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ACNUR e Prefeitura de Manaus promovem corrida e caminhada solidária #ComOsRefugiados

Comunicados à imprensa

ACNUR e Prefeitura de Manaus promovem corrida e caminhada solidária #ComOsRefugiados

5 Dezembro 2018

Para estender a recepção e a solidariedade amazonense à população venezuelana e promover uma maior interação dos manauaras com refugiados e migrantes vindos do país vizinho, a Prefeitura de Manaus e o ACNUR (Agência da ONU para Refugiados) promovem no domingo, 09 de dezembro, a primeira Corrida e Caminhada Manaus #ComOsRefugiados.

Além da população local, o evento contará com a participação de mulheres, homens e crianças venezuelanas que, após enfrentarem difíceis e longas trajetórias de seu país natal até a capital amazonense, estão estabelecidos na cidade e reconstruindo suas vidas com segurança e dignidade.

A partir das 7hs da manhã, os participantes farão o tradicional percurso de 5 km do Parque Ponta Negra, um dos pontos turísticos mais conhecidos da capital amazonense. A concentração e a largada serão nas proximidades do anfiteatro.

As inscrições serão abertas nesta quarta-feira, (05/12), a partir das 14h, no site da Secretaria Municipal da Juventude, Esporte e Lazer (Semjel). Serão 1,5 mil vagas, sendo 200 destinadas para servidores da Prefeitura de Manaus e 100 para pessoas com deficiência.

O kit do participante contendo camisa e número de peito será entregue no Centro Social Urbano (CSU) do Parque 10, zona Centro-Sul, na sexta-feira, 07/12, de 9h às 16h. Os participantes que completarem o percurso ganharão medalhas personalizadas.

A caminhada e corrida #ComOsRefugiados também vai coletar alimentos para os venezuelanos e venezuelanas acolhidos nos abrigos da Prefeitura e da Cáritas Arquidiocesana apoiados pelo ACNUR e seus parceiros. O kit de participantes será entregue mediante a doação de uma cesta básica composta por 1 kg de arroz, 1 kg de feijão, 1 pacote 500g de macarrão, 1 pacote 400 g de leite e 1 pacote 400g de café.

No local do evento serão montadas tendas para a venda de artesanato venezuelano, confeccionado por indígenas Warao e também por não-indígenas – todos residentes em Manaus. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas) também fará distribuição de mudas de árvores frutíferas e ornamentais.

A corrida e caminhada #ComOsRefugiados em Manaus tem o apoio da União Europeia, que por meio do seu Instrumento de Contribuição para a Estabilidade e a Paz (IcSP, da sigla em inglês) tem promovido diferentes ações do ACNUR e do UNFPA (Fundo de População das Nações Unidas) na resposta ao fluxo de venezuelanos para o Brasil, especialmente nos Estados de Roraima e Amazonas. Entre as ações estão atividades que promovem uma convivência harmoniosa entre a população venezuelana e as comunidades de acolhida.

Participam também da organização do evento o Fundo Manaus Solidária (FMS) e as secretarias municipais da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), de Educação (Semed), da Saúde (Semsa), do Trabalho, Emprego e Desenvolvimento (Semtrad), de Agricultura, Abastecimento, Centro e Comércio Informal (Semaac), de Limpeza Urbana (Semulsp), de Comunicação (Semcom), Semjel, Semmas, institutos municipais de Planejamento Urbano (Implurb), de Engenharia e Fiscalização de Trânsito (Manaustrans), Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU), Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), Casa Militar, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros.

Acolhimento em Manaus - Com a crescente chegada cada vez maior de venezuelanos à capital do Amazonas, tem aumentado a atuação da Prefeitura de Manaus e de organizações internacionais como o ACNUR, União Europeia, UNFPA e UNICEF com a proteção das famílias que buscam a cidade como refúgio. Atualmente, a Prefeitura mantém três casas de acolhimento localizadas nos bairros Coroado, Alfredo Nascimento e Centro, com aproximadamente 600 pessoas.

