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ACNUR Brasil lamenta falecimento da parceira Miriam Blos, maestrina do coral “Canarinhos da Amazônia”

Comunicados à imprensa

ACNUR Brasil lamenta falecimento da parceira Miriam Blos, maestrina do coral “Canarinhos da Amazônia”

26 Julho 2021
Em meio ao coral "Canarinhos da Amazônia", Miriam Blos celebra o Natal de 2018 em um abrigo para refugiados e migrantes venezuelanos em Boa Vista (Roraima). © ACNUR/Allana Ferreira
Brasília, 26 de julho de 2021 – O ACNUR (Agência da ONU para Refugiados) no Brasil lamenta profundamente o falecimento da musicista e maestrina Miriam Blos, de 58 anos, ocorrida hoje em Boa Vista, em decorrência da COVID-19. Parceira do ACNUR por meio da Associação Internacional Canarinhos da Amazônia Embaixadores da Paz (AICAEP), que ela presidia, Mirian estava internada no Hospital Geral de Roraima desde o dia 16 de julho e não resistiu às complicações da doença.

Um dos principais projetos da AICAEP é o coral “Canarinhos da Amazônia”, que reúne crianças e jovens venezuelanos e brasileiros residentes em Pacaraima, cidade roraimense localizada na fronteira entre os dois países. Por meio da música, o projeto tem proporcionado um ambiente de acolhimento e educação para várias crianças e adolescentes no estado de Roraima.

“Miriam foi uma mulher inspiradora, que dedicou seu trabalho a aproximar brasileiros e venezuelanos por meio da música e outros serviços prestados pela AICAEP. Graças ao seu trabalho, os ‘Canarinhos da Amazônia’ encantam plateias no Brasil e em diferentes partes do mundo, mostrando a possibilidade de uma relação construtiva entre pessoas forçadas a deixar seus países e as comunidades que as acolhem”, afirmou o representante do ACNUR no Brasil, Jose Egas.

Com mais de 30 anos de atividade, a Associação Cultural Canarinhos da Amazônia Embaixadores da Paz sempre atuou no atendimento a crianças e jovens em situação de vulnerabilidade. Desde 2016, com o aumento do fluxo de venezuelanos para o Brasil, Miriam se mudou para Pacaraima, voltando a associação para o acolhimento desta população. A parceria com o ACNUR se iniciou em 2017.

Com o coral “Canarinhos da Amazônia”, Miriam promoveu o encontro de crianças e jovens venezuelanos (e suas famílias) com a população de Pacaraima por meio da educação musical. O coral faz apresentações regulares na cidade e em Boa Vista (capital de Roraima), tendo seu trabalho difundido pelo ACNUR em diferentes fóruns internacionais sobre a proteção de pessoas refugiadas.

Além do coral, a AICAEP oferece um espaço seguro para as famílias de refugiados e migrantes venezuelanos, ofertando uma série de atividades adicionais e complementares para crianças, adultos e seus familiares. Também provê alimentação para os participantes do coral. Em média, o coral atende 90 crianças e adolescentes por ano.

Nascida em Manaus, Miriam recebeu em 2015 o título de cidadã honorária de Boa Vista, em reconhecimento ao seu trabalho social. Em 2019, no marco do Fórum Global sobre Refugiados, o ACNUR promoveu a viagem de Miriam a Genebra, onde o trabalho dos “Canarinhos da Amazônia” foi exibido para os participantes do evento. Em 2020, o coral se apresentou no Palácio do Planalto, em Brasília, com a presença do presidente Jair Bolsonaro e vários ministros.

“De maneira decidida e incansável, Miriam aproximou brasileiros e venezuelanos por meio de soluções inovadoras e promoveu a integração de quem busca proteção e assistência no Brasil, atuando em um cenário complexo e delicado que é a fronteira deste país com a Venezuela. Seu trabalho é reconhecido e sempre será lembrado como um esforço em prol da convivência pacífica entre pessoas refugiadas, migrantes e comunidades de acolhida”, ressalta Jose Egas, representante do ACNUR no Brasil.

Para o ACNUR, o trabalho da Associação Canarinhos da Amazônia tem uma importância estratégica especial, pois atua em um cenário desafiador que inclui a presença de crianças desacompanhadas, violência sexual e exploração de mulheres, meninas e população LGBTI.

“Miriam perseguiu seus sonhos e os compartilhou com centenas de crianças e adolescentes, mostrando o poder da música como ferramenta de convivência pacífica e integração. Sua trajetória é uma marca na história da proteção de pessoas refugiadas no Brasil”, completa Jose Egas.