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Alto Comissário do ACNUR pede que Estados apoiem uma resposta mais justa à crise dos refugiados

Comunicados à imprensa

Alto Comissário do ACNUR pede que Estados apoiem uma resposta mais justa à crise dos refugiados

5 Novembro 2018
A empresária Zeinab emprega 43 mulheres em situação de vulnerabilidade, incluindo refugiadas afegãs, na sua fábrica de costura na cidade iraniana de Shiraz. © ACNUR / Sebastian Rich.

NOVA IORQUE, Estados Unidos - O Alto Comissário da Agência da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, pediu aos países membros da ONU que pensem em um novo acordo global para os refugiados, que priorize não só a dignidade, os direitos e as aspirações dos refugiados, como também das pessoas que os acolhem.

Apresentando o seu relatório anual e o Pacto Global ao Terceiro Comitê da Assembleia Geral da ONU em Nova York, Grandi disse que mesmo em meio a tanta adversidade o multilateralismo se mantém, mas precisa ser revigorado.

"Os refugiados são uma preocupação internacional e uma responsabilidade compartilhada", disse Grandi. “Com o Pacto Global, nós teremos pela primeira vez um modelo prático, viável e um conjunto de ferramentas que traduz este princípio em ação.”

Grandi expressou preocupação sobre o fato dos refugiados e dos migrantes se tornarem cada vez mais alvos e vítimas de agendas políticas divididas e de políticas regionais e internacionais.

"Precisamos encontrar uma maneira de nos afastarmos da política - e chamarmos a atenção para o que importa - a dignidade, os direitos e a humanidade compartilhada", acrescentou Grandi.

Dois anos atrás, a Assembleia Geral da ONU pediu ao ACNUR que consultasse os Estados membros da ONU e outras partes interessadas para desenvolver um novo acordo internacional para os refugiados - conhecido como o Pacto Global sobre Refugiados – e propô-lo à comunidade internacional como parte de seu relatório anual, como Grandi o fez há uma semana.

“Com o Pacto Global, nós teremos pela primeira vez um modelo prático, viável e um conjunto de ferramentas que traduz este princípio em ação.”

"Se dermos oportunidades aos refugiados, eles também podem ser catalisadores da humanidade, da solidariedade e de um senso de propósito compartilhado na sociedade. Em outras palavras, de tudo o que nos une e nos fortalece diante dos desafios globais", disse Grandi.

Crises em todos os continentes forçaram mais de 68,5 milhões de pessoas a se deslocarem, incluindo mais de 25,4 milhões de refugiados, disse Grandi em seu discurso ao comitê da ONU.

Soluções políticas permanecem difíceis de serem alcançadas na resolução de problemas, disse ele. Ademais, a interseção do conflito com outros fatores, como as mudanças climáticas, a pobreza e a desigualdade, provocaram novos fluxos de deslocamento, que são difíceis de serem solucionados.

Grandi também observou que, embora haja muitos exemplos preocupantes de refugiados e de requerentes de asilo que são não são devidamente acolhidos, existem inúmeras comunidades locais ao redor do mundo – muitas vezes em áreas remotas e fronteiriças – que continuam oferecendo proteção e apoio aos refugiados. Apesar de seus meios limitados, tais comunidades acolhedoras são movidas pela compaixão e pelos valores humanos fundamentais.

O Alto Comissário do ACNUR, Filippo Grandi (centro do DAI), propõe um novo acordo internacional para os refugiados no Terceiro Comitê da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, em 31 de outubro de 2018. © ONU / Manuel Elias

Em muitos desses lugares, uma nova resposta às crises de refugiados está criando raízes.

“Décadas mantendo os refugiados enclausurados em campos ou à margem da sociedade estão dando lugar a uma abordagem fundamentalmente diferente. A preocupação passa a ser a inclusão dos refugiados nos sistemas nacionais, nas sociedades e nas economias de seus países anfitriões pelo tempo que for necessário, permitindo que eles contribuam para as suas novas comunidades e garantam o próprio futuro”, disse Grandi, observando que o Pacto Global é oriundo da generosidade dessas comunidades.

Grandi pediu aos Estados membros que empreendessem um maior esforço coletivo para fortalecer a importância e a implementação do Pacto.

Lembrando a coragem, a resiliência e a determinação de muitas pessoas deslocadas que ele conheceu durante o ano passado no Quênia, na Síria, no Irã e na Colômbia, entre outros países, para Grandi este era um momento de olhar para trás.

“Caberá a todos nós fazermos isso acontecer, para garantir que essa promessa se torne realidade para os milhões de refugiados e de deslocados no mundo que estão contando conosco”.

“Este é um momento no qual as pessoas se reuniram para pensar em um caminho melhor, mais justo e mais igualitário para às crises dos refugiados, protegidas dos caprichos da política, adaptada aos desafios do nosso mundo.”

“Caberá a todos nós fazermos isso acontecer, para garantir que essa promessa se torne realidade para os milhões de refugiados e de deslocados no mundo que estão contando conosco”, ele concluiu.

Espera-se que o Pacto Global seja validado pela Assembleia Geral da ONU até o final de 2018.