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Chefe do ACNUR elogia trabalhadores humanitários que enfrentam crises múltiplas

Comunicados à imprensa

Chefe do ACNUR elogia trabalhadores humanitários que enfrentam crises múltiplas

19 Agosto 2020
Yumiko Takashima, chefe do escritório do ACNUR em Aleppo, Síria, se reúne com crianças em uma escola na vila de Kurayhah em julho de 2019. © ACNUR / Antwan Chnkdji

O Alto Comissário do ACNUR, Filippo Grandi, elogiou o "profundo compromisso" demonstrado pelos trabalhadores humanitários durante um ano em que a pandemia de COVID-19 tirou a vida de quatro colegas do ACNUR e tornou "significativamente mais difícil (...) apoiar as pessoas necessitadas".

Em uma mensagem aos funcionários para marcar o Dia Mundial Humanitário, Grandi elogiou os trabalhadores da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), lembrando os colegas - e um trabalhador de organização parceira - perdidos em decorrência da pandemia. Ainda, homenageou a memória dos trabalhadores humanitários em todo o mundo que morreram enquanto serviam aos outros.

“Hoje fazemos uma pausa para lembrar de todos os colegas do ACNUR e trabalhadores humanitários cujas vidas foram tiradas no decorrer de seu trabalho humanitário”, disse Grandi. “Também saudamos a coragem de nossos colegas que continuam a servir em circunstâncias difíceis, muitas vezes inseguras, em todo o mundo.”

Grandi apontou para o ataque “bárbaro” há apenas duas semanas no oeste do Níger, durante o qual um grupo de homens matou a tiros sete trabalhadores humanitários da ACTED e da IMPACT, organizações com as quais o ACNUR trabalha em colaboração, durante uma visita à reserva de vida selvagem de Kouré. O guia nigeriano do grupo também foi morto.

Grandi enviou uma mensagem para toda a equipe do ACNUR no mundo enquanto realiza missão no Líbano, onde está em uma visita de quatro dias para apoiar os afetados pelas explosões devastadoras há duas semanas em Beirute. As explosões mataram mais de 220 pessoas (incluindo pelo menos 13 refugiados), feriram mais de 6.500 e desalojaram cerca de 300.000 pessoas de suas casas. Muitas pessoas permanecem desaparecidas.

Veja também: Alto Comissário do ACNUR visita o Líbano; agência aumenta o apoio aos libaneses e refugiados

Em 2019, 125 trabalhadores humanitários foram mortos, 234 feridos e 124 sequestrados, de acordo com o Aid Worker Security Database. Como em 2018, a maioria dos grandes ataques ocorrem na Síria, seguida pelo Sudão do Sul, República Democrática do Congo, Afeganistão e República Centro-Africana. No entanto, a violência continua se espalhando. Tanto no Iêmen quanto o Mali, ataques contra trabalhadores humanitários dobraram no ano passado.

No ano passado, nenhum colega do ACNUR foi morto em “atos maliciosos ou incidentes de segurança”, disse Grandi. No entanto, um em cada seis colegas do ACNUR trabalhava em postos de trabalho de “alto risco”, operando em cidades, vilas e aldeias afetadas pela violência, guerra e perigos relacionados ao clima.

“Quero prestar homenagem a eles e também à equipe de segurança de campo do ACNUR, cuja experiência e compromisso são essenciais para assumir riscos e permitir que nossas equipes possam fornecer proteção e assistência vitais”, disse Grandi.

A Assembleia Geral das Nações Unidas estabeleceu o Dia Mundial Humanitário em 2008 para homenagear 22 trabalhadores humanitários que morreram no bombardeio de 2003 ao Canal Hotel em Bagdá, sede da ONU no Iraque. O Representante Especial do SecretárioGeral da ONU para o Iraque, Sergio Vieira de Mello, morreu na explosão.

A Vice-Alta Comissária do ACNUR, Kelly Clements, colocou esta manhã uma coroa de flores no memorial em Genebra para homenagear os trabalhadores do ACNUR que perderam suas vidas enquanto serviam os mais necessitados.

Este ano, a campanha das Nações Unidas para o Dia Mundial Humanitário presta uma homenagem especial às pessoas que fornecem “apoio vital” às pessoas afetadas pela pandemia da COVID-19.

Funcionários do ACNUR fornecem serviços de saúde, saneamento e higiene para refugiados e outras pessoas ao redor do mundo e trabalham com governos para garantir que os países incluam refugiados em seus planos de preparação e resposta à COVID-19. Os refugiados também provaram ser essenciais para retardar a propagação do vírus. Muitos trabalham na linha de frente como profissionais de saúde. Outros costuram máscaras, fazem sabão, entregam alimentos e suprimentos a idosos ou compartilham informações com suas comunidades locais sobre medidas preventivas.

Veja também: Sete refugiados que estão fazendo a diferença durante a pandemia de Covid-19

A pandemia exacerba situações já difíceis para muitos colegas do ACNUR em todo o mundo que trabalham longe da família e dos amigos, disse Grandi. As restrições de viagens tornam difícil ou impossível para muitos visitar seus entes queridos, se recuperar após tarefas árduas ou até mesmo ter acesso a cuidados de saúde de qualidade.

“Os próximos meses, sem dúvida, trarão momentos mais difíceis à medida que a pandemia continua a se desenrolar. No entanto, estou confiante de que continuaremos a reunir o espírito de resiliência, flexibilidade e compromisso que moldou a identidade do ACNUR ao longo de sua história, à medida que continuamos a enfrentar os desafios que temos pela frente.”