Alto Comissário visita refugiados da República Centro Africana no Congo
Alto Comissário visita refugiados da República Centro Africana no Congo
KINSHASA, República Democrática do Congo, 12 de abril de 2013 (ACNUR) – Nesta sexta-feira, o Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados, António Guterres, visita refugiados da República Centro Africana numa região remota e de difícil acesso no norte da República Democrática do Congo (RDC).
Em meio a relatos de contínua insegurança e disputas em Bangui, capital da República Centro Africana, as pessoas têm cruzado o rio Oubangui em busca de refúgio nas províncias congolesas Equateur e Orientale.
“Pré-registramos mais de 29.500 refugiados, incluindo quase 24 mil apenas em Equateur”, disse um porta-voz do ACNUR, afirmando também que os refugiados estão ao longo dos 600 quilômetros de extensão do rio.
Nesta sexta-feira Guterres visita as cidades de Zongo e Libenge, em Equateur. Em Zongo, ele encontrará alguns dos 1.800 refugiados e suas famílias. A maioria chegou quando os rebeldes capturaram Bangui – do outro lado do rio – em 23 de março.
De Zongo, ele viajará 20 quilômetros até Worobe, um campo que abriga mais de 2.270 refugiados centroafricanos. O ACNUR e seus parceiros estão provendo assistência e proteção neste campo. Um novo campo para, inicialmente, 10 mil refugiados está sendo implantado em Inke, no distrito de North Oubangui, em Equateur.
As necessidades dos refugiados são significativas, mas o acesso à área é bem difícil. O ACNUR está trabalhando com as autoridades da RDC e de outros dois países que abrigam estes refugiados, Camarões e Chade, para garantir sua proteção e assistência. A agência tem registrado os refugiados, distribuído ajuda humanitária, criado abrigos de emergência e trabalhado com organizações parceiras para apoiar ações de saúde e educação.
“Em Libenge, o Alto Comissário Guterres visitará projetos de reintegração de refugiados retornados. Ele verá de perto a reintegração de quase 65 mil congoleses que em maio de 2012 retornaram voluntariamente da República do Congo com a ajuda do ACNUR”, disse o porta-voz. A operação ribeirinha continua e já ajudou quase 18 mil pessoas somente este ano.
Os retornados em Libenge estão entre os mais de 140 mil civis que buscaram refúgio nos países vizinhos a RDC em virtude dos conflitos étnicos iniciados por questões de terra e pesca em 2009, no Equateur.
Neste sábado em Kinshasa, Guterres encontrará oficiais do governo, incluindo o presidente Joseph Kabila e o primeiro ministro Augustin Matata Ponyo, para tratar da situação dos refugiados centroafricanos e do outro importante trabalho do ACNUR no país.
O ACNUR lidera uma grande operação na RDC, ajudando mais de 2,5 milhões de pessoas deslocadas internamente, a maioria no leste e no norte, assim como dezenas de milhares de refugiados de outros países africanos. A agência também ajudou a repatriar refugiados da República do Congo, Angola, Ruanda e Burundi.
“Também ajudamos milhares de congoleses refugiados em Uganda, Ruanda e Burundi, muitos deles deixaram a RDC por causa da violência mais recente no leste, iniciada no ano passado”, disse o porta-voz do ACNUR. “Estamos extremamente preocupados com a estabilidade regional diante da violência incessante na RDC, novas crises e deslocamentos na República Centro Africana e na região de Darfur, no Sudão”.