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Anexo BV8 atende 14,5 mil pessoas em cerca de 7 meses de funcionamento

Comunicados à imprensa

Anexo BV8 atende 14,5 mil pessoas em cerca de 7 meses de funcionamento

1 Junho 2022
Pessoas refugiadas e migrantes recebem informações sobre integração e documentação no Anexo BV-8. © ACNUR/Camila Ignacio Geraldo
Pacaraima, 1 de junho de 2022 – A partir do final de 2021, quem chegava ao município de Pacaraima se deparava com uma cena desoladora: centenas de pessoas aguardando regularização migratória, sem um local para pernoitar e, consequentemente, ocupando as calçadas e locais públicos desta pequena cidade fronteiriça. Tal situação, vista após a flexibilização das regras que impediam a entrada de pessoas em extrema vulnerabilidade no Brasil, então recebeu atuação e resposta rápida da Operação Acolhida do Governo Federal, ACNUR e sociedade civil.

Como uma forma de abrigamento temporário e emergencial com oferta de serviços básicos, o ACNUR, com apoio da União Europeia, inaugurou em 27 de outubro de 2021 o Anexo BV8, local voltado para pernoite de até 550 pessoas. No local, essas pessoas recebem colchões, alimentação e produtos de higiene. O espaço, em cerca de sete meses, abrigou quase 14.5 mil pessoas, com prioridade para mulheres, crianças e pessoas idosas. “O Anexo BV-8 é muito importante para que eu tenha onde dormir, fora das ruas, enquanto aguardo a reunificação com meus filhos no Paraná”, diz Amado Hernández, de 65 anos.

Para garantir a proteção das pessoas refugiadas e migrantes que solicitavam a ajuda humanitária no Brasil, houve esforços de abertura de vagas em abrigos pelo ACNUR, aceleração dos processos de documentação pela Polícia Federal, aumento dos números de interiorização e grande atuação na fronteira. Mas foi o Anexo BV-8 que, emergencialmente, ofereceu os serviços essenciais e fez com que o número de pessoas refugiadas e migrantes dormindo nas ruas de Pacaraima reduzisse em poucos meses.

“O anexo é um espaço digno para que pessoas com acentuada vulnerabilidade possam ficar temporariamente. Em um momento de grande fluxo em Pacaraima, ele foi um local que trouxe segurança para a população local e pessoas refugiadas e migrantes”, diz Oyuki Ang, chefe da unidade do ACNUR na cidade de fronteira. “As pessoas estavam na fronteira aguardando a documentação para entrar no Brasil. O ACNUR montou uma estratégia de abrigamento priorizando pessoas vulneráveis durante essa espera para reduzir o número de refugiados e migrantes em situação de rua”, completa Oyuki Ang.

A partir de hoje, 1 de junho de 2022, o Anexo BV-8 passa a ser gerido pela Organização Internacional para as Migrações (OIM), realizando a continuidade nos serviços de abrigamento pernoite para pessoas que acessam o território brasileiro em busca de proteção e integração.

O Anexo BV-8 inicia suas atividades, diariamente, às 16h, com a identificação e registro das necessidades das pessoas que solicitam abrigamento. Durante a gestão do ACNUR, o parceiro AVSI Brasil, que fazia a coordenação e atividades diárias do local, analisava as vulnerabilidades de quem acessava o espaço e pôde referenciar a serviços públicos casos de problemas saúde de ou violências. Após isso, as pessoas recebiam kits de higiene pessoal e eram alocadas em colchões dentro do anexo. Todas as noites, em torno das 19h, um jantar era fornecido pela organização ADRA Brasil ou pela Força Tarefa da Operação Acolhida.

“Nesse local eu me sinto seguro e me tratam muito bem. Acesso a bons banheiros, tenho refeições no jantar e no café da manhã. Há cerca de um mês, desde que cheguei em Pacaraima, estou me alojando aqui até conseguir seguir o caminho da interiorização”, avaliou o venezuelano Amado Hernández.

Com 65 anos, Amado veio ao Brasil para reencontrar os filhos, que saíram da Venezuela em busca de segurança. ©ACNUR/ Camila Ignacio Geraldo

“A parceria é fundamental para a resposta humanitária na fronteira. O próprio anexo existe devido ao apoio da Força Tarefa Logística-Humanitária que, em menos de duas semanas, montou o espaço. Agora, nossos colegas da OIM realizarão a continuidade de seu funcionamento”, diz Oyuki Ang.

No estado de Roraima, o ACNUR, ao lado de Operação Acolhida, resposta do governo brasileiro ao fluxo de pessoas refugiadas e migrantes da Venezuela que acessam o Brasil, oferece quase 10 mil vagas para abrigamento em Boa Vista e Pacaraima. Atualmente, em torno de 7 mil pessoas estão acolhidas nesses espaços. O Abrigo BV-8 possui quase 2 mil vagas, sendo metade para abrigamento diurno e noturno, e as demais também para pernoite. Neste momento, o BV-8 está com vagas disponíveis para atender ambos os serviços.

Além disso, o ACNUR possui programas e projetos para apoio em documentação, proteção, integração econômica e lidera o processo de interiorização institucional para outros estados brasileiros. “Nossa resposta vai desde a chegada na fronteira, com o apoio emergencial às pessoas refugiadas e migrantes que mais precisam, com o intuito de garantir o acesso à direitos, passando pela oferta de cursos e capacitações nos abrigos, até o apoio em outro estado para a integração total”, explica Oyuki Ang.

No Anexo BV-8, mulheres e crianças recebem prioridade para abrigamento. © ACNUR/ Camila Ignacio Geraldo