ACNUR promove inovação e autonomia em encontro anual de ONGs
ACNUR promove inovação e autonomia em encontro anual de ONGs
GENEBRA, 3 de julho de 2012 (ACNUR) – A Agência da ONU para Refugiados pediu nesta terça-feira o apoio de organizações não-governamentais (ONGs) no desenvolvimento de mecanismos inovadores para capacitar e promover o empoderamento de refugiados e deslocados, incentivando-os a conquistar sua autonomia. O pedido foi feito pelo Vice-Alto Comissário da ONU para Refugiados, T. Alexander Aleinikoff, na abertura da sessão anual de consultas com ONGs parceiras.
Falando para uma plateia de 430 participantes de 86 países, o delegado afirmou que o ACNUR preocupa-se em tornar a agência e seus parceiros “organizações do século 21”, incorporando as melhores práticas ao redor do mundo.
"Muitos de nós trabalhamos do mesmo modo que há anos vem dando certo. No entanto, o mundo mudou”, ele afirmou, adicionando que o ACNUR tem interesse nos avanços tecnológicos em áreas como telefonia móvel, energia solar, fogões sustentáveis, abrigos e micro-crédito.
"Em todas estas áreas onde as práticas inovadoras seriam bem-vindas poderíamos aprender com a experiência das organizações e saber como as mudanças estão ocorrendo ao redor do mundo”, disse Aleinikoff. Ele anunciou que o ACNUR lançará em breve uma “iniciativa inovadora” para agregar todas as boas práticas desenvolvidas em campo.
Depois de pedir que as ONGs compartilhem suas boas práticas com o ACNUR, o delegado também pediu o apoio delas em projetos de moradia e treinamento a longo prazo, que devolvam ao refugiados e deslocados sua autoconfiança.
"Ressalto que nosso foco deve estar nas atividades que promovam a autoconfiança nos campos de refugiados, acampamentos e nas situações de refúgio urbano”, disse aos participantes. “Sem dúvida contamos com a ajuda, a energia e as ideias das organizações parceiras”, reafirmou o Vice-Alto Comissário.
Com o tema “Parcerias em Foco”, o encontro anual debateu questões de interesse geral durante as sessões divididas por temas e por região. Entre os assuntos discutidos estiveram apatridia, reassentamento, mudanças climáticas, gerenciamento de informações, xenofobia e racismo, refugiados urbanos, violência sexual e justiça e a Primavera Árabe.
A diretora da Divisão de Relações Exteriores do ACNUR, Daisy Dell, reafirmou a importância das ONGs e o trabalho da agência em parceria com mais de 750 organizações em todo o mundo, 600 delas com atuação local. Ela ressaltou o crescente risco enfrentado em campo, prestando homenagem ao motorista do Conselho Norueguês para Refugiados, Abdi Ali, que morreu semana passada em Dadaab, no Quênia, durante um sequestro de agentes humanitários.
Sobre os novos desafios, Dell afirmou que “é preciso rever o modo de engajamento entre ACNUR e seus parceiros nos anos que virão”. E completou “o Alto Comissário António Guterres colocou como agenda prioritária a coordenação entre agências e o fortalecimentos de parcerias”.
Nas últimas duas décadas, as consultas anuais tem sido uma oportunidade de debater amplamente os diversos aspectos do trabalho do ACNUR e seus parceiros em prol de refugiados e deslocados.
As ONGs são parceiras vitais para o ACNUR, já que são responsáveis pela implementação de programas nos locais mais remotos e de difícil acesso em todo o mundo.