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ACNUR presta tributo a colegas falecidos no Dia Mundial Humanitário

Comunicados à imprensa

ACNUR presta tributo a colegas falecidos no Dia Mundial Humanitário

ACNUR presta tributo a colegas falecidos no Dia Mundial HumanitárioHoras depois de uma bomba ter matado outros dois trabalhadores da ONU no Afeganistão, funcionários do ACNUR comemoraram, na quarta-feira, o primeiro Dia Mundial Humanitário.
19 Agosto 2009

GENEBRA, 19 de agosto (ACNUR) - Horas depois de uma bomba ter matado outros dois trabalhadores da ONU no Afeganistão, funcionários do ACNUR comemoraram, na quarta-feira, o primeiro Dia Mundial Humanitário honrando centenas de colegas de organizações humanitárias espalhadas pelo mundo, que foram mortos enquanto realizavam seu trabalho.

"Este tem sido um ano particularmente doloroso para o ACNUR, com a perda de três colegas na mesma operação", declarou o Presidente do Conselho de Funcionários Guy Avognon, durante a cerimônia em Genebra. Com os três membros da equipe do ACNUR mortos em ataques este ano no Paquistão, são 30 os funcionários que perderam suas vidas em operações desde 1987.

A data de 19 de agosto, que também é o Dia da Memória dos Trabalhadores Humanitários, relembra a data específica de 2003 em que o escritório da ONU no Iraque foi bombardeado matando 22 pessoas, incluindo Sérgio Vieira de Mello, um membro veterano do ACNUR que foi à época Alto Comissário para Direitos Humanos da ONU e Representante Especial do Secretário Geral da ONU.

O Alto Comissário António Guterres, falando na cerimônia na sede, após fazer um minuto de silêncio, afirmou que o ACNUR está agindo para aperfeiçoar a segurança para os funcionários, mas reconheceu que o perigo para os trabalhadores humanitários está aumentando. Os dois funcionários da ONU mortos no Afeganistão na terça-feira trabalhavam com a missão da ONU ajudando a reconstruir o país. Cerca de 700 trabalhadores humanitários morreram em todo o mundo na última década.

Nos conflitos, os trabalhadores humanitários são cada vez mais vistos como alvos, enquanto o tradicional respeito do que gozavam vai desaparecendo e as linhas entre a ação militar e a ação humanitária são cada vez mais embaçadas pelos exércitos e seus oponentes armados.

Agora, a ação humanitária é, às vezes, não uma fonte de proteção, mas uma razão para se tornar um alvo, disse Guterres, que falou sobre o mesmo assunto em um evento posterior no Parc des Bastions de Genebra, organizado pelo OCHA e pela Fundação Sérgio Vieira de Mello.

"Todos esses motivos têm contribuído para diminuir o espaço humanitário e para aumentar os riscos de ação humanitária", declarou o Alto Comissário. "É importante chamar a atenção da comunidade internacional para isso, não é apenas para celebrar nossos colegas, não é apenas para lembrá-los, é para fazer a comunidade internacional assumir suas responsabilidades por estas situações."

No ano passado 260 trabalhadores humanitários foram mortos, sequestrados ou seriamente feridos em ataques, o maior número de vítimas registrado em um único ano. A média de ataques nos últimos três anos tem sido três vezes mais elevada do que a média dos nove anos anteriores.

Entre as vítimas deste ano do ACNUR no Paquistão, estava o motorista veterano Syed Hashim que foi morto a tiros no Paquistão em fevereiro, durante o sequestro de John Solecki, chefe do escritório do ACNUR em Quetta. Solecki foi solto em abril após dois meses de cativeiro.

Em junho, Aleksandar Vorkapic, um funcionário do ACNUR que estava em missão de emergência no Paquistão ajudando os deslocados pelo conflito na província da Fronteira Noroeste, morreu no atentado ao hotel Pearl Continental em Peshawar. E em julho, o funcionário de terreno veterano do ACNUR Zill-e-Usman foi morto a tiros por atacantes desconhecidos em um campo para deslocados internos em Peshawar.

O Alto Comissário Adjunto, L. Craig Johnstone, que esteve no Paquistão esta semana discutindo sobre as preocupações de segurança com trabalhadores humanitários e funcionários do governo, agradeceu aos trabalhadores pelo seu trabalho e disse entender completamente as ameaças à segurança e os desafios colocados em suas vidas. Ele declarou que um esforço conjunto está sendo feito para melhorar a segurança dos funcionários.

"Uma opção que não está sendo cogitada é a de nos retirarmos", disse Johnstone, que denominou o Paquistão como uma das operações mais críticas do ACNUR e aquela pela qual a agência será julgada. "Nós não iremos abandonar nossa missão no Paquistão por questões de ameaça à segurança. Ao invés disso, a questão é como responderemos dado as ameaças de segurança."

A declaração refletiu o papel duplo do Dia Mundial Humanitário: prestar tributo àqueles que foram mortos ou feridos enquanto desempenhavam suas funções e honrar o enorme número de trabalhadores humanitários que continuam a trabalhar apesar do perigo.