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Alto Comissário pede apoio internacional para refugiados da Repúplica Centro-Africana

Comunicados à imprensa

Alto Comissário pede apoio internacional para refugiados da Repúplica Centro-Africana

Alto Comissário pede apoio internacional para refugiados da Repúplica Centro-AfricanaO Alto Comissário António Guterres, convocou a comunidade internacional para aumentar seu apoio à República Demorcrática do Congo e à República Centro-Africana.
12 Abril 2013

WOROBE, República Democrática do Congo, 12 de abril (ACNUR) – O Alto Comissário da ONU para Refugiados, António Guterres, convocou na sexta-feira a comunidade internacional para aumentar seu apoio à República Demorcrática do Congo e à República Centro- Africana (RCA), países que têm enfrentado grave crise humanitária há mais de uma década.

A convocação foi feita durante a visita do Alto Comissário ao campo Worobe no norte da província congolesa de Equateur, onde conversou com mais de 2 mil refugiados da República Centro-Africana. Aproximadamente 37 mil civis  deixaram o país, atravessando o Rio Oubangui para as províncias congolesas Equateur e Orientale, com o objetivo de escapar dos recentes conflitos.

O Alto Comissário afirmou que foi à República Democrática.do Congo  para chamar a atenção do mundo para a crise humanitária “esquecida” que tem ocorrido lá e na país vizinha República Centro-Africana. Ele enfatizou ainda que mais de 3 milhões de civis de ambos os países têm sido forçados a sair de suas cidades devido à violência e aos constantes conflitos.

Quase duas décadas de guerra e instabilidade deixaram 2,5 milhões de congoleses desabrigados no país, a maioria nas províncias do leste, enquanto outros 450 mil fugiram para outros países como Uganda, Ruanda e Burundi. Enquanto isso, os milhares de novos refugiados da RCA foram somados aos seus 188 mil compatriotas exilados há anos em países vizinhos. A República Centro-Africana tem também atualmente 173 mil deslocados internos (IDPs, na sigla em inglês).

Em conversa com os refugiados de Worobe, Guterres disse: “Eu gostaria de expressar minha solidariedade a vocês, porque sei o quanto têm sofrido bastante.” Disse ainda “nós e nossos parceiros faremos de tudo para garantir que a comunidade internacional consiga ajuda-los.”

Os refugiados disseram ao Alto Comissário e sua equipe que necessitavam urgentemente de água limpa, alimentos, abrigo e cuidados médicos. Worobe está localizada aproximadamente à 20 quilômetros da cidade de Zongo em Equateur, que fica do lado oposto à capital Bangui. Centenas de refugiados tem ficado em Zongo com famílias que os acolhem.

O ACNUR e seus parceiros têm enfrentado problemas logísticos para chegar aos milhares de refugiados que estão espalhados numa extensão de 600 kilômetros em Oubangui, região remota e de difícil acesso. O ACNUR tem trabalhado com as autoridades congolesas, bem como de outros dois países que também abrigam estes refugiados, Camarões e Chade, para lhes prover assistência humanitária e garantir proteção.

A Agência, que também tem auxiliado na segurança e em assistência humanitária, tem registrado os refugiados, distribuído alimentos, água e remédios, montado abrigos e trabalho com organizações parceiras para prover cuidados médicos e educação.

O ACNUR já alocou US$ 6 milhões em resposta ao fluxo recebido, porém, este valor não é suficiente para cobrir as necessidades de todos os refugiados, que estão bastante dispersos. Um novo campo para inicialmente 10 mil refugiados está sendo criado em Inke, no distrito de Oubangui, norte de Equateur.

Guterres chegou à República Democrática do Congo na última quinta-feira para uma visita de 3 dias. Antes de sua partida, na noite do último sábado, ele encontrou  o presidente Joseph Kabila e membros de seu governo.

O ACNUR realiza enorme operação na República Democrática do Congo. Além dos deslocados internos, também monitora dezenas de milhares de refugiados de outros países africanos. A Agência tem ajudado a repatriar refugiados da República do Congo, Angola, Ruanda e Burundi.

Por Fatoumata Lejeune-Kaba em Worobe, República Democrática do Congo.

Obrigado (à voluntária) do UNV Online Vivian Alt pelo apoio na tradução deste texto do inglês.