Close sites icon close
Search form

Search for the country site.

Country profile

Country website

ACNUR apoia refugiados indígenas Warao durante emergência das enchentes em Manaus

Comunicados à imprensa

ACNUR apoia refugiados indígenas Warao durante emergência das enchentes em Manaus

23 Junho 2021
A família de Yoxanni Pena e Nilson Valbuena, de 21 anos, protegerá o filho Nelson, de apenas dois meses. © ACNUR/Felipe Irnaldo
Manaus, 23 de junho de 2021 – Para apoiar a resposta local à histórica enchente do Rio Negro em 2021, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) tem entregue kits de higiene, redes e mosquiteiros para indígenas refugiados e migrantes venezuelanos da etnia Warao que vivem no Abrigo Tarumã-Açu 1, em Manaus.

A doação acontece em parceria com a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), e foi feita a partir de solicitação da  própria comunidade, que vive em espaços de acolhimento gerenciados pelo município e é consultada regularmente pelo ACNUR e seus parceiros, por meio de abordagem participativa. A ação conta com apoio do Instrumento de Contribuição para a Estabilidade e a Paz (IcSP).

Em 31 de maio, o Rio Negro atingiu a cota de 29,97 metros e igualou o recorde histórico de 2012. A perspectiva é que a elevação atinja nas próximas semanas a marca de 30 metros, a maior já registrada desde o início das medições na cidade, em 1902, segundo a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM). Vários afluentes do Rio Negro na cidade, os igarapés, estão sendo afetados pela cheia.

A elevação sazonal dos rios cria um ambiente favorável à proliferação de mosquitos transmissores de doenças na região, como malária, dengue e zika virus. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz), 99% dos casos de malária no Brasil ocorrem na região amazônica, principalmente após o período das cheias.

Os itens serão muito úteis para cerca de 30 famílias que vivem no abrigo, como a de Yoxanni Pena e Nilson Valbuena, que chegaram no Brasil vindos da região do Delta Amacuro na Venezuela, e tiveram há dois meses um filho no Brasil.

“O benefício é grande porque geralmente no período das chuvas tem muito mais mosquitos, então vai ajudar a proteger a gente e o bebê. A gente não tem como comprar, nem onde achar na cidade, então estar no abrigo protegido contra essas pragas é algo bom”, destaca Nilson.

Nilson e Yoxanni, acolhidos no abrigo Tarumã-Açu 1, em Manaus. © ACNUR/Felipe Irnaldo

Os itens fazem parte de uma estratégia do ACNUR para fornecer assistência a refugiados e migrantes venezuelanos em Manaus por meio da distribuição de itens de primeira necessidade. Já foram, 14,808 itens básicos e domésticos distribuídos em 2021, tais como kits de higiene, cozinha e limpeza, fraldas, colchões, mochilas, camas, cobertores e EPIs.

“As distribuições de itens visam não só prover assistência imediata de primeira necessidade, mas fazem parte do esforço essencial de consulta e trabalho junto às comunidades para entender suas necessidades e, com isso, fortalecer os mecanismos para sua proteção. Em momentos de crise esse apoio se torna ainda mais essencial”, explica a assistente de campo do ACNUR, Laís Rigatto.

Apoio indígena em Manaus

Em Manaus, o ACNUR tem articulado junto a atores locais apoio aos indígenas Warao venezuelanos em deslocamento forçado. Em parceria com a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), mais de 350 refugiados e migrantes indígenas foram realocados para espaços seguros de acolhimento em 2020. O ACNUR também assegurou a entrega de kits de higiene, redes, mosquiteiros e outros itens de primeira necessidade.

Junto com o Instituto Mana, o ACNUR tem conduzido diversas atividades de proteção comunitária nos espaços de acolhimento, incluindo a mobilização de comitês temáticos e a realização de oficinas de comunicação da Rádio Yakera Jokonae. Em parceria com a Semasc e a Cáritas Arquidiocesana, um projeto piloto para o empoderamento das famílias tem apoiado indígenas para saírem de forma economicamente sustentável dos abrigos. Além disso, artesãs indígenas têm participado de oficinas de artesanato promovidas com o museu A Casa do Objeto Brasileiro, com o objetivo de geração de renda sustentável e empoderamento comunitário.