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ACNUR pede US$ 210 milhões em plano revisado para refugiados da RCA

Comunicados à imprensa

ACNUR pede US$ 210 milhões em plano revisado para refugiados da RCA

ACNUR pede US$ 210 milhões em plano revisado para refugiados da RCAACNUR e seus parceiros precisam de mais doações para lidar com o contínuo êxodo e condições deterioradas dos refugiados da República Centro-Africana.
31 Julho 2014

Genebra, 31 de julho de 2014 (ACNUR) - A Agência de Refugiados da ONU e seus parceiros precisam de mais doações para lidar com o contínuo êxodo e condições deterioradas dos refugiados da República Centro-Africana (RCA).

Recentemente, o ACNUR e outras 16 agências humanitárias revisaram o Plano Regional de Resposta para a crise de refugiados da RCA, em busca de U$ 210 milhões para auxiliar suas operações cada vez maiores nos países de acolhida – Camarões, Chade, República Democrática do Congo (RDC) e a República do Congo.

O novo pedido de ajuda é mais baixo que o inicial de U$ 274 milhões feito em abril, devido à chegada de menos refugiados que o esperado na RDC e à exclusão de retornados no Chade, cobertos no plano original. No entanto, as necessidades cresceram em Camarões – onde chega a maioria de refugiados – que precisa de  US$ 111 milhões (quase o dobro do que havia sido solicitado inicialmente). Até agora, fundos arrecadados só chegam a menos de um terço do plano revisado.

Mais de 357 mil pessoas fugiram da RCA para os quatro países de acolhida desde o início da crise, em dezembro de 2012. Esse número inclui as 160 mil pessoas que saíram após os conflitos terem aumentado em dezembro de 2013 entre os Seleka e a milícia anti-Balaka. Dos que fugiram do país nos últimos 7 meses, a maioria é formada por muçulmanos. 118 mil estão em Camarões, 17,5 mil no Chade, 15 mil na RDC e 9 mil na República do Congo.

O plano revisado apresenta um aumento nas medidas para ajuda aos recém-chegados, incluindo recepção, registro e realocação da fronteira aos campos de refúgio, e promovendo serviços no setor salva-vidas, como alimentação, saúde, abrigo, planejamento de moradia, água e saneamento básico. Ações de emergência são necessárias para ajudar refugiados que estão morando fora dos campos formais, assim como suas comunidades acolhedoras.

“Os novos refugiados mostram sinais de violência brutal da qual eles escaparam na RCA. Eles caminharam por semanas em florestas com praticamente nada para beber ou comer. Em abril e maio, 40% de todos os novos refugiados, tanto crianças como adultos, estavam sofrendo de subnutrição”, afirmou o porta-voz do ACNUR, Babar Baloch a jornalistas em Genebra. “Tememos que para algumas crianças a assistência chegará tarde demais”.

Ele notou que as taxas de subnutrição eram particularmente preocupantes entre os recém-chegados no Camarões, onde “mais de 60% dos refugiados eram mulheres e crianças, com números altos de crianças não acompanhadas”.

Continua sendo uma necessidade urgente realocar refugiados em lugares seguros e de fácil acesso, e criar mais campos de refugiados para a sua segurança. O começo da temporada de chuvas está aumentando as preocupações sobre os desfalques em abrigos, água, saneamento e higiene.

Apesar das crescentes necessidades, a situação na RCA continua uma das emergências com menos fundos.

“A falta de financiamento está comprometendo nossa habilidade de providenciar mesmo assistência básica de sobrevivência para os refugiados, e menos ainda para os países acolhedores”, disse Baloch.

Leia aqui o novo Plano Regional de Reposta para República Centro-Africana – Julho 2014.