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ACNUR pede proteção a civis em meio a retomada dos conflitos na RDC

Comunicados à imprensa

ACNUR pede proteção a civis em meio a retomada dos conflitos na RDC

ACNUR pede proteção a civis em meio a retomada dos conflitos na RDCACNUR está profundamente preocupado com a eclosão de novos conflitos entre as tropas do governo e os combatentes do grupo rebelde M23, no leste da República Democrática do Congo.
22 May 2013

KINSHASA, República Democrática do Congo, 22 de maio de 2013 (ACNUR) - O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados afirmou nessa quarta-feira que está profundamente preocupado com a eclosão de novos conflitos entre as tropas do governo e os combatentes do grupo rebelde M23, no leste da República Democrática do Congo.

A Agência da ONU para refugiados está particularmente preocupada com a segurança de milhares de pessoas deslocadas internamente nos campos próximos a Goma,  capital da província de Kivu do Norte. “Ontem foram relatados tiroteios próximos a Mugunga 3, campo para deslocados internos , causando pânico entre os mais de 13 mil habitantes, na maior parte mulheres e crianças. Seis moradores locais, que residem nas proximidades do campo, foram feridos durantes os ataques”, disse a agência em um pronunciamento para a imprensa.  

Desde a erupção do último conflito  nesta terça-feira o campo de Mugunga está esvaziando, com os deslocados internos indo para Goma, 15 quilômetros a leste. Outros também estão indo em direção a Sake, a 10 quilômetros do campo Mugunga. Segundo relatos, além dos deslocados, residentes da comunidade local também têm deixado a região de Mugunga.

Estima-se que 350 mil deslocados internos vivam atualmente em 55 campos por toda província de Kivu do Norte. Metade dos campos está localizada nas áreas afetadas pelo conflito. Dezenas de milhares de pessoas deixaram a região desde abril de 2012, quando começou um intermitente conflito entre o exército congolês e as forças do M23. O conflito também forçou mais de 60 mil congoleses a buscar refúgio em Uganda e em Ruanda.

Em novembro de 2012, o M23 tomou a cidade de Goma, mas os dois lados do conflito iniciaram as negociações de paz em Uganda um mês depois. Ao que tudo indica esse acordo foi quebrado.

O ACNUR pede que os combatentes garantam a proteção de todos os cívis, inclusive dos deslocados internos.

“O princípio de distinção entre alvos militares e a população civil deve ser respeitado”, disse Kouassi Etien, chefe do escritório do ACNUR em Goma.

Segundo as estimativas das Nações Unidas, há mais de 2,5 milhões de deslocados internos na República Democrática do Congo, incluindo os 900 mil no Kivu do Norte.