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Ajuda vital chega aos sobreviventes do terremoto na Síria que – novamente – perderam tudo

Comunicados à imprensa

Ajuda vital chega aos sobreviventes do terremoto na Síria que – novamente – perderam tudo

13 Fevereiro 2023
Itens de socorro, incluindo cobertores de alta temperatura e utensílios de cozinha, são descarregados para distribuição na mesquita no bairro Suleiman Al-Halabi de Aleppo. © ACNUR/Hameed Maarouf

Em um mercado coberto na histórica Cidade Velha de Aleppo, as famílias sentam-se juntas dentro das pequenas unidades de varejo, amontoadas para se aquecer e embrulhadas em camadas de roupas e cobertores térmicos – seu único isolamento contra as temperaturas congelantes do inverno que atualmente atingem esta parte do norte da Síria.

Eles chegaram aqui após os terremotos devastadores que atingiram o sul da Turquia e o norte da Síria em 6 de fevereiro, que até agora mataram mais de 35.000 pessoas em ambos os países, com um número desconhecido ainda desaparecido sob os escombros.

As famílias que agora vivem no abrigo coletivo organizado às pressas no souq Al-Harir de Aleppo estão aqui porque não têm para onde ir, incapazes ou com muito medo de retornar às casas danificadas ou destruídas pelos terremotos.

Ajude mais famílias da Turquia e da Síria a terem itens para sobreviver. 

Mazen, pai de quatro filhos que foi deslocado de sua casa no bairro Salahadin de Aleppo por vários anos durante a longa crise da Síria, disse que pensou que ele e sua família iriam morrer quando o terremoto ocorreu na madrugada de segunda-feira.

“Eu estava dormindo na hora. Eu [senti] algo tremendo e ouvi minha esposa dizer 'terremoto, terremoto!'”, disse ele. “Eu me levantei e cobri meu filho, dizendo a mim mesmo que se algo acontecesse, eu receberia o [impacto] e salvaria meu filho.”

“Depois de um ou dois minutos, parou e eu disse: ‘graças a Deus estamos vivos’. [Mas] talvez um minuto depois, começou de novo. Esse segundo foi muito assustador. Saímos para a estrada e depois disso não voltamos para casa”, acrescentou Mazen.

Vestindo um roupão cinza sobre camadas de roupas e um cachecol enrolado em seu gorro de lã para aquecimento extra, Mazen disse que o terremoto deixou rachaduras profundas nas paredes do apartamento de sua família no quarto andar e eles não se sentem seguros em voltar para casa.

Perto desse local, dezenas de outras famílias estão abrigadas dentro de uma mesquita no distrito de Suleiman Al-Halabi da cidade. Os adultos sentam-se em grupos silenciosos no chão de carpete vermelho, enquanto as crianças correm e brincam no espaço entre eles. A maioria não tem nada além das roupas que veste, tendo deixado tudo para trás ao fugir de suas casas.

Na quarta-feira, equipes da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e da ONG Crescente Vermelho Árabe Sírio conseguiram entregar a tão necessária ajuda aos que se abrigam na mesquita. Desde segunda-feira, a agência e seus parceiros distribuem itens de socorro, incluindo cobertores térmicos, colchões, lâmpadas solares e roupas de inverno para os sírios afetados pelo terremoto.

Saiba mais: ACNUR responde a terremotos mortais na Síria e Turquia.

 

“É uma crise dentro da crise.”

 

Muitos dos afetados já viviam em um estado deplorável antes do desastre. Milhões no noroeste do país, perto da fronteira com a Turquia, já haviam sido deslocados de suas casas durante a crise de 12 anos no país. A combinação de turbulência econômica e alta dos preços deixou muitos mais lutando pela sobrevivência diária.

“Esta é uma crise dentro de uma crise”, disse o representante do ACNUR para a Síria, Sivanka Dhanapala, a repórteres em uma coletiva de imprensa na sexta-feira. “6,8 milhões de pessoas já estão deslocadas internamente no país, e isso foi antes do terremoto. São pessoas que vivem em condições muito difíceis, em habitações muito frágeis e, claro, foram as mais atingidas.”

“É literalmente a época mais fria do ano na Síria, com fortes nevascas nas áreas afetadas”, acrescentou Dhanapala. “É claro que isso afeta o acesso, as estradas foram danificadas em termos de tentar alcançar as pessoas – tem sido muito, muito difícil.”

 O inverno não espera para atingir pessoas já vulneráveis. Doe agora.

 

“Não sabemos o que vai acontecer.”

 

Logo após os terremotos, os parceiros do ACNUR no noroeste do país puderam distribuir estoques pré-posicionados de ajuda a alguns dos sobreviventes mais vulneráveis. Mas danos à única estrada usada para transportar ajuda internacional da Turquia para o noroeste da Síria prejudicaram os esforços para trazer mais assistência.

Com a estrada agora aberta, o primeiro comboio de ajuda da ONU de seis caminhões chegou na quinta-feira e mais estão a caminho.

Por enquanto, o foco é fornecer assistência vital para aqueles que perderam tudo e ajudá-los a sobreviver ao inverno.

Do lado de fora da loja onde sua família está hospedada no mercado coberto de Aleppo, Mazen sabe que está entre os sortudos e, por enquanto, prefere não olhar muito à frente.

“Só podemos pensar neste minuto agora”, disse ele. “Amanhã não sabemos o que vai acontecer, mas por enquanto, Alhamdulillah [louvado seja Deus], ​​estamos seguros.”