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Alto Comissário do ACNUR pede melhoria na proteção de pessoas deslocadas nas Américas e que causas dos movimentos sejam abordadas

Comunicados à imprensa

Alto Comissário do ACNUR pede melhoria na proteção de pessoas deslocadas nas Américas e que causas dos movimentos sejam abordadas

16 Novembro 2023
O Alto Comissário do ACNUR, Filippo Grandi, se reúne com Renette Saintilma, Djouleny Jean e Cristina Jean, do Haiti, durante sua visita à Necoclí, Colômbia, perto da fronteira com o Panamá. © ACNUR/Santiago Escobar-Jaramillo
Genebra, 16 de novembro de 2023 - O Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados, Filippo Grandi, concluiu uma visita de três dias à Colômbia, país que enfrenta vários movimentos populacionais. Ele pôde ver como, apesar dos vários desafios, o governo e o povo da Colômbia estão focados em soluções para o deslocamento.

"A abordagem colombiana de assistência, proteção e fornecimento de soluções para pessoas deslocadas, refugiados e migrantes, ao mesmo tempo em que tenta abordar as causas fundamentais de seu deslocamento, é exemplar", disse Grandi durante sua reunião com a Vice-Presidente e Ministra da Igualdade e Equidade da Colômbia, Francia Marquez. Eles também discutiram o papel da Colômbia como um dos seis coorganizadores do Fórum Global sobre Refugiados, o principal fórum internacional sobre refugiados, a ser realizado em dezembro. Ele acrescentou: "A voz da Colômbia no Fórum será essencial. O objetivo do Fórum é justamente compartilhar boas práticas e lições aprendidas, mas também contribuir para soluções para as pessoas refugiadas e os países que as acolhem".

Grandi também conversou com deslocados internos, líderes comunitários e autoridades nacionais e locais. "Ouvi dos deslocados internos que conheci que a segurança é sua principal preocupação e o principal obstáculo para voltar para casa. É importante que eles sejam ativamente integrados ao processo de paz liderado pelo governo, para que sua voz seja ouvida", disse Grandi.

Ele expressou preocupação com a grave situação de deslocamento interno na Colômbia. Mais de 100.000 pessoas foram deslocadas à força somente neste ano. Cerca de 6,9 milhões de pessoas deslocadas precisam urgentemente de assistência e acesso a soluções. Essas são comunidades muito vulneráveis, com renda muito baixa.

A situação no país é agravada por movimentos mistos sem precedentes na região das Américas, com seu epicentro na região de Darien, entre a Colômbia e o Panamá. Somente em 2023, cerca de 470.000 refugiados e migrantes embarcaram nessa perigosa jornada e centenas deles perderam suas vidas ao longo do caminho.

O Alto Comissário visitou as cidades colombianas de Necoclí e Acandí, na fronteira com o Panamá, onde se reuniu com várias pessoas a caminho da selva de Darién e viu aspectos da resposta humanitária coordenada às necessidades crescentes, com o objetivo também de apoiar os esforços do governo colombiano para reforçar sua presença civil nas áreas afetadas.

Em Bogotá, o Alto Comissário visitou um Escritório de Mobilidade Segura, parte da iniciativa Mobilidade Segura, liderada pelos Estados Unidos em parceria com países da região e apoiada pelo ACNUR e pela OIM, que visa oferecer aos refugiados e migrantes alternativas legais e ajudá-los a evitar a perigosa rota de Darién.

Os complexos movimentos mistos de pessoas refugiadas e migrantes exigem um compartilhamento genuíno de responsabilidades e uma ampla abordagem baseada nas rotas. "É fundamental fornecer mais assistência às pessoas que estão se deslocando, principalmente àquelas que são vulneráveis; aumentar o apoio aos países anfitriões para a proteção e inclusão de pessoas necessitadas; estabelecer opções adicionais de rotas seguras e legais; e abordar as causas fundamentais desses movimentos", concluiu Grandi.

Notas para os editores:

  • O Fórum Global sobre Refugiados (GRF) será realizado de 13 a 15 de dezembro em Genebra, na Suíça. O GRF é convocado a cada quatro anos. Ele visa fortalecer o compartilhamento de responsabilidades de acordo com os quatro objetivos do Pacto Global sobre Refugiados: aliviar a pressão sobre os países anfitriões, aumentar as oportunidades de autossuficiência, expandir o acesso a soluções de terceiros países e apoiar as condições nos países de origem para o retorno seguro e digno daqueles que tiveram que se deslocar.
  • A situação na Colômbia faz parte dos movimentos mistos de refugiados e migrantes nas Américas, já que o continente enfrenta crises humanitárias complexas e abriga um número sem precedentes de 22 milhões de pessoas que foram forçadas a deixar seus países e comunidades em busca de proteção e estabilidade.
  • O Grupo Interagencial sobre Fluxos Migratórios Mistos (GIFMM) foi criado em 2016 e é co-liderado pelo ACNUR e pela OIM. Seu objetivo é coordenar a resposta das agências de ajuda às necessidades da população refugiada e migrante venezuelana, dos retornados colombianos e da população anfitriã na Colômbia, de forma complementar à do Governo Nacional. O GIFMM tem 81 membros, incluindo agências da ONU, ONGs internacionais e nacionais e membros do Movimento da Cruz Vermelha. O GIFMM é a expressão nacional da Plataforma de Coordenação Interagencial Regional para Refugiados e Migrantes (R4V). Ele é responsável pela implementação do Plano de Resposta Regional para Refugiados e Migrantes (PRRM) na Colômbia. O PRRM é uma estratégia de resposta regional que abrange 17 países da América Latina e do Caribe, com o objetivo comum de atender às necessidades humanitárias, de proteção e de integração socioeconômica da população de refugiados e migrantes venezuelanos, bem como das comunidades anfitriãs.
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