 

Estima-se que 3 milhões de venezuelanos já tenham saído de seu país de origem desde 2015. No Brasil, as autoridades relatam a entrada de mais de 176 mil venezuelanos em 2017 e 2018. Aproximadamente 90 mil saíram, indicando que cerca de 85 mil permanecem no país. De acordo com a Polícia Federal, cerca de 65 mil venezuelanos já solicitaram o reconhecimento da condição de refugiado no Brasil, sendo 8 mil solicitações registradas em Manaus.

Em setembro de 2018, a Prefeitura de Manaus recebeu mais 180 venezuelanos não-indígenas, pelo Plano de Interiorização do Governo Federal. Por meio do acolhimento, os refugiados recebem alimentação, produtos de higiene, limpeza, atendimento de equipe técnica (assistente social, psicólogo, sociólogo, saúde, educação).

Foi apresentado pelo município o Plano de Ação Humanitária para Atendimento do Fluxo Migratório Venezuelano que contempla o atendimento com a aquisição de alimentos, produtos de higiene, limpeza, manutenção do espaço, contratação de pessoal e aluguel de dois veículos. O Governo Federal sinalizou positivamente com o repasse de R$ 20 mil reais/mês para cada grupo de 50 pessoas.

 

Campo de refugiados em realidade virtual - Durante a caminhada e corrida #ComOsRefugiados, o ACNUR terá uma tenda para que o público conheça melhor a realidade de campos de refugiados. Por meio de óculos de realidade virtual (tecnologia VR), o público poderá explorar este ambiente de maneira ampla, sendo impactado de uma forma muito mais real e próxima. Será possível entender como as pessoas vivem em um campo de refugiado e como lidam, especialmente as crianças, com situações de extrema vulnerabilidade.

 

Histórico - Os primeiros registros de venezuelanos em Manaus aconteceram em dezembro de 2016, com a chegada de indígenas Warao na cidade. As primeiras ações tiveram início em janeiro de 2017 com a identificação da população Warao pelos Centros de Referência Especializada de Assistência Social (CREAS) da Semmasdh.

 

Com o expressivo número de mulheres e crianças em situação de rua no Terminal Rodoviário da Cidade, intensificaram-se as reuniões interinstitucionais seguindo as recomendações do Ministério Público Federal (MPF). Ao longo do processo, o ACNUR forneceu apoio técnico à prefeitura e ao governo do Estado, financiando reformas de abrigos para melhoras a qualidade de vida da população venezuelana.

 

Em maio de 2017 foi assinado o Decreto 3.689 que declara Situação Emergencial Social no município de Manaus, devido ao intenso processo de migração dos indígenas da etnia Warao, acampados em área pública submetidos à situação de risco pessoal e social. Tal medida agilizou a liberação de recursos para atendimento às famílias.

 

No final de 2017, todas as ações relativas a venezuelanos foram integralmente assumidas pela prefeitura. Assim que os migrantes chegam a Manaus, passam por uma triagem e são encaminhados para uma das casas de acolhimento.

 

Co-financiamento - Após viagem à Brasília-DF, em maio de 2017, o prefeito Arthur Virgílio Neto garantiu recursos junto ao Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) para ajudar na situação de emergência social dos indígenas venezuelanos da etnia Warao que se encontravam em Manaus.

 

O recurso do governo federal foi liberado em 14/07/17, no montante de R$720 mil, transferido do Fundo Nacional para o Fundo Municipal de Assistência Social, mediante o Plano de Ação para Atendimento aos Indígenas Warao e Suas Famílias.

 

Reconhecimento Internacional - No ano passado, o prefeito Arthur Virgílio Neto recebeu do ACNUR um documento de reconhecimento pelas ações desenvolvidas pela prefeitura, de acolhimento e apoio aos índios venezuelanos de etnia Warao. O documento foi entregue pela então representante do ACNUR no Brasil, Isabel Marques, em reconhecimento às ações desenvolvidas para receber, acolher e proteger os refugiados.

 

Contatos de imprensa:

Unidade de Informação Pública do ACNUR, [email protected], (61) 3044-5722 / (61) 98416-3044