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ACNUR pede saída urgente das pessoas que querem deixar a Líbia

Comunicados à imprensa

ACNUR pede saída urgente das pessoas que querem deixar a Líbia

ACNUR pede saída urgente das pessoas que querem deixar a LíbiaO Alto Comissário da ONU para Refugiados, António Guterres, disse hoje estar preocupado com a situação de dezenas de milhares de refugiados e outros estrangeiros...
28 Fevereiro 2011

Genebra, 28 de fevereiro de 2011 (ACNUR) – O Alto Comissário da ONU para Refugiados, António Guterres, disse hoje estar preocupado com a situação de dezenas de milhares de refugiados e outros estrangeiros que se encontram na Líbia e enfrentam dificuldades para deixar o país. O agência da ONU para refugiados (ACNUR) estima que mais de 110 mil pessoas já deixaram a Líbia devido à recente onda de violência no país.

"Não há aviões e barcos para retirar pessoas originárias de países pobres ou devastados por guerras”, disse Guterres, numa referência aos cerca de oito mil refugiados e três mil solicitantes de refúgio que vivem na Líbia. Guterres pediu aos governos dos países mais desenvolvidos que considerem as necessidades de todas as pessoas vulneráveis e não apenas as dos seus próprios cidadãos. "Muitas dessas pessoas sentem-se perseguidas, com medo e sem recursos para deixar a Líbia", afirmou o Alto Comissário.

Equipes do ACNUR já estão trabalhando com autoridades da Tunísia e do Egito na recepção das pessoas que fugiram da violência na Líbia e cruzaram as fronteiras com estes dois países. Na semana passada, o ACNUR reconheceu o "espírito humanitário" dos governos da Tunísia e do Egito, ressaltando "um apoio sem precedentes às pessoas comuns que estão se dirigindo para as fronteiras dos dois países para pedir ajuda".

Tradicionalmente, a Líbia tem sido um país de trânsito e destino para refugiados. Entre os refugiados reconhecidos pelo ACNUR estão palestinos, iraquianos, sudaneses, etíopes, somalís e eritreus. Existe a preocupação de muitas pessoas em necessidade de proteção internacional estejam sem acesso ao ACNUR no país.

"Os africanos estão particularmente em risco porque são associados aos mercenários estrangeiros da África sub-saariana, mesma região de origem de vários refugiados vivendo na Líbia", ressaltou António Guterres. "Estamos muito preocupados com eles, pois não podem se movimentar ou buscar proteção", completou o Alto Comissário.

Nas fronteiras da Tunísia e do Egito, o ACNUR está ajudando os governos a gerenciar o fluxo dramático de milhares de pessoas que fogem da Líbia. Mais de 110 mil pessoas atravessaram a fronteira até agora, e milhares chegam a cada hora. A maioria dos que fugiram é formada por cidadãos egípcios e tunisianos, embora um pequeno número de libaneses e de outras nacionalidades esteja conseguindo escapar.

Na semana passada, na fronteira entre Egito e Líbia, equipes do ACNUR se reuníram com policiais e militares líbios que desertaram das forças governamentais e que agora trabalham diretamente com comitês locais ligados a líderes tribais da região. Nesta reunião, o ACNUR ressaltou sua preocuupação com os refugiados de origem africana e foi informado sobre as necessidades humanitárias emergenciais relacionadas a comida e mediamentos.

No ultimo sábado, o ACNUR enviou em um Boeing 747 de carga mais de 100 toneladas de ajuda humanitária para Jerba, na Tunísia. A ajuda, suficiente para atender 10 mil pessoas, será transportada para a fronteira com a Tunísia em resposta às necessidades das milhares de pessoas chegando o país. O avião chegou carregado com duas mil tendas, duas mil lonas plásticas e milhares de cobertores, colchões, utensílios de cozinha e galões para transportar água.

As tendas serão usadas em um campo de trânsito próximo à fronteira, num local definido em comum acordo com o governo da Tunísia. O campo está sendo usado pelas pessoas que chegam e precisam aguardar procedimentos burocráticos para seguir viagem. Outros itens serão distribuídos para a organização Vermelho Crescente Tunisiano, que também ajuda na distribuição de mantimentos. Adicionalmente, o ACNUR está adquirindo cobertores e colchões localmente, tanto no Egito como na Tunísia.

Em Trípoli, capital da Líbia, funcionários do ACNUR se esforçam para os refugiados que contatam a agência, mas até agora poucos conseguiram deixar o país.

A Organização Internacional de Migrações (OIM) estima que exista aproximadamente 1,5 milhão de trabalhadores migrantes irregulares na Líbia, vindos da África e da Ásia. O Alto Comissário António Guterres parabenizou os esforços significativos feitos pelos seus países de origem para retirar estes migrantes, com o apoio da OIM.

"O ACNUR pede a todos os governos vizinhos no norte da África e da Europa que mantenham abertas suas fronteiras terrestre, aérea e marítima para as pessoas obrigadas a fugir da Líbia", disse Guterres. "Todas as pessoas que deixam a Líbia devem ter acesso ao território, sem discriminação, independentemente da sua origem".

O Alto Comissário manifestou a sua gratidão com os governos da Tunísia e do Egito com a sua política de fronteiras abertas e novamente pediu à comunidade internacional para apoiar esta resposta.