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ACNUR alerta sobre custos humanitários do conflito Sírio

Comunicados à imprensa

ACNUR alerta sobre custos humanitários do conflito Sírio

ACNUR alerta sobre custos humanitários do conflito SírioA mais importante funcionária do setor de proteção do ACNUR alertou sobre o enorme impacto humanitário da crise síria, particularmente sobre os civis deslocados.
27 Fevereiro 2013

GENEBRA, 27 de fevereiro de 2013 (ACNUR) – A mais importante funcionária do setor de proteção do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR) alertou sobre o enorme impacto humanitário da crise síria, particularmente sobre os civis deslocados e sobre aqueles que enfrentaram ameaças como a violência com base no gênero. 

“Esse deslocamento não é somente a perda de casas ou da segurança econômica. Para muitos, ele também é acompanhado de crimes com base em violência de gênero, deliberada vitimização de mulheres e crianças e ameaças à  dignidade humana”, disse na última quinta-feira a Alta Comissária adjunta de Proteção do ACNUR, Erika Feller, em sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra.

“Relatórios têm revelado que o conflito na Síria cada vez mais é marcado pelo estupro e a violência sexual empregada como uma arma de guerra para intimidar aqueles envolvidos no conflito, destruindo identidades, a dignidade e a construção social de famílias e comunidades”, acrescentou Feller na reunião com os 47 membros do Conselho inter-governamental.

Feller afirmou que frequentemente esses crimes ocorrem em lugares públicos como postos de controle, aumentando a humilhação e o stress enfrentados pelos deslocados.

Segundo o ACNUR, mais de 920.000 pessoas fugiram para países vizinhos à Síria e dois milhões foram deslocadas internamente desde o início do conflito, há quase dois anos. Somado a isso, mais de quatro milhões necessitam de ajuda humanitária.

A Alta Comissária adjunta afirmou que crianças vitimizadas “se tornaram um traço definitivo do conflito Sírio”. Ressaltando que crianças são submetidas a um elevado risco de violência, Feller apontou que “os relatos de tortura e morte de crianças detidas, ou o abuso contra meninos e meninas, são particularmente angustiantes”. Ela contou ao Conselho que os abusos aos quais as crianças são expostas “os seguem na fuga, como por exemplo, na forma de casamentos precoces compulsórios nos campos de refugiados”.

Feller também ressaltou que o suporte ofertado às vítimas é muitas vezes inadequado e que o acesso à justiça é limitado, aumentando a impunidade dos agressores.

Ela pediu ao Conselho que examine ativamente essas violações e atue na proteção das mulheres e crianças de todas as partes envolvidas no conflito. Do mesmo modo, o Conselho deveria abrir espaço para mulheres nas discussões de paz, para envolver e dar devida atenção as vítimas e sobreviventes.

Feller também alertou que o crescimento sem precedente da população refugiada cria uma enorme pressão nos países fronteiriços para lidar com o influxo destas pessoas.

“Os países de acolhida, incluindo a Jordânia, Líbano, Turquia, Iraque, Egito e países do norte da África, têm sido exemplares nas suas diferentes formas de agir, mas tememos que a pressão comprometa sua capacidade de acolher”, disse. “Os recursos disponíveis não são suficientes, e a velocidade em que eles têm sido ofertados é muito lenta. As ferramentas para repartir os encargos, inclusive as mais distantes, precisam ser refletidas”, acrescentou.

Feller chamou a atenção para a situação de milhares de apátridas ao redor do mundo, “os mais esquecidos, sem uma identidade nacional ou representação jurídica”. Ela afirmou que, apesar das campanhas do ACNUR nos níveis legais e políticos, os apátridas merecem uma posição mais proeminente na agenda internacional. No entanto, disse que há sinais encorajadores e elogiou o Conselho pelo destaque dado à questão.

“O ACNUR considera que o Conselho desempenha um papel instrumental ao focar na resolução de numerosas situações ao redor do mundo onde a apatridia é prolongada”, disse ela. “Situações não-resolvidas incham o número de refugiados, assim como de pessoas afetadas, como dos mulçumanos birmaneses do estado de Rakhine, que procuram proteção fora de seus países de origem por qualquer meio, inclusive no além-mar, onde muitos têm perdido suas vidas”.

Com base em números divulgados pela  mídia e outras contagens, quase 500 pessoas, muitos da etnia Rohingya de Mianmar, morreram no mar no ano de 2012 após seus barcos afundarem - tornando o Oceano Índico uma das regiões mais mortais do mundo para pessoas que fogem de seus países ou são transportadas por traficantes.

O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas foi criado em 2006 para aumentar a promoção e proteção dos direitos humanos no mundo e para abordar situações onde há violação, assim como para fazer recomendações nestes casos. Entre as suas competências estão a discussão de toda a temática relativa ao tema, e de situação que requerem sua atenção ao longo do ano. 

Parte desse artigo fora fornecido pelo UN News Center.

Clique aqui para ler a íntegra do discurso de  Erika Feller