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ACNUR alerta para o risco corrido pelos civis da República Centro-Africana

Comunicados à imprensa

ACNUR alerta para o risco corrido pelos civis da República Centro-Africana

ACNUR alerta para o risco corrido pelos civis da República Centro-AfricanaOs novos conflitos na República Centro-Africana ameaçam a população civil no sudeste do país e comprometem o acesso do ACNUR aos refugiados e deslocados internos.
15 Março 2013

BANGUI, República Centro-Africana, 15 de Março de 2013 (ACNUR) – A Agência das Nações Unidas para Refugiados afirmou na última sexta-feira que os novos conflitos na República Centro-Africana ameaçam a população civil no sudeste do país e comprometem o acesso do ACNUR aos refugiados e deslocados internos. 

Na segunda-feira passada, o acordo de paz assinado por ambas as partes foi comprometido quando o grupo rebelde Seleka tomou a cidade de Bangassou. Eles têm avançado para o leste, em direção à cidade de Zemio, onde residem 3.300 refugiados da República Democrática do Congo (RDC).

“Além de representar um risco à segurança, o avanço do grupo também compromete nosso acesso à população refugiada e deslocada internamente”, afirmou a Representante do ACNUR, Fatoumata Lejeune-Kaba. “O ACNUR e outras agências humanitárias foram forçadas a realocar temporariamente parte de suas equipes em Bangui, capital do país. Ainda que tenhamos uma parte da equipe em campo, os serviços ofertados precisaram ser reduzidos”, disse ela.

Segundo a representante do ACNUR, desde dezembro passado os conflitos entre o grupo Seleka e as forças armadas na República Centro-Africada “tem restringido seriamente o acesso humanitário a pelo menos 5.300 mil refugiados e mais de 175 mil deslocados internos (IDPs)”, disse.

Ao mesmo tempo, o número de civis que deixam a vizinha República Democrática do Congo (RDC) aumentou para 29 mil. O Chade também recebeu cerca de 5 mil refugiados desde o início da crise.  Mesmo após a tomada da cidade de Sido por rebeldes em março, no norte, as pessoas continuam se dirigindo para o sul do Chade.

Nos últimos dois meses, o ACNUR e seus parceiros conduziram missões avaliativas em nove cidades da República Centro-Africana. “A maior parte dos deslocados internos com quem falamos reportou que vive com os sentimentos de insegurança e medo - 88 % dos membros das comunidades avaliadas nos contou que não se sentem seguros”, afirmou Lejeune-Kaba.

“Somado a isso, 99% das 168 mil crianças que frequentavam a escola antes da crise, interrompeu os estudos. O mais preocupante é a estimativa de que uma em cada cinco crianças fora da escola foi forçadamente recrutada por grupos armado”, adicionou.

As missões descobriram ainda que a maior parte dos civis tem acesso muito limitado à comida e outros serviços básicos, como consequência da combinação entre a violência armada, a violação dos direitos humanos e os deslocamentos forçados. As pessoas estão sob o risco da violência física, estupros, extorções e pilhagem. Os trabalhadores humanitários enfrentam o assédio, incluindo a pilhagem de seus escritorios.

“O ACNUR reintera seu pedido ao governo e aos rebeldes do grupo Seleka para assegurarem a proteção de civis e facilitarem o acesso da ajuda humanitaria ao que necessitam”, afirmou a representante.

Por Djerassem Mbaiorem in Bangui, Republica Centro-Africana.