ACNUR acelera ajuda aos deslocados sul-sudaneses pensando no período das chuvas
ACNUR acelera ajuda aos deslocados sul-sudaneses pensando no período das chuvas
JUBA, Sudão do Sul, 29 de abril de 2014 (ACNUR) – Enquanto a temporada chuvosa se aproxima do leste africano, a Agência da ONU para Refugiados corre contra o tempo para prover certo alívio para a maioria das 1 milhão de pessoas deslocadas pela luta no Sudão do Sul nos últimos quatro meses.
Dentro do Sudão do Sul, o Alto Comissariado das Nações Unidades para Refugiados (ACNUR) está preocupado com os civis apavorados que ficaram sem utensílios domésticos básicos, pois foram forçados, mais de uma vez, a fugirem da violência. Isso os deixa expostos aos elementos da natureza sem a possibilidade de se manterem aquecidos, cozinhar ou manter padrões básicos de higiene.
No total, 923.000 sul-sudaneses foram forçados a se deslocarem dentro de seu próprio país. Essas pessoas estão espalhadas em mais de 170 locais espontâneos e organizados, com o maior aumento tendo ocorrido no estado de Upper Nile. Mais de 293.000 pessoas se tornaram refugiados em países vizinhos desde dezembro do ano passado. Aproximadamente 4.9 milhões de pessoas precisam de assistência humanitária.
Hoje, o ACNUR deve enviar, via transporte aéreo, mais suprimentos de emergência de Dubai direto para a capital sul-sudanesa de Juba, para cerca de 100.000 pessoas deslocadas. Os cobertores, colchonetes, baldes de água e outros suprimentos serão distribuídos principalmente nos Estados de Unity, Upper Nile e Jonglei. Assim que a temporada de chuvas começar, no começo do próximo mês, as estradas nessas áreas se tornarão intransitáveis por semanas.
No Sudão do Sul, combates pesados eclodiram no norte de Upper Nile na última quarta-feira e relatos não confirmados sugerem que 40.000 podem estar fugindo da luta e estão a caminho de Melut. A tensão está sempre alta no estado de Bor in Jonglei, onde mais pessoas relataram que muitos outros fogem da cidade. Os conflitos têm causado deslocamentos também nos condados de Duk e Twic East.
Do outro lado da fronteira, no Sudão, a prioridade do ACNUR é relocar cerca de 23.000 sul-sudaneses no estado de White Nile, longe de seu local atual. O local, chamado de Kilo 10, logo se tornará inacessível com o aumento das chuvas.
Agências da ONU, os sudaneses da Sociedade do Crescente Vermelho e o governo do Sudão conduziram na semana passada uma missão de avaliação de um dia para relocação de refugiados, dois locais foram propostos pelas autoridades. Ambos os lugares parecem adequados e as comunidades anfitriãs não expressaram nenhuma objeção a terem refugiados se mudando para lá. O Sudão tem recebido mais de 65.000 sul-sudaneses desde o início dos conflitos, no meio de dezembro do ano passado.
Enquanto isso, na Etiópia, o ACNUR e seus parceiros têm expandido as acomodações para acolher aproximadamente 100.000 refugiados que chegaram à região de Gambella na região oeste do país.
“Nós terminamos o envio aéreo de 4.000 barracas para famílias e já montamos 2.000 delas no campo de Leitchuor. Outras 1.500 estão sendo enviadas para o campo de Kule. O restante será mantido em estoques no caso de precisarmos de mais”, disse um porta-voz do ACNUR.
“Começamos também a demarcação e a limpeza de um quinto campo próximo à Kule. Sua abertura é esperada para o começo de maio e receberá cerca de 25.000 refugiados, com uma capacidade máxima de 30.000”, complementou o porta-voz.
Também na área de Gambella, o ACNUR e seus parceiros têm expandido o registro e a recepção de refugiados. Um novo centro de registro em Burubiey, na fronteira com o Estado sul-sudanês de Jonglei, vai diminuir o tempo que os refugiados gastam para se registrarem em cinco dias para aqueles que vão a pé e em 15 horas para os que pegam um barco. O centro é gerenciado pelo ACNUR e pela Administração do Governo Etíope para Assuntos de Refugiados e Repatriados.
Em Pagak, outro ponto de fronteira localizado na divisa com o estado sul-sudanês de Upper Nile, o registro conjunto foi retomado após uma interrupção de mais de duas semanas para mover cerca de 700 etíopes que tentavam se registrar como refugiados a fim de conseguir ajuda.