ACNUR busca proteção de civis na República Centro-Africana
ACNUR busca proteção de civis na República Centro-Africana
GENEBRA, 29 de agosto (ACNUR) – A Agência da ONU para Refugiados solicitou às autoridades da República Centro-Africana a proteção de civis em meio aos combates na capital, que já mataram pelo menos 10 pessoas e forçaram milhares a fugir.
“O ACNUR está profundamente preocupado com a segurança da população civil, especialmente daqueles que são forçados a fugir de suas casas em busca de segurança", disse Liz Ahua, vice-diretor do Escritório do ACNUR na África.
"Pedimos às autoridades que utilizem todos os meios possíveis para parar os ataques contra civis, restaurar a segurança e proteger a população", destacou o oficial da Agência de Refugiados da ONU.
Dez dias de detenções arbitrárias, tortura, extorsão, assaltos à mão armada, violência física, impedimentos de circulação, saques e outros ataques contra civis deslocaram milhares de pessoas. O ACNUR afirmou que os afetados, principalmente dos bairros de Boy-Rabe e Boeing, estão buscando segurança em outras partes da capital.
Até agora, 10 pessoas já teriam sido mortas, segundo a agência. Os recém-deslocados estão abrigados em hospitais e igrejas, ou com parentes. Entre eles, cerca de 500 encontraram abrigo no Hôpital d'Amitié, onde a superlotação e o agravamento das condições sanitárias são grandes preocupações.
"Desde a semana passada, estamos diante de uma confusa situação de segurança. As pessoas estão deixando suas casas para escapar da violência e dos abusos", disse Ahua.
Nesta quinta-feira de manhã, entre 5 mil e 6 mil pessoas - incluindo muitas mulheres e crianças que fogem de distrito de Boeing -, buscaram abrigo no aeroporto internacional de Bangui. O grupo está bloqueando a pista e forçando o redirecionamento dos voos para Camarões.
Antes dos últimos acontecimentos causados pelos conflitos no interior do país, a República Centro-Africana já contabilizava mais de 206 mil deslocados internos.