ACNUR busca alternativas mais seguras para as perigosas jornadas realizadas por refugiados
ACNUR busca alternativas mais seguras para as perigosas jornadas realizadas por refugiados
PORTO EMPEDOCLE, Itália, 20 de julho de 2017 – Omar, de 15 anos, está entre um número cada vez maior de iemenitas que são arrebatados pelo conflito dentro de seu próprio país, e que não têm outra opção a não ser fugir para salvar sua vida. Mas foi quando partiu sozinho, em uma épica jornada em busca de segurança na Europa, que seus pesadelos começaram de verdade.
Depois de uma viagem de sete dias pelo mar Vermelho para chegar ao Sudão, roubaram o dinheiro que sua família havia economizado para pagar sua viagem e puseram-no na cadeia. Liberado pouco tempo depois, ele passou os três dias seguintes atravessando o Deserto do Saara em direção à Líbia.
“Foi um verdadeiro pesadelo, foram dias sem comida e, o pior, sem água”, ele conta. “Quando eu cheguei à Líbia, fiquei detido pois não tinha dinheiro para continuar a viagem”.
Apenas na semana passada ele conseguiu retomar sua jornada, embarcando em um superlotado bote comandado por contrabandistas para cruzar o Mediterrâneo. Depois de passar por alguns momentos difíceis, ele foi resgatado e levado para Porto Empedocle, comuna italiana localizada na costa sul da Sicília.
Em uma tentativa de oferecer alternativas substanciais para o crescente número de refugiados e outras pessoas que, assim como Omar, realizam travessias cada vez mais perigosas para a Europa, o ACNUR, a Agência da ONU para Refugiados, está solicitando 421 milhões de dólares.
O número de refugiados e migrantes provenientes da África que estão chegando à Europa, passando pela Líbia, está cada vez maior e, consequentemente, os riscos que eles enfrentam ao atravessar o Deserto do Saara e o mar Mediterrâneo também. Apenas este ano, 2.360 refugiados e migrantes morreram ou desapareceram no Mediterrâneo, e acredita-se que muitos outros tenham morrido tentando atravessar a Líbia.