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Alto Comissário do ACNUR pede apoio para os países que recebem refugiados

Comunicados à imprensa

Alto Comissário do ACNUR pede apoio para os países que recebem refugiados

Alto Comissário do ACNUR pede apoio para os países que recebem refugiadosO Alto Comissário António Guterres pediu à comunidade internacional uma maior solidariedade global para lidar com as atuais revoltas e crises humanitárias.
4 May 2011

WASHINGTON, DC, Estados Unidos, 4 de maio (ACNUR) - O Alto Comissário da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), António Guterres, pediu à comunidade internacional uma maior solidariedade global para lidar com as atuais revoltas e crises humanitárias.

“Uma dimensão do deslocamento frequentemente esquecida é a contribuição dos países vizinhos que fazem fronteira com os países em conflito”, disse Guterres a jornalistas, nesta terça-feira, no Clube de Imprensa Nacional em Washington. “Esses países geralmente são pobres, vulneráveis e correm o risco de futura instabilidade. Eles precisam que a assistência internacional ajude a apoiar os refugiados e populações deslocadas”.

Os funcionários do ACNUR estão atualmente empenhados nas amplas emergências humanitárias ao redor do mundo, incluindo as crises na Líbia e na Costa do Marfim. Em ambos os casos, os países vizinhos que saem de suas próprias crises – Tunísia, Egito e Libéria –, receberam um grande número de refugiados.

Guterres disse que, num tempo em que muitos países estão fechando suas fronteiras para os que necessitam de proteção, a Tunísia e o Egito são bons exemplos ao compartilhar seus limitados recursos com as pessoas que fugiram da Líbia.

“Em uma viagem recente [à fronteira Líbia-Tunísia], eu presenciei tunisinos pobres vindo à fronteira para ajudar os refugiados, dividindo com eles seus recursos. Eu os vi dando comida, cobertores, ou qualquer coisa que tivessem”, ele disse. A mesma generosidade foi demonstrada na fronteira com o Egito.

Na Tunísia e no Egito, o ACNUR e a Organização Internacional para as Migrações (OIM) trabalharam em conjunto para repatriar dezenas de milhares de trabalhadores migrantes que fugiram da Líbia. O ACNUR tem se concentrado em buscar uma solução para os refugiados de terceiros países, que foram deslocados duas vezes, e principalmente os de origem sub-saariana, barrados na fronteira após deixar a Líbia e impossibilitados de retornar a seus países de origem.

Guterres estabeleceu ações específicas para aliviar o ônus dos países que recebem os refugiados; dentre elas está um pedido aos países de reassentamento para que aceitem cerca de 3 a 4 mil refugiados de países sub-saarianos, deslocados pelo conflito na Líbia.

Ele também destacou a necessidade de assistência para o desenvolvimento, em particular, para fornecer trabalho a jovens desempregados e estudantes com graduação universitária. Por fim, Guterres pediu políticas migratórias proativas, que permitam que refugiados e outros migrantes em risco encontrem segurança e proteção no mundo industrializado.

Guterres também enfatizou o papel que a Libéria teve na crise na Costa do Marfim. “A Libéria se encontra em uma situação muito difícil e, mesmo assim, abriu sua fronteira aos refugiados. Em uma visita recente, eu vi liberianos dando sementes de arroz a refugiados. A Libéria está em uma situação de transição complexa entre guerra, a paz e democracia e, novamente, nós conseguimos enxergar generosidade”, disse, referindo-se à longa guerra civil no país finalizada somente em 2003.

Enquanto visitava Washington nesta semana, o Alto Comissário destacou a necessidade de apoio massivo em termos políticos e financeiros, principalmente vindos da América do Norte e da Europa, aos países que recebem refugiados. Esse apoio é necessário para o estabelecimento de regimes democráticos efetivos e para auxiliar na melhoria das condições de segurança nos níveis regional e global.

“O mundo precisa demonstrar solidariedade com a Tunísia, o Egito e a Libéria, da mesma forma que eles fizeram com os refugiados”, disse Guterres. “O sucesso das revoluções e a ascensão de sociedades democráticas é de grande interesse para o mundo ocidental”.

Lilli Tnaib, Washington, DC, Estados Unidos