ACNUR apoia empregabilidade de pessoas refugiadas LGBTIQ+
ACNUR apoia empregabilidade de pessoas refugiadas LGBTIQ+
Na semana em que se celebra o Dia do Orgulho LGBTIQ+, o Fórum Empresas com Refugiados, iniciativa do ACNUR e Pacto Global da ONU no Brasil, em parceria com o Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+, lançou a Nota sobre Empregabilidade de Pessoas Refugiadas LGBTIQ+. O documento reúne dados e informações sobre a temática, e responde a perguntas para orientar as empresas sobre a empregabilidade desta população, desde como contratá-las até como se engajar no tema.
“Pessoas refugiadas LGBTIQ+ podem enfrentar diferentes desafios em seu processo de integração, em especial no acesso a emprego, por isso é fundamental garantir que se leve em conta as necessidades e capacidades particulares das pessoas refugiadas, e é neste sentido que a Nota de Empregabilidade busca orientar e sensibilizar empresas e outras organizações para o apoio e inclusão dessa população”, afirma Paulo Sergio Almeida, oficial de Meios de Vida do ACNUR no Brasil.
Para Lilian Rauld, head de Diversidade, Equidade & Inclusão na Sodexo, empresa mobilizadora do Fórum Empresas com Refugiados, incluir colaboradores com diferentes perfis oferece aos colegas brasileiros a oportunidade de um intercâmbio de conhecimentos. “Essa troca cultural desperta sentimentos de empatia, respeito ao próximo e um ambiente de trabalho mais humanizado e harmonioso que dá voz a todas as pessoas, respeitando suas origens, identidades de gênero ou orientação sexual”, diz.
No âmbito da estratégia de interiorização da Operação Acolhida, resposta humanitária ao fluxo de pessoas venezuelanas que inclui a realocação voluntária para outros estados do Brasil, as pessoas LGBTIQ+ também acessam oportunidades de integração socioeconômica. Por meio de parceria com Aldeais Infantis SOS, o ACNUR recebe pessoas interiorizadas em centros de acolhida e integração estabelecidos em quatro estados e apoia na busca por moradia, na empregabilidade e na inserção na rede local de proteção social. Nestes espaços de acolhimento e integração, 32 pessoas que se auto identificam como LGBTIQ+ já foram acolhidas e apoiadas.
Proteção
O ACNUR ainda trabalha junto à rede local no fortalecimento à proteção de pessoas refugiadas LGBTIQ+ no Brasil por meio de capacitações, atividades de sensibilização, diagnósticos participativos, e guias e protocolos de apoio sobre o atendimento a esta população.
“Pessoas refugiadas e migrantes LGBTIQ+ podem ser, em sua maioria, duplamente marginalizadas como não nacionais e por conta de sua identidade ou expressão de gênero. Isto pode incluir dificuldades de acesso à moradia segura, a emprego, a serviços de saúde e oportunidades de ensino e educação”, explica a oficial associada de Proteção de Violência Baseada em Gênero do ACNUR no Brasil, Eliana Moreno.
Um dos exemplos de atividade relativa à proteção de pessoas refugiadas LGBTIQ+ é a iniciativa “Corte Solidário”, em Manaus, em que um grupo de 10 pessoas refugiadas e migrantes LGBTIQ+ venezuelanas, com o apoio do ACNUR, oferece cortes de cabelo gratuitos a outros refugiados. A ação, que ocorre desde 2020, já resultou em aproximadamente 600 cortes de cabelo.
O ACNUR apoiou com a compra de equipamentos, doou kits de higiene e criou um canal para os cabeleireiros receberem doações. Os membros do projeto aproveitam a oportunidade para aumentar a conscientização em apoio aos direitos LGBTIQ+, criando um espaço seguro para o diálogo sobre questões de proteção e promovendo um maior senso de comunidade entre os que vivem nos abrigos.
Além disso, o ACNUR tem oferecido treinamento e apoio a pessoas refugiadas e migrantes que desejam ser voluntários para a divulgação da estratégia de Proteção de Base Comunitária. As pessoas voluntárias são selecionadas para refletir uma abordagem de idade, gênero e diversidade, incluindo a representação de pessoas LGBTIQ+.
Acesse alguns exemplos de publicações do ACNUR sobre o tema:
- Nota sobre Empregabilidade de Pessoas Refugiadas LGBTIQ+ (2022). Acesse aqui.
- Mapas de Redes Comunitárias e de Serviços para Pessoas Refugiadas e Migrantes LGBTQI+ (2022). Acesse aqui.
- O trabalho com pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transgênero, intersexuais e queer (LGBTIQ+) durante o deslocamento forçado (2021). Acesse aqui.
- Vozes das pessoas refugiadas no Brasil (2020). Acesse aqui.
- Protocolo Operacional Padrão de atendimento humanizado à população refugiada e migrante trans e travesti na cidade de São Paulo (2020). Acesse aqui.
- Perfil das Solicitações de Refúgio relacionadas à Orientação Sexual e à Identidade de Gênero (2018). Acesse aqui.