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Cai ritmo do deslocamento interno no Iraque

Cai ritmo do deslocamento interno no Iraque

31 Março 2008

Brasília, 01 de abril de 2008 - Relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) sobre a situação do Iraque divulgado hoje em Genebra revela que o ritmo do deslocamento de pessoas afetadas pelo conflito diminuiu dentro do território iraquiano, se comparado aos dois anos anteriores.

Segundo a porta-voz do ACNUR, Jennifer Pagonis, essa nova dinâmica do deslocamento interno no Iraque se deve a diferentes fatores, como a diminuição dos incidentes de segurança, o esgotamento de recursos financeiros por parte das pessoas afetadas,  a restrição à liberdade de movimento em partes do território iraquiano. Campanhas informativas nos meios de comunicação e o surgimento de  comunidades, distritos e vizinhanças mais homogêneas também contribuíram para este novo cenário.
 
Mesmo assim, 2,7 milhões de iraquianos continuam deslocados dentro do próprio país, sendo que 1,2 milhão deslocou-se antes de 2006 e os restantes 1,5 milhão entre 2006 e 2007 - menos de 1% deslocou-se este ano.

O relatório do ACNUR revela também que mais de 1 milhão de iraquianos deslocados internamente necessita de abrigo adequado e comida. Cerca de 300 mil indivíduos não têm acesso à água limpa e precisam de assistência legal para que possam ter acesso aos serviços básicos. Além disso, mais de um milhão não possui uma renda regular.

Apesar da redução no ritmo dos deslocamentos internos, um novo movimento surge em Bagdá. Muitos iraquianos que decidiram voltar ao país no final do ano passado - geralmente depois de esgotarem seus recursos finaceiros - tornaram-se deslocados internos novamente, já que suas propriedades haviam sido destruídas, saqueadas ou ocupadas. Aproximadamente 40% dos deslocados internos na região fugiram devido às ameaças diretas ou depois de serem despejados de suas casas, enquanto entre 10% e 17% fugiram devido à violência generalizada e ao medo.

Até o momento, não houve um movimento de retorno em larga escala e o atual número de deslocados internos e refugiados retornados continua incerto. De acordo com as últimas cifras divulgas pelo Ministério do Deslocamento e Migração do Iraque, cerca de 6 mil famílias deslocadas internamente retornaram para sua regiões de origem - o que representa 2% dos deslocados internos pós-2006 -, enquanto aproximadamente 45 mil refugiados iraquianos retornaram da Síria em 2007.

Entre as razões do retorno estão as péssimas condições nas áreas onde se encontravam, falta de recursos adequados ou fim de suas reservas financeiras, reconciliações tribais e relatos de melhora nas condições de segurança das áreas de origem. A maioria dos retornados dirige-se para locais onde suas comunidades representam a maioria da população e que geralmente não são suas cidades de origem.

Em janeiro, o ACNUR pediu US$ 261 milhões à comunidade internacional para suas operações no Iraque, mas até o momento recebeu apenas pouco mais de um terço do total. Este ano, a agência está focando seu trabalho na assistência a 400 mil dos deslocados internos mais vulneráveis. Os programas incluem proteção e assistência legal, atendimento psicológico, entre outros.