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Após quase duas décadas, irmãs deslocadas finalmente têm seu próprio lugar

Comunicados à imprensa

Após quase duas décadas, irmãs deslocadas finalmente têm seu próprio lugar

Após quase duas décadas, irmãs deslocadas finalmente têm seu próprio lugarApós passar os últimos nove anos em um apertado e depredado centro coletivo na cidade de Jablanica no sul da Bósnia, Devla e Mevzeta enfim têm seu próprio lugar.
17 Outubro 2010

JABLANICA, Bósnia-Herzegovina, 18 de outubro (ACNUR) – Após passar os últimos nove anos em um apertado e depredado centro coletivo na cidade de Jablanica no sul da Bósnia, Devla e Mevzeta enfim têm seu próprio lugar.

As irmãs idosas fugiram de sua aldeia próxima de Gacko, no leste da Bósnia-Herzegovina, há cerca de 18 anos para escapar de um conflito étnico que causou a morte de dezenas de milhares de pessoas e deixou outras centenas de milhares deslocadas entre 1992 e 1995.

Elas desde então têm vivido quase sempre no centro coletivo de Gornja Kolonija em Jablanica, que já foi lar de mais de 1.500 deslocados internos. O local onde residiam foi finalmente fechado no mês passado e as últimas nove pessoas que moravam aí, incluindo Devla (65) e Mevzeta (70), foram transferidas para um novo bloco de quatro andares na cidade ribeirinha.

O novo prédio, que possui oito apartamentos, foi construído em terras cedidas pelo município de Jablanica. O ACNUR forneceu ajuda para encontrar local para esta construção como parte de um programa de integração para pessoas mais vulneráveis que não podem retornar para suas casas. No centro coletivo não havia água potável e estruturas de saneamento adequadas.

Devla e sua irmã Mevzeta estavam visívelmente satisfeitas com sua nova moradia livre de aluguel, onde contam com energia elétrica regular, água encanada quente e fria, uma cozinha moderna, sala de estar, quarto e banheiro. Mas o que mais as impressionou foram a privacidade e a segurança de que agora desfrutavam.

“Por nove anos nós moramos juntas em um quarto. Quando precisavamos usar o banheiro ou cozinhar alguma coisa, tinhamos que esperar os outros terminarem de usar as instalações compartilhadas. Nós nunca tivemos tempo para nós mesmas, nenhum espaço onde nos sentissemos confortáveis”, lembrou Devla.

No decorrer dos anos, o ACNUR vinha trabalhado com autoridades de Jablanica para encontrar soluções, incluindo de habitação social, para aqueles que permaneceram no centro coletivo, que foi montado como abrigo de emergência temporário para pessoas deslocadas a força.

Muitos dos últimos residêntes de Gornja Kolonija vieram do leste herzegovino, uma área do país que já presenciou graves abusos de direitos humanos e crimes de guerra. Todos são vulneráveis, idosos e outros não conseguem ganhar a vida. Alguns recebem pequenas pensões e dependem de subsidios municipais para pagar suas dívidas.

Naveed Hussain, Representante do ACNUR na Bósnia-Herzegovina, disse durante a inauguração do novo prédio que aquele projeto em Jablanica era “um excelente exemplo para outros municípios do que pode ser conquistado e quais passos devem ser tomados para prover às pessoas deslocadas a assistência de que estes urgentemente necessitam”.

Cerca de 113.000 pessoas permanecem deslocadas na Bósnia, incluindo 7.000 que vivem em centros coletivos, muitas vezes em condições precárias. O ACNUR continua tratando com autoridades de todos os níveis para encontrar soluções para os deslocados remanecentes.

Darragh Farrell em Jablanica, Bósnia-Herzegovina