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"Beleza" traz confiança e esperança para refugiadas congolesas

Comunicados à imprensa

"Beleza" traz confiança e esperança para refugiadas congolesas

"Beleza" traz confiança e esperança para refugiadas congolesasAinda são poucos os clientes que aparecem no Beauty Salon da refugiada Rosette. No entanto, para sua dona o salão representa um sonho realizado.
15 Abril 2013

KAMPALA, Uganda, 15 de Abril de 2013 (ACNUR) – Ainda são poucos os clientes que aparecem no Beauty Salon, localizado no bairro pobre de Kisenyi, em Kampala. No entanto, para sua dona, a refugiada Rosette Wabenga, o salão representa um sonho realizado.

“Sou uma mulher de sorte por ter esse salão”, diz Wabenga, de 37 anos. “Não há palavras para expressar como sou grata ao ACNUR. Eles me ajudaram a alcançar esse sonho”, completa referindo-se ao pequeno empréstimo para alavancar negócios, disponibilizado pela Agência.

Ela enfrentou uma jornada angustiante para alcançar o modesto sucesso. “Tem sido uma jornada dolorosa, com muitos traumas e tristezas”, conta essa mãe de três crianças, enxugando uma lágrima. 

A última vez  que viu seu marido, um ativista político, ele estava sendo levado por homens armados que invadiram sua casa em Goma, no leste da República Democrática do Congo (RDC). Ele foi preso em 2006 e desde então ela não teve mais notícias dele.

“Havia tiros por todos os lados, então tive que sair correndo de casa com os meus filhos”, diz Wabenga, relembrado os eventos de sete anos atrás. Num golpe de sorte, ela conheceu um caminhoneiro que levou a família para Uganda. Ele os deixou numa igreja na periferia da capital doi país, Kampala.

“Eu estava muito perdida na nova cidade”, revela. “Sabia que só Deus poderia me salvar no caminho novo que comecei”. De uma pessoa de sua igreja ela recebeu informações corretas sobre o procedimento para reconhecimento da sua condição de refugiada.

Wabenga encontrou trabalho como garçonete, mas o salário não era suficiente para sustentar a família. “Na RDC eu era cabeleleira e em Uganda eu estava trabalhando como garçonete”, disse ela. “Não era o que eu queria, não era o meu sonho”.

Assim, ela decidiu procurar ajuda no InterAid, um serviço de acoselhamento, assistência legal e de saúde, financiado pelo ACNUR, que no ano passado ajudou sozinho mais de 19 mil refugiados. Eles foram receberam assistência em diversas áreas, desde o pedido de refúgio, a questões de apoio em caso de pessoas com necessidades especiais, além de educação e auxílio à moradia. 

Levou dois anos, mas Wabenga não desistiu. Todos os dias ela acordava as 6 da manhã e se dirigia ao escritório  do InterAid. “Acabei fazendo amigos entre o pessoal do escritório, além dos guardas e outros refugiados”, afirmou. “Eu sabia o que queria (abrir o salão) e não iria desistir”.

Depois de tudo o sofreu na RDC, Kampala não se mostrou mais segura como esperava. Em 2010, Wabenga foi sequestrada por três homens, jogada em um carro e levada para longe. Tudo o que ela se lembra é de acordar num hospital em Kampala, os médicos a disseram que ela tinha sido estuprada. Seus agressores nunca foram encotrados.

O InterAid “colocou minha vida de volta nos aos trilhos, quando achei que não poderia continuar”, disse ela referindo-se à assistência que a agência a proveu.

Por fim ela apresentou uma proposta de negócio e recebeu um empréstimo inicial de US$ 320 pela InterAid, com os quais foi possível abrir seu o Beauty Salon, seu salão de beleza. Lá, ela não só trança cabelos, mas também dá treinamentos a outros profissionais, como parte de um programa de capacitação do InterAid e do ACNUR. Além de permitir que ela trabalhasse na área, o salão de Wabega trouxe outros benefícios.

“Ganhei muito respeito dos vizinhos e da comunidade”, diz Wabenga orgulhosa. “Eles sabem de onde vem meu dinheiro e me apoiam também. Um dia terei muito sucesso com meu trabalho”.

Por Sophie Namugenyi, em Kampala, Uganda.