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ACNUR apoia mutirão de matrículas escolares em abrigos de Boa Vista

Comunicados à imprensa

ACNUR apoia mutirão de matrículas escolares em abrigos de Boa Vista

19 Janeiro 2023
Com os documentos em ordem, os três filhos de Estefani estudarão no Brasil em 2023. © ACNUR / Gabriella Nunes
Boa Vista, 18 de janeiro de 2023 – Quando chegou ao Brasil em setembro de 2022, o casal Estefani e José Gregório trouxe na bagagem a esperança de um futuro melhor para a sua família – em especial, para seus três filhos, Iriannny, Jhosel e Jeider.

Residente em um dos abrigos da Operação Acolhida em Boa Vista desde outubro do ano passado, a família tem uma prioridade para este mês: garantir que as crianças possam estudar no Brasil. “Eu não pude estudar muito, mas quero que meus filhos tenham essa oportunidade para que possam ter um futuro melhor e bons empregos quando crescerem”, afirmou Estefani.

A fim de ajudar famílias como a de Estefani, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) tem apoiado, em Boa Vista, o mutirão de matrículas escolares, promovido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e implementado pelo Instituto Pirilampos.

A iniciativa faz parte da campanha “Fora da Escola Não Pode!” e tem como objetivo proporcionar informações sobre a transferência escolar e as novas matrículas nas redes de ensino estadual e municipal, além de realizar pré-matrículas escolares de crianças e adolescentes refugiadas e migrantes.

Estefani conta que o projeto foi fundamental para os filhos estudarem. “Graças ao mutirão consegui organizar os documentos, as cópias e as fotos. Ainda não falo português e, sem essa ajuda, não teria conseguido”, explica.

Será a primeira vez que os seus filhos mais novos, Jhosel e Jeider, de 6 e 5 anos, frequentarão a escola. Já para Irianny, a filha mais velha, a iniciativa representa a chance de se integrar e de dar continuidade aos estudos iniciados na Venezuela. “Quero estudar para aprender português e fazer amigos brasileiros. E quando crescer, quero ser policial”, conta animada.

A Oficial de Relações Institucionais do ACNUR em Roraima, Thais Menezes, explicou a importância de ações como essa. “Trata-se de um esforço conjunto para que essas crianças e adolescentes possam acessar o sistema educacional brasileiro. Atualmente, os cinco abrigos da Operação, gerenciados pelo ACNUR e seus parceiros implementadores, possuem cerca de seis mil pessoas, das quais pouco menos da metade são crianças e adolescentes. O objetivo é que nenhuma delas fique fora da escola e possam ter o seu direito à educação garantido”, afirma.

Para a chefe do escritório do UNICEF em Roraima, Estela Caparelli, “a pandemia de Covid-19 agravou muito as desigualdades educacionais e sabemos que isso afeta, em especial, as crianças refugiadas e migrantes, uma vez que, ao chegar aqui, elas enfrentam uma série de barreiras culturais e de idioma. A meta do mutirão, que começou em 3 de janeiro e segue até o dia 20, é garantir o direito à educação dessa população”, explica.

Os serviços do mutirão ocorrem em todos os abrigos da Operação Acolhida, no Posto de Interiorização e Triagem (PITRIG) e em ocupações espontâneas na cidade.

O mutirão realizado pelo UNICEF e Instituto Pirilampos conta com a parceria da Secretaria Estadual de Educação e Desportos de Roraima e da Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Boa Vista, assim como com o apoio do ACNUR, da Organização Internacional para as Migrações (OIM), da Associação Voluntários para o Serviço Internacional (AVSI) e da Fraternidade Sem Fronteiras (FSF).