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ACNUR condena ataque a deslocados em uma igreja na República Centro-Africana

Comunicados à imprensa

ACNUR condena ataque a deslocados em uma igreja na República Centro-Africana

ACNUR condena ataque a deslocados em uma igreja na República Centro-AfricanaPelo menos 17 pessoas morreram e 27 estão desaparecidas depois que homens armados lançaram granadas e abriram fogo contra a Igreja Notre Dame de Fátima em Bangui.
2 Junho 2014

BANGUI, República Centro-Africana, 2 de junho (ACNUR) – Em um dos piores ataques do ano aos abrigos para deslocados no país, pelo menos 17 pessoas morreram e 27 estão desaparecidas depois que homens armados lançaram granadas e abriram fogo contra a Igreja Notre Dame de Fátima em Bangui, na quarta-feira.

Entre os mortos estão o padre da igreja, duas crianças e dois adultos que não resistiram aos ferimentos e morreram nessa quinta-feira. Os civis desaparecidos teriam sido sequestrados pelos agressores e levados para um lugar desconhecido.

"O ACNUR condena veementemente este ataque contra civis inocentes", disse a porta-voz do ACNUR, Fatoumata Lejeune-Kaba, em uma coletiva de imprensa em Genebra na última sexta-feira. "Chamamos, novamente, todos os lados para proteger os civis, de acordo com a obrigação de cada um para com o direito internacional. Nós também pedimos a todos os lados do conflito que permitam a entrega de assistência humanitária e o acesso às pessoas que necessitam de proteção e ajuda".

No momento do ataque, a Notre Dame de Fatima abrigava 9.000 deslocados internos, incluindo as 2.050 pessoas que haviam se mudado para lá uma semana antes para escapar do aumento da insegurança em alguns bairros próximos. Outros já se encontravam lá desde dezembro de 2013.

A igreja agora está vazia. Aqueles que fugiram foram para 10 bairros próximos ou para o sul, em 20 locais na capital e áreas adjacentes em Bombo.

"Muitos fugiram sem nada – sem dinheiro, sem comida, nem sequer uma esteira para dormir. Outros estavam com ferimentos de bala e precisavam ser atendidos com urgência", disse Lejeune-Kaba. "Agravando ainda mais as dificuldades, os lugares para deslocados internos, para os quais eles se mudaram, estão superlotados e enfrentam escassez de comida, água, abrigos e cuidados de saúde básica”.

Até recentemente, igrejas, monastérios e mesquitas eram considerados refúgios seguros para os deslocados de toda a República Centro-Africana (RCA). Em Bangui, 32 de 43 lugares de deslocados internos são instituições religiosas.

A segurança na RCA tem se deteriorado muito desde o último fim de semana. No domingo, 25 de maio, três pessoas que dirigiam uma partida de futebol intercomunal para a reconciliação foram mortas no bairro PK5, supostamente por elementos Anti-Balaka. Na segunda-feira e na terça, a situação permaneceu tensa e tiroteios foram relatados. Na quarta-feira, as hostilidades intercomunais resultaram no ataque à igreja Notre Dame de Fatima.

Outras partes do país também têm presenciado o aumento da violência nos últimos 10 dias. Por exemplo, em Bambari, situada na província de Ouaka, a nordeste de Bangui, conflitos eclodiram entre os dias 21 e 24 de maio entre elementos French Sangaris e civis armados por conta da implementação de medidas de construção de confiança e o acantonamento das forças do ex-Seleka.

Ao mesmo tempo, o ACNUR e seus parceiros têm documentado retornos progressivos em áreas do nordeste, como Ouham-Pende e para províncias do norte como Ouham. Com essa tendência de deslocamento misto, o número total de deslocados internos é de 557.000 em todo o país, incluindo 132.000 em Bangui. Há também 120.994 refugiados centro-africanos nos países vizinhos.