe Intercultural de Balé de Kivu do Norte.

O grupo que está baseado em Goma foi fundado em 2002 e é composto de mais de 70 dançarinos e músicos – mulheres e homens – de nove grupos étnicos em Kivu do Norte, onde diferenças étnicas alimentam parte do conflito.

“O balé foi criado, no contexto da guerra, para que os diferentes grupos tradicionais em Kivu do Norte se apresentassem como um só,” disse o líder da trupe, Ibrahim Kubuya. “Nós usamos a dança e teatro tradicionais para transmitir mensagens de paz e reconciliação.”

Para marcar os 16 Dias de Ativismo, eles apresentaram uma coreografia mostrando jovens rapazes em campanha contra a violência sexual em Kivu do Norte e uma segunda peça sobre violência de gênero relacionada à disputa por terras. Os dançarinos, que já se apresentaram em Ruanda, Uganda e Coréia do Sul, planejam se apresentar novamente em Goma para demonstrar seu apoio à campanha internacional anual.

“Através do drama, mensagens de conscientização sobre a prevenção de violência sexual e de gênero são passadas rapidamente à audiência, enquanto as imagens tornam mais fácil a memorização da mensagem,” disse Lorenza Trulli, a coordenadora do ACNUR sobre violência sexual e de gênero. “Esta técnica pode ser adaptada a todas as audiências – idosos, adultos e crianças.”

A agência para refugiados está organizando atividades para marcar os 16 Dias de Ativismo em cidades do país, incluindo Bukavu e Uvira na província de Kivu do Sul, a qual Lim visitou após sua viagem à Goma e às operações do ACNUR em Kivu do Norte.

Em Uvira, a Alta Comissária Assistente fez um passeio pelo centro de treinamento vocacional para mulheres, muitas das quais foram vítimas de violência sexual e de gênero. “Nós enfrentamos a violência em nossa vida diária,” disse uma das mulheres do Centro Internacional Mulheres, acrescentando que agora elas são mais conscientes de que seus direitos estavam sendo abusados.

O ACNUR trabalha para reduzir a violência sexual e de gênero na RDC através de atividades de prevenção, treinamentos, capacitação das mulheres com necessidades específicas, e campanhas de conscientização utilizando teatro, rádio e cinema móvel. O ACNUR também acredita que esforços para conter a impunidade são fundamentais para a erradicação da violência sexual na região.

“Desde o começo de 2010 o ACNUR e seus parceiros implementadores em Kivu do Sul deram acesso à justiça a 80 vítimas, através de apoio e aconselhamento legal,” notou Mohamed Boukry, representante regional do ACNUR. Ele disse que o ACNUR também apoia a utilização de cortes móveis.

Enquanto isso, a agência para refugiados tem assistido a mais de 90.000 pessoas nas províncias de Kivu, incuindo centenas de soldados para educá-los sobre as causas e consequências da violência sexual, ressaltando o forte impacto nos indivíduos, famílias e comunidades.

Celine Schmitt em Goma, República Democrática do Congo