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Chefe do ACNUR destaca papel fundamental de pacificadores

Comunicados à imprensa

Chefe do ACNUR destaca papel fundamental de pacificadores

Chefe do ACNUR destaca papel fundamental de pacificadoresFilippo Grandi parabeniza presidente colombiano por Prêmio Nobel da Paz e saúda a recomendação de António Guterres para desempenhar cargo mais alto pela defesa da paz mundial.
10 Outubro 2016

GENEBRA, 10 de outubro – O Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi, elogiou a “coragem política” do presidente colombiano Juan Manuel Santos, que ganhou na sexta-feira (07) o Prêmio Nobel da Paz e saudou a recomendação de António Guterres para exercer o principal cargo pela defesa da paz do mundo. 

Em seu discurso no encerramento da reunião anual do Comitê Executivo da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) em Genebra, Grandi enalteceu o comprometimento extraordinário por parte do governo de Santos, das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e da sociedade civil para trazer a paz ao país sul-americano que ele visitou no início deste ano.

“O que vi em campo foi um comprometimento extraordinário por parte do governo, das FARC e da sociedade civil para realizar este trabalho”, disse Grandi sobre o acordo de paz, que foi rejeitado pelos colombianos em um plebiscito realizado no dia 02/10.

Somente por meio do processo de paz o deslocamento interno na Colômbia pode ser debatido e solucionado.

“Depois de ter testemunhado esse comprometimento, tenho certeza que o atual impasse político será superado, e que o presidente Santos, seu governo e seus companheiros nesse acordo de paz irão manter o foco e avançar”, disse.

Grandi observou que a Colômbia tem a maior população de deslocados internos do mundo, cerca de sete milhões de pessoas, e disse que “apenas por meio do processo de paz é que esse problema pode ser debatido e solucionado. Assim, mais uma vez, os meus sinceros parabéns para um processo de paz que essencialmente reconhece coragem política”.

Em seu discurso a jornalistas no Palácio das Nações na sexta-feira (07), Grandi disse que também estava “muito entusiasmado” pela indicação do ex-chefe do ACNUR, António Guterres, para o cargo de próximo secretário-geral das Nações Unidas.

Durante seus 10 anos à frente do ACNUR, Guterres lidou com uma das maiores crises de refugiados do mundo, incluindo o deslocamento de milhões de pessoas da Síria, Iraque e Sudão do Sul.

“É maravilhoso que o cargo mais alto pela defesa da paz, o principal diplomata do mundo - cuja principal tarefa será enfrentar esses terríveis conflitos que assolam nosso mundo - seja ocupado por alguém que conhece tão de perto as terríveis consequências da guerra para os seres humanos”.

A coletiva de imprensa marcou o final da reunião anual de representantes de 98 Estados que compõe o Comitê Executivo do ACNUR.

Nesse fórum, Grandi fez um apelo para que haja um maior compartilhamento de responsabilidade entre os países ricos para que eles possam oferecer respostas eficazes para os deslocamentos causados por guerras e perseguições em todo o mundo.

Ele observou que a maioria dos 65,3 milhões de pessoas deslocadas à força no mundo, a maioria em consequência de guerras em países como Síria e Sudão do Sul, estão vivendo atualmente em países mais pobres, muitos deles seus vizinhos.

“Os países pobres precisam que os países ricos compartilhem mais  responsabilidades.”

“Os países pobres precisam que os países ricos compartilhem mais responsabilidades de diferentes formas, sejam elas por meio de mais contribuições financeiras, reassentamentos ou de outras vias legais, ajudando a encontrar mais soluções para esses refugiados”, disse Grandi.

A reunião de quatro dias terminou na noite de quinta-feira (06). Em suas considerações finais, Grandi destacou a real necessidade de que o “comprometimento com a proteção permaneça como o pilar central do engajamento do ACNUR, na medida em que redobramos nossos esforços em busca de abordagens mais robustas, sistemáticas e abrangentes”. 

Ele destacou os principais compromissos assumidos na Declaração de Nova York adotada por 193 países-membros da ONU no mês passado e disse que o ACNUR agora procura aplicar o novo plano de respostas (Comprehensive Refugee Response framework, em inglês) com urgência, responsabilidade e firmeza”.

“O plano tem um enorme potencial - para uma resposta com maior grau de previsibilidade, mais sistemática e interligada, moldada por princípios e normas de proteção - desde que o comprometimento e a vontade política, que têm sido articulados ao longo das últimas semanas, possam ser traduzidos em ações concretas”.

Para enfrentar esses desafios, o Alto Comissário mencionou em seu discurso diversas áreas principais de enfoque estratégico para orientar seu planejamento ao longo dos próximos cinco anos, o qual ele observou que foi apoiado pelo fórum.