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ACNUR ajuda refugiadas grávidas da Síria e outras pessoas que necessitam cuidados médicos

Comunicados à imprensa

ACNUR ajuda refugiadas grávidas da Síria e outras pessoas que necessitam cuidados médicos

ACNUR ajuda refugiadas grávidas da Síria e outras pessoas que necessitam cuidados médicosEm meio à tristeza da guerra, chega uma notícia para a refugiada síria, Iman, 16 anos, que está grávida: seu bebê vive.
25 Março 2013

Beirute, Líbano, 25 de março de 2013 (ACNUR) – Em meio à tristeza da guerra, chega uma notícia para a refugiada síria, Iman*, 16 anos, que está grávida: seu bebê vive.

Esta mãe adolescente fugiu de sua cidade, Dimniyet El Cham, há três meses quando o bombardeio de seu bairro se tornou intenso, e a comida ficou escassa para ela para o bebê em sua barriga. A jovem grávida, seu marido de 22 anos e seus pais, fugiram para o leste do Líbano, na cidade fronteiriça de Masnaa.

Seu bebê, uma menina, está para nascer em poucas semanas. As duas passam bem. “O médico me mostrou uma foto do ultrassom”, disse ela, numa sala de exame no Hospital Rafic Hariri, em Beirute. “Eu podia ver seu coração batendo. Quero que seu nome seja Katr el Nada [o orvalho da manhã]”.

A cada semana, o ACNUR  registra mais de 10 mil refugiados que cruzam a fronteira da Síria com o Líbano. Mais de 75% são mulheres e crianças. A agência de refugiados, com apoio do governo libanês e seus parceiros, estão trabalhando vigorosamente para prover auxílio à saúde, incluindo o tratamento pré-natal para mulheres, como é o caso de Iman.

Em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério de Saúde Pública do Líbano, dentre outros, o ACNUR apoia 18 clínicas médicas ao redor do país para garantir esses serviços aos refugiados. O foco do ACNUR é saúde preventiva e curativa, especialmente para mães grávidas e crianças. O órgão apoia a oferta de serviços de pré-natal, imunização e assistência psicológica.

O ACNUR e seus parceiros também estão preocupados com as necessidades de vacinação para crianças refugiadas menores de 18 anos. O Ministério de Saúde Pública do Líbano, a OMS e o UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) coordenam com o ACNUR a inclusão dos refugiados que estão no Líbano nas campanhas de vacinação em escolas, centros de saúde e por meio de visitas familiares.

Durante as últimas semanas, mais de 180 mil crianças sírias e libanesas foram vacinadas contra sarampo. Outras 50 mil, de até cinco anos de idade, foram vacinadas contra poliomielite.

De acordo com normas do Serviço Nacional de Saúde, o ACNUR cobre os custos de consultas médicas, incluindo serviços de diagnóstico. A agência da ONU para refugiados trabalha para garantir que serviços de saúde emergenciais que possam salvar vidas, incluindo partos, sejam prioritários.

 “Nossa meta é garantir que cada refugiado tenha acesso a serviços de saúde de qualidade”, comentou Alice Wimmer, Oficial de Saúde Pública do ACNUR. “É uma enorme responsabilidade, mas acreditamos que cuidados à saúde é uma das formas de proteção mais básicas”.

O estresse da guerra representa um problema adicional para muitos síros que já cruzaram a fronteira para o Líbano. “Estamos recebendo muitas complicações obstétricas”, disse Zulfikar Hashash, chefe do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia do hospital Rafic Hariri.

Nadia*, 35 anos, aguarda na sala de exame chorando. Ela está no nono mês de gravidez e sua pressão sanguínea está abaixo da média normal. Ela apresenta corrimento vaginal, além de sangue na urina. Seu médico em Damasco, capital da Síria, disse que a guerra reduziria suas chances de ter um parto seguro. “É uma situação estressante ver tantos corpos mortos na rua”, relata a uma enfermeira do hospital.

Sua família foi à vila de Maaloula, fugindo de bombardeios e da violência. Porém, Nádia conta que o conflito os seguiu. Ela perdeu um parente quando um combatente chegou à sua casa. No momento em que seu primo tentou correr, foi atingido por um tiro. O corpo dele foi mutilado e jogado numa floresta.

Desde que partiu ao Líbano, em outubro do ano passado, Nadia se preocupa com sua família. Seus irmãos estão muito assustados para se arriscarem a cruzar a fronteira. Não há comunicação na vila onde seus pais vivem para que ela possa falar eles. “Preocupo-me com o futuro do meu filho”, diz. “Não sei quem irá cuidar de mim”.

*Todos os nomes foram trocados por razões de segurança.

Por Greg Beals em Beirute, Líbano