ACNUR e OIM promovem Treinamento em Jornalismo Humanitário para assessores de comunicação de setores públicos de Roraima
ACNUR e OIM promovem Treinamento em Jornalismo Humanitário para assessores de comunicação de setores públicos de Roraima
Com intuito de sensibilizar sobre as temáticas relacionadas aos mandatos destas duas agências da ONU, a capacitação apresentou informações, conceitos e números sobre migração, proteção e deslocamento forçado, com destaque para a resposta humanitária ao fluxo de pessoas refugiadas e migrantes da Venezuela na região.
A atividade contou com a participação da Operação Acolhida, resposta humanitária ao fluxo de pessoas da Venezuela no Norte do Brasil, além das recomendações para a produção do conteúdo jornalístico sobre refugiados e migrantes.
A abordagem sobre jornalismo e a cobertura dos fluxos migratórios apresentou ainda os aspectos importantes para uma produção de conteúdo, reforçando a diversidade de fontes e opiniões, o bom uso da terminologia para se referir a esta situação e a importância de evitar generalizações, preconceitos e suposições sobre a temática e a utilização de informações contextualizadas e dados oficiais.
“Reforçar o conhecimento e entendimento sobre os fluxos migratórios das pessoas que estão na linha de frente da produção de conteúdo é de grande relevância. Estamos em uma era onde a propagação de conteúdo é muito fácil e rápida, então apoiar os assessores em seu trabalho para que a informação qualificada chegue ao cidadão faz parte da nossa atuação em capacitar atores locais”, destaca a coordenadora de comunicação da OIM, Juliana Hack.
“O poder público em Roraima tem tido um papel fundamental na resposta humanitária às pessoas refugiadas e migrantes da Venezuela que chegam ao Brasil. Ao aprimorar capacidades e promover uma comunicação mais humana e qualificada, estamos contribuindo para que a proteção dessas pessoas seja mais fortalecida, uma vez que estes órgãos públicos são importante fonte de informação para a mídia e para a opinião pública”, avalia do oficial de comunicação do Acnur no Brasil, Luiz Fernando Godinho.
Os assessores também receberam orientações para a realização de entrevistas com pessoas refugiadas ou migrantes, como estar sensível aos pedidos de anonimato para proteção de identidade e levar em consideração a questão da vulnerabilidade dos entrevistados. Expressões e atitudes que possam reforçar a xenofobia e o racismo também foram ressaltadas.
Para o assessor da Secretaria de Estado de Comunicação (Secom) João Paulo Pires, o treinamento possibilitou uma atualização nos conhecimentos sobre o tema migratório. “No início do arrocho da migração em Roraima, minha experiência como profissional começou na atuação direta como jornalista na imprensa local e nacional. Hoje, trabalho com outra perspectiva, mas os parâmetros continuam os mesmos: como agente de comunicação pública ou de imprensa, precisamos entender o contexto para exercermos uma cobertura responsável, séria e humanizada, que não revitimize um público que já sofre muito por vários motivos”, comentou.
Durante a fala, ACNUR e OIM explicaram também sobre os cuidados com informações falsas, como identificar, evitar e combater a essa disseminação prejudicial por meio de agências de checagem e fontes de informações confiáveis a nível nacional e internacional, e como não cair em armadilhas sobre migração por meio de matérias ou títulos que possam levar a interpretações errôneas.
“Foi muito importante para compreender de forma global o atendimento prestado aos imigrantes em Roraima, ao mesmo tempo que nos mostrou a esfera de atuação das diferentes instituições envolvidas. Ao longo das apresentações foi mostrado o volume de dados aos quais podemos ter acesso na preparação das nossas divulgações institucionais”, relatou a analista de comunicação do Ministério Público Federal (MPF), Lia Kunzler. “Sem dúvida, o mais relevante foi o debate construído sobre o papel que a comunicação das instituições públicas pode ter no combate ao preconceito aos venezuelanos”, complementou Kunzler.
Essa atividade foi realizada com o apoio financeiro do Escritório de População, Refugiados e Migração (PRM) do Departamento de Estado dos Estados Unidos da América.