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ACNUR amplia ajuda a deslocados na República Centro-Africana

Comunicados à imprensa

ACNUR amplia ajuda a deslocados na República Centro-Africana

ACNUR amplia ajuda a deslocados na República Centro-AfricanaNa República Centro-Africana, o ACNUR está cada vez mais preocupado com os problemas humanitários nas áreas que concentram crescentes números de deslocados internos.
24 Dezembro 2013

BANGUI, República Centro-Africana, 24 de dezembro (ACNUR) – Com a continuidade dos confrontos na República Centro-Africana, a Agência da ONU para os Refugiados está cada vez mais preocupada com os problemas humanitários e de segurança nas áreas que concentram crescentes números de deslocados internos.

Mais de 710 mil pessoas foram desalojadas desde que a atual crise começou, há um ano. Esse número inclui 214 mil deslocados na capital Bangui. Muitos cristãos procuraram abrigo nas escolas, igrejas e no aeroporto, enquanto aproximadamente 35 mil muçulmanos estão abrigados principalmente nas casas de outras famílias. Além disso, há 40 mil pessoas em Bossangoa, 300 quilômetros ao norte de Bangui.

Embora os conflitos entre grupos armados estejam ocorrendo desde dezembro, os confrontos entre grupos religiosos em Bangui irromperam pela primeira vez no começo deste mês.

Adelaide, uma mulher de mais de 60 anos, está entre as 17 mil pessoas que procuraram abrigo no complexo de Archeveché, em Bangui, nas últimas semanas. Carregando um saco com seus pertences, ela andou por duas horas e mal conseguia permanecer em pé quando chegou ao local.

"Vi pessoas armadas em Kasai [no subúrbio a leste de Bangui]. Quando ouvi tiros, decidi me juntar aos vizinhos que estavam fugindo. No caminho, vi pelo menos 15 pessoas mortas na rua", afirmou Adelaide, limpando as lágrimas que, misturadas ao suor, corriam pelo seu rosto.

Lasare Kouassi Etien, representante do ACNUR na República Centro-Africana, afirmou: "Temos sérias preocupações sobre as condições humanitárias e de segurança que prevalecem nos locais de deslocados internos e nas casas de famílias que os acolhem. Cerca de 60% deles são crianças. É preciso fazer mais em termos de assistência e proteção".

O ACNUR já distribuiu barracas, esteiras de dormir, folhas plásticas, redes contra mosquitos, cobertores e roupas para os deslocados naquele país. Porém, as necessidades ainda são enormes.

A segurança e as dificuldades de acesso permanecem como preocupações centrais, especialmente no abrigo para deslocados no aeroporto de Bangui. "Há uma completa desordem neste local. Os jovens carregam granadas e facões", declarou Kobin Omar Yalama, um líder religioso muçulmano em Bangui.

"A tensão é alta", acrescentou Dieudonné Nzapalainga, arcebispo de Bangui. "Tentei, sem sucesso, conversar com pessoas abrigadas no aeroporto."

Os dois líderes religiosos tentam promover a reconciliação entre os grupos nos locais que abrigam deslocados em toda a cidade.

Etien, do ACNUR, acrescentou, "estamos trabalhando com todas as partes envolvidas para garantir que o caráter civil dos os locais de abrigo seja respeitado, permitindo o acesso às pessoas e sua segurança".

As condições de vida em outros locais de deslocados internos são inadequadas. "Mais de 20 pessoas vivem em uma única barraca, muitos outros estão dormindo ao relento," informou Grace, uma mãe deslocada com seu bebê. "Aqueles que dormem nas igrejas precisam sair às 4 da manhã para permitir a preparação da missa matinal. As crianças adoecem por causa do frio da manhã."

A International Medical Corps, parceira do ACNUR na área da saúde, instalou postos de atendimento para deslocados internos. Entre 200 e 250 pessoas são atendidas diariamente pelas enfermeiras em Archeveché. A maioria dos pacientes sofre de malária e doenças diarreicas.

Como parte da resposta interagencial para esta crise, o ACNUR está liderando as medidas de proteção, abrigo e artigos não alimentares. Até o fim de dezembro de 2013, a agência havia enviado uma equipe de emergência de 10 pessoas a Bangui. Uma ponte aérea estava prevista para distribuir suprimentos e reabastecer as provisões do ACNUR em Bangui.

Além do enorme número de deslocados internos, o conflito tem levado os centro-africanos a fugir para países vizinhos. Desde março, aproximadamente 43,5 mil pessoas cruzaram a fronteira para a República Democrática do Congo, 12 mil para o Chade, 11 mil para a República do Congo e 5 mil para Camarões.

Obrigado ao Voluntário Em Linha Bruno Gabriel Rossi pelo apoio prestado com a tradução do inglês deste texto.