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ACNUR e Aldeias Infantis ampliam o abrigamento de pessoas refugiadas afegãs em São Paulo

Comunicados à imprensa

ACNUR e Aldeias Infantis ampliam o abrigamento de pessoas refugiadas afegãs em São Paulo

27 Julho 2023
Equipes do ACNUR e Aldeias Infantis SOS Brasil recepcionam as famílias afegãs recém-chegadas ao novo abrigo. © ACNUR/Leonardo Medeiros
São Paulo, 27 de julho de 2023 (ACNUR) - Na tarde da última sexta-feira (21/07), 25 pessoas de cinco famílias diferentes foram acolhidas no novo abrigo de Aldeias Infantis em Poá (SP), sendo realocadas desde o Aeroporto Internacional de Guarulhos. Com esses novos espaços, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) apoia o Brasil a garantir abrigamento digno às pessoas afegãs que chegam ao país.

As 25 pessoas acolhidas, incluindo 13 crianças, somam-se a outras 63 pessoas que já estavam no abrigo anterior, sendo 15 meninas e 16 meninos de até 17 anos, além de 17 mulheres e 15 homens, de um total de 18 famílias.

Em conjunto com autoridades e a sociedade civil, o ACNUR compõe a resposta humanitária dos refugiados afegãos que chegam ao Brasil em busca de proteção internacional contra a situação de grave e generalizada violação de direitos humanos no Afeganistão. Do total de 12 abrigos públicos e da sociedade civil existentes na resposta ao tema da chegada de pessoas afegãs, o ACNUR financia diretamente três abrigos: dois abrigos geridos por Aldeias Infantis em Poá e um abrigo sob gestão da Caritas Arquidiocesana de São Paulo, em Guarulhos, ambos na Grande São Paulo. Este último acolheu a mais uma família afegã no início desta semana, sendo composta por uma mulher grávida e três filhos.

Os serviços ofertados pelo ACNUR contemplam a contratação de mediadores culturais nacionais do Afeganistão para fazer com que as informações sobre os direitos dessas pessoas estejam acessíveis aos recém-chegados; treinamentos para que as equipes gestoras dos diversos abrigam compreendam as especificidades de atendimento à população afegã; e doações de equipamentos e itens não alimentícios para apoiar as gestões existentes na metodologia de seus trabalhos.

“Na sexta-feira da semana passada foram transferidas voluntariamente cinco famílias que estavam há dias aguardando no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. A chegada de pessoas refugiadas do Afeganistão tende a ser contínua e precisamos estar preparados. O Brasil é um país com tradição solidária na acolhida de pessoas que requerem proteção internacional e é preciso haver o engajamento dos diferentes setores da sociedade nesta resposta conjunta”, afirma Oscar Sanchez Pineiro, Representante Adjunto do ACNUR Brasil.

O ACNUR tem atuado para articular com outras entidades os serviços disponibilizados às pessoas refugiadas no abrigo, como aulas de português para o aprendizado do idioma e posterior entrada no mercado de trabalho brasileiro. Esses cursos já estão em andamento em cinco diferentes abrigos. Além disso, o ACNUR propicia às famílias em situação de maior vulnerabilidade ajuda financeira mensal para que seja utilizada de acordo com suas necessidades específicas, como alimentação complementar para crianças – os valores variam de acordo com a composição familiar e buscam fortalecer a autonomia das pessoas acolhidas.

“Esse trabalho em conjunto com o ACNUR é essencial porque permite aos refugiados afegãos receberem abrigo, proteção e auxílio para a resolução de seus problemas, além de educação às crianças. E, para a Aldeias Infantis SOS, ajudar um refugiado não é apenas ajudar uma pessoa, mas ajudar a construir o futuro de uma sociedade, o futuro de uma família. Um futuro digno, com condições básicas para prosperar”, disse Sérgio Marques, Subgestor Nacional na Aldeias Infantis SOS Brasil.

Adicionalmente aos trabalhos do ACNUR, entre os serviços e encaminhamentos realizados pela Aldeias Infantis estão também capacitação profissional, inserção das crianças na educação básica, cuidados de saúde essenciais e auxílio nos processos de documentação e validação de diplomas.

Globalmente, até o fim de 2022, havia 5,7 milhões de pessoas refugiadas do Afeganistão, sendo 5,1 milhões somente no Irã e no Paquistão. No Brasil, o ACNUR atua com sua rede de parceiros desde a chegada das primeiras pessoas refugiadas afegãs. Mais de 9.000 vistos humanitários já foram emitidos pelo governo brasileiro, dentre os quais mais de 6.000 indivíduos chegaram no país em busca de proteção internacional. O ACNUR já atendeu diretamente a 1.430 pessoas de 642 grupos familiares desde então, de acordo com os dados levantados pela organização.