ACNUR promove agenda nacional para celebrar “16 Dias de Ativismo contra Violência de Gênero”
ACNUR promove agenda nacional para celebrar “16 Dias de Ativismo contra Violência de Gênero”
No marco da campanha global dos “16 Dias de Ativismo Contra a Violência de Gênero”, o ACNUR (Agência da ONU para Refugiados) promove e participa de diversas atividades em cinco capitais brasileiras, com a participação de pessoas em situação de refúgio e parceiros da sociedade civil, do governo e da academia.
A campanha acontece entre os dias 25 de novembro (Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher) e 10 de dezembro (Dia Internacional dos Direitos Humanos). Os eventos promovidos pelo ACNUR e seus parceiros buscam conscientizar sobre a erradicação da violência sexual e de gênero e alertar sobre suas graves consequências.
As atividades se iniciaram ontem (25/11), em Boa Vista (Roraima), com uma roda de conversas com mulheres e adolescentes indígenas das etnias Warao e Eñepà, originárias da Venezuela. Promovida pelo ACNUR, UNFPA (Fundo de População das Nações Unidas), UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), ONU Mulheres e Conselho Indigenista Missionário (CIMI), a ação promoveu um diálogo sobre a violência de gênero, tendo em conta aspectos da cultura destas duas etnias. No mesmo dia, o ACNUR e a FUNAI (Fundação Nacional do Índio) engajaram homens Warao e Eñepà em discussões paralelas para ressaltar a importância da figura feminina em suas culturas e falar sobre a prevenção à violência de gênero.
Na quarta-feira (25/11), em Brasília, o ACNUR, o Ministério da Justiça e a campanha da ONU “Livres e Iguais” divulgarão dados inéditos sobre solicitações de reconhecimento da condição de refugiado feitas no Brasil relacionadas à orientação sexual e à identidade de gênero, consolidados em uma plataforma on-line. A iniciativa visa garantir o acesso a informações relevantes sobre refúgio LGBTI no Brasil, e também ressaltar o crescente comprometimento do ACNUR e do governo brasileiro com o tema. Além da apresentação da plataforma, o evento contará com uma roda de conversa, envolvendo a sociedade civil e a academia. O lançamento acontecerá na Casa da ONU, às 14hs.
No dia 05/12, em Manaus, será lançado o Fluxograma de Respostas à Violência de Gênero, uma iniciativa conjunta do ACNUR, UNICEF, UNFPA, Governo do Estado do Amazonas e Prefeitura de Manaus. O documento servirá para conscientizar e informar servidores públicos e técnicos sobre serviços especializados de atendimento às mulheres vítimas de violência existentes em Manaus e assinar um termo de compromisso entre as autoridades locais e demais instituições envolvidas para garantir a aplicação de procedimentos padronizados.
Em São Paulo, no dia 08/12, o ACNUR participará da “Mostra Refúgios Culturais”, no SESC Vila Mariana, que estimula trocas e diálogos entre diferentes nacionalidades e proporciona visibilidade à questão do refúgio e às produções culturais dos países de origem dos refugiados. Entre os participantes estão pessoas em situação de refúgio vindas da Síria, Senegal, Sérvia, Guiana Francesa, Irã, Peru, Congo e Venezuela.
Na semana seguinte, a Cáritas Arquidiocesana de São Paulo promove as “Jornadas Caritas”, com o apoio do ACNUR, para tratar de questões sobre refúgio e violência contra a mulher. A Cáritas também exibirá um vídeo com depoimentos de mulheres de diferentes nacionalidades, abordando aspectos sobre seu processo de refúgio e debatendo o tema da perseguição a um grupo social específico, destacando a violência contra a mulher.
No Rio de Janeiro, durante os “16 Dias de Ativismo contra a Violência de Gênero”, a Cáritas Arquidiocesana da cidade promoverá oficinas separadas com mulheres e homens sobre violência de gênero, africanidades, empoderamento feminino e novas masculinades, por meio da dança e da arte. As atividades se encerram no dia 10 de dezembro, com uma apresentação de dança e um diagnóstico dos resultados alcançados nas oficinas.
Neste ano, o ACNUR adotou o fim da violência de gênero no mundo do trabalho como o tema dos “16 Dias”, destacando que refugiados, solicitantes de refúgio, deslocados internos, apátridas e outras pessoas de interesse do ACNUR podem estar sujeitas a situações de violência sexual e de gênero em ambientes de trabalho formais e informais. O enfoque “mundo do trabalho” tem entre suas finalidades principais conscientizar as situações de violência que os refugiados podem ser submetidos, gerar maior envolvimento e promover mudanças sistêmicas no combate à violência sexual e de gênero em situações de trabalho.
Em mensagem aos funcionários do ACNUR, o Alto Comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, afirmou ser necessário ações mais efetivas para proteger os refugiados da violência sexual e de gênero no mundo do trabalho. “O mundo do trabalho pode ser particularmente arriscado para os refugiados. Muitos não têm escolha senão trabalhar no mercado informal e, portanto, estão expostos a condições de trabalho inseguras e abusivas, incluindo a violência de gênero”, disse Grandi, ecoando a campanha deste ano.
Os “16 Dias de Ativismo contra a Violência de Gênero” começaram em 1991, quando mulheres de diferentes países, reunidas pelo Centro de Liderança Global de Mulheres (CWGL), iniciaram uma campanha a fim de promover o debate e denunciar as várias formas de violência contra as mulheres no mundo.
Para mais informações sobre as atividades do ACNUR no marco dos “16 Dias de Ativismo”, entre em contato com a Assessoria de Imprensa da Agência da ONU para Refugiados (fone: 61.3044.5744 / e-mail: [email protected])