Alto Comissariado elogia reassentamento e integração de refugiados na Austrália e Nova Zelândia
Alto Comissariado elogia reassentamento e integração de refugiados na Austrália e Nova Zelândia
AUCKLAND, Nova Zelândia, 05 de março (ACNUR) - O Alto Comissario da ONU para Refugiados, António Guterres, elogiou as contribuições da Austrália e da Nova Zelândia para a proteção de refugiados no mundo. Durante recente visita aos dois países, Guterres conheceu seus porgramas de reassentamento e integração.
O Alto Comissário agradeceu os dois governos por suas contribuições ao Fórum Global de Políticas do ACNUR por seus programas anuais de reassentamento e suas generosas doações financeiras para a organização.
Em Hamilton, Nova Zelândia, ele assistiu à apresentação de um grupo de refugiados que celebrava a tradicional powhiri – ou cerimônia de boas vindas.
Há mais de uma década separados de sua família, uma garota e seu irmão finalmente se reuniram com sua mãe e outros parentes por meio do programa neozelandês de reassentamento, podendo recomeçar suas vidas em Hamilton.
A cerimônia de acolhida de uma família de refugiados de Mianmar foi realizada em uma casa de reuniões Maori, em respeito à tradição dos povos indígenas da Nova Zelândia de dar as boas vindas aos refugiados recém-chegados.
"Esta é uma das cerimônias de recepção mais genuínas e comoventes que já vi", comentou Guterres. O Alto Comissário também conheceu alguns aspectos do projeto de reassentamento na Nova Zelândia e se reuniu com ministros, funcionários governamentais, ONGs e grupos comunitários para discutir as atuais estratégias do novo governo em relação ao acesso a serviços básicos, como educação, capacitação, saúde e habitação.
"Este é um importante progresso", disse Guterres. "Parabenizo o governo da Nova Zelândia pelas novas iniciativas em relação à estratégia de reassentamento de refugiados, e estou ansioso para ver os resultados de sua implementação nas próximas semanas".
Na Austrália, o Alto Comissário discutiu com vários parceiros uma série de questões que afetam refugiados e solicitantes de refúgio no país. Com o primeiro-ministro Julia Gillard, além de outros ministros e funcionários do governo, Guterres abordou a profunda relação que o ACNUR possui com a Austrália.
"Isto abrange, entre outras coisas, o papel da Austrália na proteção dos refugiados e solicitantes de refúgio no âmbito da Convenção dos Refugiados, seu generoso programa de reassentamento, seu envolvimento na proteção dos refugiados na região, e seu apoio às operações do ACNUR em todo o mundo", disse. "É uma relação forte e que nós valorizamos muito".
António Guterres também mencionou suas preocupações sobre a detenção obrigatória de solicitantes de refúgio na Austrália e sobre a duração das avaliações de segurança pela Organização Australiana de Inteligência de Segurança (AISO). Em relação aos solicitantes de refúgio que chegam por via marítima, defendeu a idéia de que a Austrália deva conceder acesso a seu território às pessoas que necessitam de proteção, não importando como elas chegam ao país.
Em discussões com a sociedade civil, o Alto Comissário reconheceu "o trabalho essencial e significativo" de ONGs, comunidade e grupos religiosos, bem como de autoridades centrais e locais, e seus esforços no sentido de ajudar os recém-chegados a se integrar à sociedade australiana e reconstruir uma vida produtiva.
Após estas reuniões, Guterres fez um discurso no Instituto Lowy, um “think tank” internacional com sede em Sydney, onde descreveu alguns dos desafios globais do ACNUR e discutiu uma série de desafios que país como a Austrália enfrentam na elaboração de suas políticas.
"Estou ciente de que a movimentação marítima de pessoas em viagens perigosas é um problema que preocupa muitos governos na região, incluindo o australiano", observou o Alto Comissário. "Entrentanto, este debate ganha certos matizes se comparado ao problema dos refugiados em outras regiões do mundo, já que o número de pessoas que chegam à Austrália ainda é pequeno em relação aos padrões globais", concluiu.
Em sua primeira visita à Austrália e Nova Zelândia desde 2009, Guterres disse que ficou impressionado com a vitalidade e a diversidade dos dois países, além de seus fortes compromissos com a proteção dos refugiados.
"Somos muito gratos a esses dois países porque, ao longo dos anos, eles deram vida nova a centenas de milhares de refugiados."
Por Ben Farrell, em Auckland (Nova Zelândia)