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ACNUR preocupado com novas restrições ao trabalho humanitário na Somália

Comunicados à imprensa

ACNUR preocupado com novas restrições ao trabalho humanitário na Somália

ACNUR preocupado com novas restrições ao trabalho humanitário na SomáliaACNUR expressou preocupação sobre a decisão de Al Shabab de revogar a permissão para que as organizações humanitárias da ONU trabalhem nas áreas controladas por esta milícia.
29 Novembro 2011

GENEBRA, 29 de novembro (ACNUR) – O Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR) expressou preocupação sobre a decisão da milícia somali Al Shabab, tomada no início da semana, de revogar a permissão para que o ACNUR e outras organizações humanitárias da ONU trabalhem nas áreas controladas pelo grupo.

“Essa decisão chega num momento de aguda crise humanitária nas regiões centro e sul da Somália”, afirmou o porta-voz do ACNUR, Andrej Mahecic, a jornalistas em Genebra nesta terça-feira. “Nós estamos avaliando o impacto deste acontecimento em nossas operações humanitárias nestas áreas da Somália”, acrescentou

O porta-voz disse que as operações militares e as fortes chuvas estavam limitando os movimentos da população deslocada na região somali de Gedo, na fronteira com o Quênia. Não foram registrados recentemente movimentos transfronteiriços entre as cidades de Dobley, na Somália, e Liboi, no Quênia.

Entretanto, Mahecic disse que havia relatos de mais de 500 pessoas, incluindo crianças, viajando a pé de Qooqaani, Tabta (ambas na região de Gedo) e Afmadow (Lower Juba) para Dobley. “Eles mencionam a falta de alimentos em suas cidades, a queda de energia devido às fortes chuvas e as atividades militares. Algumas pessoas que já chegaram a Dobley disseram ao ACNUR que foram forçados a deixar suas casas devido à escassez de alimentos”, disse.

“Eles parecem querer retornar a casa assim que a situação melhorar e, por isso, não planejam cruzar a fronteira para chegar a Dadaab [complexo de refugiados no nordeste do Quênia]. Várias agências estão operando em Dobley, realizando distribuição de alimentos e outros itens de assistência”, acrescentou.

Enquanto isso, a insegurança continua ameaçando as operações do ACNUR em Dadaab, que abriga cerca de 460 mil refugiados, sendo que mais de 150 mil destes chegaram este ano após fugir da seca e do conflito na Somália. Já faz algumas semanas desde que as autoridades pararam de registrar os recém-chegados. As agências humanitárias não podem verificar o número e as condições daqueles que chegaram recentemente já que seus movimentos dentro dos campos continuam limitados.

Mais de 360 refugiados foram afetados por cólera e diarréia aguda. A maioria é tratada como casos ambulatoriais e há necessidade de mais suprimentos de reidratação oral e outros tratamentos. Na localidade de Kambioos, em Dadaab, a taxa de mortalidade diminuiu e espera-se sua estabilização após a distribuição de alimentos durante o próximo fim de semana.

Apesar das restrições de segurança, as autoridades conseguiram completar a vacinação oral contra poliomielite entre todas as crianças refugiadas abaixo de cinco anos. Outras medidas estão melhorando as condições de segurança em Dadaab, incluindo o envio de mais forças policiais.

Nos campos de Dollo Ado, no leste da Etiópia, a equipe do ACNUR está registrando altas taxas de desnutrição entre as crianças refugiadas abaixo de cinco anos que estão chegando ao centro de trânsito. Em resposta a esta situação, o ACNUR e seus parceiros estão expandindo seu programa alimentar para todas as crianças até dez anos de idade, e está adicionando leite em pó no mingau para aumentar o nível nutricional.

Um quinto campo nesta região, Bur Amino, está pronto para receber amanhã o primeiro grupo de mais de sete mil refugiados que estão no centro de trânsito de Dollo Ado. O transporte iniciará com 500 pessoas e aumentará gradativamente até que todos os refugiados sejam realocados em um novo local.

Mas o acesso a estas áreas é cada dia mais difícil devido às fortes chuvas. As estradas estão intransitáveis e a pista de pouso local está frequentemente alagada, impedido que as aeronaves aterrissem. “Isto está afetando seriamente os nossos suprimentos e as nossas operações, já que estamos ficando sem combustível, eletricidade e água potável”, disse Mahecic.