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Assistência financeira a 30 mil refugiados sírios poderá ser sacada por meio de cartões bancários

Comunicados à imprensa

Assistência financeira a 30 mil refugiados sírios poderá ser sacada por meio de cartões bancários

Assistência financeira a 30 mil refugiados sírios poderá ser sacada por meio de cartões bancáriosA Agência da ONU para Refugiados ampliará até março a distribuição de assistência financeira para 30 mil refugiados sírios utilizando cartões bancários.
6 Fevereiro 2013

TRÍPOLI, Líbano, 6 de fevereiro de 2013 (ACNUR) – Depois de um bem sucedido projeto piloto, a Agência da ONU para Refugiados ampliará até março a distribuição de assistência financeira para 30 mil refugiados sírios utilizando cartões bancários.

O programa beneficiará os refugiados em situação mais vulnerável registrados pelo ACNUR. O dinheiro servirá para custear despesas diárias, incluindo alimentação, aluguel, transporte, combustível e vestuário, possibilitando aos refugiados buscarem sua autossuficiência.

Pelo projeto piloto implantado na última semana de janeiro, cada família recebeu US$ 150 mais um adicional de US$ 25 por membro da família. Pela ampliação do programa nas cidades de Tripoli e Akkar as famílias receberão em média US$240 por mês.

O valor mensal foi definido com base nos dados de uma pesquisa sobre custo de vida realizada durante a fase inicial do projeto. Por meio de uma parceria com um banco local, os refugiados poderão sacar seu dinheiro usando cartões magnéticos do tipo ATM (Automated Teller Machines, em inglês).

Os refugiados não precisam devolver o dinheiro. O programa permitirá que os sírios contribuam com a economia local, favorecendo a comunidade de acolhida e facilitando seu processo de integração.

A chegada de centenas de milhares de refugiados fez subir os preços e tornou a vida mais difícil para todos nas comunidades libanesas. Muitas famílias chegaram ao país sem nenhum recurso, enquanto outras gastaram toda sua economia nos primeiros meses de refúgio. Ao contrário da Turquia, Jordânia e Iraque, no Líbano não existem campos de refugiados, por isso tantos sírios precisam desta assistência para sobreviver nas cidades.

Os refugiados que participaram do projeto piloto aprovaram seu formato. "É incrível pensar que o programa do ACNUR nos dá tanta independência e liberdade", afirmou Salam, mãe de duas crianças. "Você tem ideia do que isto representa para alguém que perdeu tudo?", disse ela, acrescentando: "Dignidade – é o que o programa nos dá."

 

Os refugiados que precisam de assistência financeira foram identificados pelo ACNUR e seus parceiros – as visitas de campo são chave neste processo, juntamente com dados de registro, divulgação, mobilização comunitária e arranjos com autoridades locais.

Em um caso típico de vulnerabilidade, o ACNUR encontrou o sírio Talal vivendo com sua esposa e seis filhos no sótão de uma padaria em Beddawi, subúrbio de Trípoli. "Moramos aqui de graça. Não temos dinheiro para ficar em outro lugar", disse o sírio, agachado ao lado da única cama num canto do quarto escuro. Ele foi aconselhado a registrar-se no ACNUR, o que o tornaria elegível para receber a ajuda financeira.

Samar, uma viúva mãe de três filhos, tem vivido em uma casa precária em um dos bairros mais pobres de Trípoli desde junho do ano passado, quando deixou a cidade de Homs, na Síria. Ela relutava em deixar as duas filhas pequenas sozinhas em casa para buscar trabalho. Então, o filho mais velho, Ali, de 12 anos, sustenta a família com os US$ 20 semanais que recebe trabalhando como entregador.

"Meu coração fica apertado toda vez que ele sai para trabalhar", afirmou Samar, que foi incluída no projeto piloto de assistência financeira. Com a nova renda mensal da família, Ali não precisará mais trabalhar e poderá retomar os estudos. "Ali agora poderá se focar em sua educação, na Síria ele era o melhor aluno da classe”, disse a mãe orgulhosa e feliz.

Sem perspectiva de o conflito na Síria terminar, dezenas de milhares de pessoas continuam deixando suas casas em busca de segurança, 240 mil estão no Líbano. Mais de 720 mil sírios já foram registrados como refugiados ou aguardam a conclusão do registro nos países vizinhos à Síria.

Por Bathoul Ahmed em Trípoli, no Líbano.