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ACNUR e PMA elogiam abertura de fronteira para refugiados sírios no Curdistão iraquiano

Comunicados à imprensa

ACNUR e PMA elogiam abertura de fronteira para refugiados sírios no Curdistão iraquiano

ACNUR e PMA elogiam abertura de fronteira para refugiados sírios no Curdistão iraquianoEm meio a um contínuo êxodo de sírios na região do Curdistão no Iraque, os chefes do ACNUR e do PMA elogiaram o governo local por oferecer refúgio a quase 200 mil refugiados sírios.
30 Agosto 2013

CAMPO DE REFUGIADOS DE DOMIZ, Iraque, 30 de agosto de 2013 (ACNUR) – Em meio a um contínuo êxodo de sírios na região do Curdistão no Iraque, os chefes da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e do Programa Mundial de Alimentos (PMA) elogiaram o governo local por oferecer refúgio a quase 200 mil pessoas, incluindo cerca de 47 mil que chegaram nas últimas duas semanas.

Apesar das dificuldades em receber um fluxo tão grande de pessoas, as autoridades locais abriram suas fronteiras e ofereceram terras para acomodar os sírios em acampamentos.

"Esse fluxo representa uma enorme pressão sobre a economia e a infraestrutura da região, e ter uma guerra ao lado é sempre uma ameaça", disse na última quinta-feira o Alto Comissário do ACNUR, António Guterres, no campo de refugiados de Domiz, que abriga 45 mil refugiados a 70 quilômetros da fronteira com a Síria.

"Quero expressar minha profunda gratidão ao governo e ao povo da região do Curdistão, que acolheu tantos sírios que precisam de proteção."

O chefe do Programa Mundial de Alimentos, Ertharin Cousin, também declarou a disposição da agência em ajudar os refugiados. "Estaremos aqui enquanto o povo da Síria precisar de nós e enquanto o governo da região do Curdistão continuar a nos apoiar”, disse.

Em seguida, o chefes do ACNUR e PMA visitaram o campo de refugiados próximo a Kawergost Erbil, considerada uma região de emergência em uma planície poeirenta, para receber os milhares de refugiados sírios que começaram a chegar há duas semanas. Mais de 1.200 sírios cruzaram a fronteira no dia 29 de agosto, chegando ao acampamento para obter o registro de refugiado.

Menos da metade dos refugiados sírios vive em acampamentos. A maioria prefere zonas urbanas, onde pode procurar trabalho. Citando a crescente violência e instabilidade agravada pela falta de serviços, a maioria dos refugiados deixou as cidades de Hassake e Aleppo. Em menor número, outros saíram de Damasco e Raqqa.

"Quando um país está destruído, com sua população morrendo e deixando suas casas, e os serviços do estado entram em colapso, a coisa mais importante que um vizinho pode fazer é manter as fronteiras abertas. A região do Curdistão é uma âncora de paz e estabilidade em uma parte do mundo bastante conturbada", disse Guterres. Junto com Ertharin Cousin, ele se comprometeu a mobilizar um grande apoio internacional.

Os dois chefes das agências também encontraram o presidente da região autônoma do Curdistão iraquiano, Massoud Bazarni, que se comprometeu a continuar recebendo os sírios que chegam ao território.

O governador de Erbil, Nawzad Hadi, citou a necessidade de campos que possam ser ampliados e equipados para um número crescente de pessoas.  Mudanças no clima também devem exigir estrutura adequada. "O tempo não é nosso amigo. Precisamos nos preparar para o inverno”, disse Hadi.

O ministro do Interior, Karim Sinjari, que também visitou o acampamento, declarou compromisso com a acolhida dos refugiados, mas destacou que os recursos são reduzidos. Por isso, espera que a comunidade internacional possa intensificar significativamente seu apoio.

Além da gestão em campo, o ACNUR faz o registro dos refugiados para identificação e avaliação dos serviços que podem ser oferecidos. O ACNUR também coordena as ações de agências especializadas da ONU e de ONGs parceiras. Todo esse trabalho é realizado em estreita coordenação com as autoridades locais.

O Programa Mundial de Alimentos repassa 31 dólares por mês para cada membro das famílias refugiadas por meio de vale-alimentação. "Isso representa um ganho de 10,5 milhões de dólares para as lojas locais ", disse Cousin. "Através desses vales, os refugiados estão estimulando o comércio nessas comunidades e ao mesmo tempo tendo acesso a alimentos frescos e nutritivos."

Ertharin Cousin destacou que o apoio da comunidade internacional é essencial, uma vez que as necessidades continuam a crescer. O projeto do PMA para alimentar os deslocados internos na Síria e os refugiados nos países vizinhos custa 30 milhões de dólares por semana.

Na última semana de agosto, António Guterres e Ertharin Cousin viajaram para a província de Anbar, no Iraque, e visitaram a fronteira com a Síria. Embora a fronteira estivesse fechada há mais de um ano, eles saudaram a notícia de que as autoridades estão considerando permitir a entrada a alguns refugiados vulneráveis para o estabelecimento de um programa de reunificação familiar.

Segundo os oficiais da ONU, o governo iraquiano havia expressado temores de insegurança, incluindo o risco de infiltração. Apesar disso, eles mostraram preocupação com as pessoas do outro lado da fronteira e esperam encontrar um equilíbrio adequado para permitir a entrada de sírios em situação mais vulnerável.

Guterres se referiu ao conflito na Síria como “a pior ameaça para a paz e a segurança mundial desde o século passado. Estamos testemunhando a morte e a destruição, o colapso do Estado e o enorme sofrimento do povo."

Ele observou que todas as agências humanitárias estão dramaticamente sem recursos em um momento em que milhões de sírios precisam de assistência humanitária dentro da Síria e o número de refugiados está rapidamente chegando a dois milhões. Mas os dois oficiais da ONU declararam compromisso em ajudar todos os sírios que enfrentam dificuldades.

"Temos testemunhado muitos momentos dramáticos em mais de dois anos, e sempre respondemos mobilizando nossos recursos", disse Guterres. "Nosso compromisso é com as vítimas. Aconteça o que acontecer, sob qualquer circunstância, estaremos lá para chegar aos sírios que precisam da nossa ajuda."

Por Melissa Fleming, no campo de refugiados de Domiz, Iraque.