Banco Mundial e ACNUR ampliam agenda conjunta no Brasil
Banco Mundial e ACNUR ampliam agenda conjunta no Brasil
Durante missão a Boa Vista e Pacaraima (RR), na última semana de março, representantes dos dois organismos internacionais concordaram em apoiar ações que identifiquem e atendam às necessidades das pessoas refugiadas e das comunidades anfitriãs.
De acordo com o documento assinado, o ACNUR e o Banco Mundial buscarão colaborar mutuamente na realização de atividades de combate à pobreza e aumento do bem-estar de refugiados e migrantes em situação de vulnerabilidade. A cooperação se dará por meio de assistência técnica e compartilhamento de conhecimentos e soluções inovadoras no contexto do deslocamento forçado, a fim de proporcionar o acesso a direitos e a inclusão econômica destas populações.
Juntas, a duas entidades almejam desenvolver modelos que possam ser replicados e ampliados no Brasil e em outros países da região para endereçar, a curto, médio e longo prazos, os desafios enfrentados pelas populações deslocadas, com foco em soluções que ampliem a eficácia das políticas públicas existentes.
“O Banco Mundial e o ACNUR vêm desenvolvendo juntos importantes estudos que mostram as oportunidades de crescimento para as economias locais associadas à chegada de refugiados e migrantes Venezuelanos. Continuaremos a aprofundar esse conhecimento e buscar soluções para alavancar o acesso a oportunidades de crescimento, tanto para economias locais como para esses novos cidadãos do Brasil”, afirma Johannes Zutt, diretor do Banco Mundial para o Brasil.
“Nos últimos anos, a frutífera parceria entre o ACNUR e o Banco Mundial alavancou o acesso de refugiados e comunidades de acolhida a oportunidades de inclusão socioeconômica. A partir da celebração deste acordo, esperamos alinhar ainda mais as nossas ações e avançar em outras pautas centrais para a proteção e integração da população refugiada no Brasil”, explica Davide Torzilli, representante do ACNUR no Brasil.
Além de assinar o memorando de entendimento, Zutt e Torzilli visitaram os abrigos da Operação Acolhida em Boa Vista e Pacaraima, na fronteira com a Venezuela, e tiveram agendas com autoridades municipais e estaduais.
Pesquisas conjuntas
Desde 2020, as equipes dos dois organismos têm trabalhado em colaboração para o desenvolvimento de produtos conjuntos no Brasil, especialmente na área de pesquisas e análise de dados.
Pesquisas conjuntas de alta qualidade sobre deslocamento forçado já levaram à proposta de métricas e indicadores sobre integração local de pessoas refugiadas e migrantes e avaliaram o efeito positivo do fluxo venezuelano no balanço fiscal em Roraima no curto prazo.
Além disso, uma terceira análise apontou que o fluxo venezuelano levou ao aumento do emprego no setor formal entre os brasileiros, sugerindo impactos distribuídos e a necessidade de políticas de emprego voltadas para mulheres e para a população mais vulnerável.