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ACNUR e PMA alertam para o aumento das necessidades no Sudão do Sul

Comunicados à imprensa

ACNUR e PMA alertam para o aumento das necessidades no Sudão do Sul

ACNUR e PMA alertam para o aumento das necessidades no Sudão do SulOs representantes do ACNUR e do Programa Mundial de Alimentos alertaram que a crise no Sudão do Sul pode colocar em risco milhões de vidas nos próximos meses.
7 Abril 2014

JUBA, Sudão do Sul, 07 de abril (ACNUR) – Os representantes da Agência da ONU para Refugiados e do Programa Mundial de Alimentos (PMA) alertaram que a crise no Sudão do Sul pode colocar em risco milhões de vidas nos próximos meses caso não se tome medidas urgentes para colocar um fim no conflito e apoiar os civis que estão lutando para sobreviver.

“É essencial que a comunidade internacional trabalhe urgentemente em conjunto e faça todo o possível para que as partes estabeleçam a paz”, disse o Alto Comissário para os Refugiados, António Guterres. “Se não houver paz nos próximos meses, a situação humanitária na região pode se tornar catastrófica”.

As declarações de Guterres ocorreram ao fim de uma visita de dois dias ao Sudão do Sul com o Diretor Executivo do PMA, Ertharin Cousin. Os dois oficiais da ONU disseram que todos – agências humanitárias, doadores e partes envolvidas no conflito – têm a responsabilidade de verificar se os civis afetados pela violência podem receber ajuda. Eles pediram aos envolvidos no conflito para não pouparem esforços a fim de instaurar a paz, e à comunidade internacional para disponibilizar recursos extras com a finalidade de assistir aos mais afetados.

“As mulheres que conhecemos em Nyal (localizada no estado sul-sudanês de Unity), que foram afetadas pelo conflito, nos pediram para transmitir três mensagens ao mundo: todos precisam de paz, assistência para aliviar o sofrimento e a possibilidade de seus filhos retornarem à escola”, dizia um comunicado conjunto feito por Cousin. “Civis estão arcando com as consequências do conflito e as agências como a nossa estão enfrentando inúmeros obstáculos na tentativa de assisti-los. Isso precisa mudar. Vidas estão em jogo”.

A declaração também dizia que os representantes das duas agências da ONU notaram que a comunidade humanitária enfrenta um obstáculo duplo na tentativa de prestar urgentemente assistência aos deslocados internos, refugiados e outros grupos vulneráveis. Eles expressaram uma preocupação que misturava insegurança e outros restritos direitos ao acesso humanitário, bem como a escassez de financiamento às agências de ajuda, o que pode resultar no corte de assistência para muitas pessoas. À medida que o conflito continua, ele causa estragos em vidas e em meios de subsistência.

“É trágico ver que antigos refugiados, que retornaram com tanta esperança, têm que, mais uma vez, fugir para salvar suas vidas”, disse o Alto Comissário.

Durante a viagem ao Sudão do Sul, Guterres e Cousin se encontraram com pessoas deslocadas pelo conflito que se refugiaram na remota cidade de Nyal, onde tanto a comunidade local, quanto os deslocados internos (cujas estimativas são de 250.000) têm lutado por acesso à comida e outros itens de necessidades básicas e onde agências, incluindo o PMA, começaram a distribuir assistência. Eles também visitaram os deslocados internos abrigados em uma base de manutenção de paz das Nações Unidas na capital do país Juba, em péssimas condições.

Os dois representantes discutiram a crise com o Presidente sul-sudanês Salva Kiir e outros funcionários do governo, além de obterem o comprometimento do presidente em facilitar e apoiar a assistência humanitária para todos os civis em necessidade. Eles também se reuniram com representantes dos doadores e outros membros da comunidade humanitária.

Na quarta-feira, eles partem para a Etiópia, onde se encontrarão com mais de 80.000 refugiados que se refugiaram lá desde o início da crise.

Mais de 800.000 pessoas se deslocaram no Sudão do Sul devido ao conflito que começou no último 15 de dezembro. Isso inclui 68.000 pessoas que estão abrigadas nas bases de manutenção de paz da ONU. Outros 254.000 refugiados atravessaram a fronteira em direção aos países vizinhos em busca de abrigo e comida. Vale acrescentar que o Sudão do Sul abrigava cerca de 220.000 refugiados do Sudão em campos perto das áreas de conflito.

Em mais de 100 dias de conflito, mais de meio milhão de pessoas receberam assistência alimentar no interior do país, mas o conflito continua e, combinado com o início da estação chuvosa, tem sido difícil a chegada de assistência humanitária para muitas pessoas em necessidade. Os esforços para socorrer essas pessoas foram prejudicados ainda mais por uma grave escassez de fundos.

Um apelo liderado pelo ACNUR pede mais de US$370 milhões para financiar a resposta aos refugiados da Etiópia, do Quênia, do Sudão e de Uganda. No Sudão do Sul, o PMA enfrenta uma perda de financiamento de US$224 milhões pelos próximos seis meses, enquanto parceiros humanitários requerem um novo saldo de US$42 milhões para abrigo e outros itens não alimentares.

Apesar da crise, Guterres notou que “o Sudão do Sul ainda é promissor e seu povo tem uma força extraordinária. É um dever moral que a comunidade internacional não falhe com eles nesse momento trágico”.