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ACNUR inicia a realocação de 3.500 refugiados sudaneses na RCA

Comunicados à imprensa

ACNUR inicia a realocação de 3.500 refugiados sudaneses na RCA

ACNUR inicia a realocação de 3.500 refugiados sudaneses na RCAA agência da ONU para refugiados e o governo da República Centro-Africana (RCA) começaram a realocação de aproximadamente 3.500 refugiados sudaneses.
16 Novembro 2010

BAMBARI, República Centro Africana, 16 de novembro (ACNUR) – A agência da ONU para refugiados e o governo da República Centro-Africana (RCA) começaram a realocação de aproximadamente 3.500 refugiados sudaneses de um acampamento localizado no extremo norte do país para Bambari, em uma região mais segura no centro-sul.

O transporte aéreo dos refugiados começou na última quarta-feira e irá levar cerca de um mês para ser completado. O ACNUR esta realizando quatro vôos diários com aviões Dash-8 de 35 lugares – aeronaves maiores não podem pousar no acampamento de Sam Ouandja. Até agora cerca de 500 pessoas já foram realocadas.

A maioria dos refugiados em Sam Ouandja é proveniente de Dafak, uma cidade que fica 200 quilômetros ao sul da região de Darfur, no Sudão. Eles fugiram a pé através da fronteira em junho de 2007 para escapar dos conflitos e estão em Sam Ouandja desde então, mas as condições de segurança na região tem se deteriorado nos últimos dois anos.

“Eu estou muito feliz de ter me mudado para cá com meus filhos. Eu realmente espero que aqui seja diferente de Sam Ouandja e que nós possamos começar uma nova vida em paz,” disse Mariam, que caminhou por 13 dias de Darfur até a República Centro-Africana.

Dois fatores principais tornaram a realocação necessária. O primeiro foi a insegurança. Sam Ouandja fica a apenas 80 km da divisa com Darfur numa área quase sem presença do governo – o campo tem sido frequentemente visitado por guerrilheiros. A presença de bandidos armados e rebeldes, e a ausência de tropas de segurança da ONU protegendo o acampamento, são outras razões para a mudança.

Em segundo lugar, o ACNUR enfrenta extremas dificuldades de logística para monitorar e auxiliar refugiados nesta parte remota de RCA. As condições ruins das estradas limitavam a habilidade do ACNUR no transporte de ajuda para o campo. Em vez de ocorrerem distribuições mensais, a comida e os mantimentos vinham sendo entregues a cada dois ou três meses. Durante a temporada de chuvas, levava-se, em média, 10 dias para que os caminhões lotados com mantimentos percorressem os 950 km entre a capital, Bangui, e Sam Ouandja.

O novo acampamento fica fora de Bambari, que por sua vez está localizada 380 km ao nordeste de Bangui e é mais acessivel. O acampamento tem ampla capacidade para as pessoas que estão sendo realocadas lá. Ao chegarem os refugiados ficam em um centro de trânsito por cinco dias enquanto constroem-se novos abrigos familiares com os kits fornecidos pelo escritorio do ACNUR em Bambari.

“Aqui viveremos em paz e com dignidade,” disse Ahmat, um homem com setenta anos que foi realocado no primeiro vôo. “Aqui é realmente diferente de Sam Ouandja. Há árvores por toda parte. Meus filhos e eu estaremos aptos a recomeçar nossas vidas sem medo,” acrescentou Awa, uma viúva realocada com seus quatro filhos.

Na República Centro-Africana, o ACNUR ajuda na proteção e assistência de mais de 25.000 refugiados congoleses, chadianos, sudaneses e 192.000 deslocados internos. Os três principais grupos sob responsabilidade do ACNUR são os deslocados internos no norte e em Haut-Mbomou; os refugiados sudaneses agora transferidos de Sam Ouandja; e os refugiados em áreas urbanas e Haut-Mbomou.

Djerassem Mbaiorem em Bambari, República Centro-Africana