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ACNUR condena ataque a deslocados na República Democrática do Congo

ACNUR condena ataque a deslocados na República Democrática do Congo

4 Junho 2008

Brasília, 05 de junho de 2008 - O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) condenou nesta quinta-feira o ataque a um campo improvisado para deslocados no leste da República Democrática do Congo (RDC). Pelo menos nove pessoas morreram, incluindo duas crianças, e milhares ficaram feridas.

O ACNUR informou que está evacuando seus funcionários e que irá suspender suas operações temporariamente na área de Ruthsuru, na província de Kivu Norte, depois do ataque de quarta-feira ao campo Kinyandoni, que abriga cerca de 5 mil deslocados internos. Todos as outras agências de assistência humanitária também decidiram deixar a área, que se localiza a cerca de 70 quilômetros ao norte de Goma.

Entre os feridos estão dois funcionários de agências humanitárias que trabalham em parceria com o ACNUR. Alguns dos feridos estão sendo atendidos nas instalações médicas de Rutshuru e outros foram transferidos para Goma, capital da província. Os deslocados internos em Kinyadoni culpam os rebeldes da Força Democrática para a Libertação de Ruanda (FDLR) pelos ataques.

"Estamos chocados e alarmados com este fato do qual os deslocados, já vítimas de conflitos no ano passado, foram alvos diretos. Os rebeldes invadiram o campo matando e saqueando", disse Marjon Kamara, diretora do escritório do ACNUR para a África. "Precisamos de uma paz duradoura em Kivu Norte, milhares de deslocados precisam de abrigo, proteção e soluções", completou ela.

Funcionários do ACNUR, da agência humanitária local Saving Lives through Alternative Options (SLAO) e oficiais do governo estavam no campo no momento do ataque. Ao meio-dia de ontem, diversos homens armados assaltaram o escritório da SLAO e levaram dinheiro e celulares de funcionários. Assim que eles deixaram o local, os rebeldes começaram a atirar indiscriminadamente nos deslocados, incluindo um grupo de crianças que estavam brincando. O exército congolês chegou em seguida e retirou os rebeldes do campo. Duas crianças vítimas dos tiros morreram durante a noite de ontem em Kinyandoni.

A agência da ONU para refugiados estabeleceu presença em Rutshuru em novembro do ano passado para ajudar milhares de deslocados recém-chegados em seis campos da região. Devido à frágil situação de segurança, o ACNUR e outras agências conseguiram chegar a estes deslocados pela primeira vez somente em março deste ano. Um mês depois, um novo conflito estourou entre as forças do governo e os rebeldes da FDLR, forçando uma breve suspensão do registro de novos deslocados e a distribuição de assistência.

Um acordo de paz foi assinado entre o governo e alguns grupos rivais congoloses em janeiro de 2008, mas foi quebrado em diversas ocasiões. No fim do ano passado, o governo da RDC se esforçou para desarmar tropas da FDLR em seu território, mas grupos de direitos humanos nacionais e internacionais reclamam do pouco progresso alcançado na implementação do acordo de paz.

O ACNUR e seus parceiros administram campos que abrigam cerca de 80 mil deslocados internos em Kivu Norte. A população total de deslocados na RDC chega a 1,3 milhão e estima-se que 860 mil estejam em províncias voláteis.

Para mais informações sobre este assunto:
Francesca Fontanini, na RDC: +243817009484
Millicent Mutuli, em Nairóbi: +254735337713
Andrej Mahecic, em Genebra: +41792007617