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Cidades brasileiras expõem boas práticas de integração de refugiados em evento global do ACNUR

Comunicados à imprensa

Cidades brasileiras expõem boas práticas de integração de refugiados em evento global do ACNUR

29 Setembro 2021
Representante do ACNUR no Brasil, Jose Egas firma um termo de doação de materiais com a Secretária de Direitos Humanos e Cidadania da cidade de São Paulo, Claudia Carletto, em 2020. ©ACNUR/Miguel Pachioni
São Paulo, 28 de setembro de 2021 (ACNUR) – Na semana passada (22/09), a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) promoveu o seminário “Cidades e suas contribuições para o Pacto Global sobre Refugiados”, em parceria com instituições de governanças locais e outras agências da ONU. Com a proposta de apresentar boas práticas de acolhida e integração de pessoas refugiadas por parte dos municípios, cinco cidades brasileiras participaram das discussões sobre temas que atuam mais diretamente, além de outros serviços que promovem em benefício das pessoas que buscam proteção internacional no Brasil.

A cidade de São Paulo (SP) apresentou seus mecanismos legais vigentes para a integração local e coesão social para refugiados e migrantes que vivem na capital paulista. A cidade está na vanguarda do programa de interiorização de venezuelanos no Brasil, contando com a acolhida de refugiados e migrantes de outras tantas nacionalidades, cujas demandas estão contempladas no Plano Municipal de Políticas para Imigrantes, construído de forma participativa e que visa integrar plenamente as pessoas de outras nacionalidades nos serviços ofertados pelo município.

Já Manaus (AM) expôs seus conhecimentos e aprendizados dentro da perspectiva de abrigamento da população refugiada e migrante, em face do expressivo fluxo de pessoas venezuelanas que vivem na capital amazonense. Em esforços conjuntos, o ACNUR, a Secretaria para Mulher, Assistência Social e Cidadania (SEMASC) e a Cáritas Manaus têm apoiado famílias indígenas, garantindo condições dignas e acesso às necessidades básicas para as famílias em seus novos domicílios pós-abrigamento.

As cidades de Campinas e Guarulhos, ambas no estado de São Paulo, apresentaram suas intervenções para a proteção da população refugiada. Campinas destacou os serviços prestados pelo centro de referência, serviço vinculado à pasta de Promoção da Igualdade Racial da Secretaria de Direitos Humanos, atendendo refugiados e migrantes na orientação, encaminhamento e acompanhamento para serviços nas áreas de proteção aos direitos humanos e sociais. Guarulhos, por sua localização e estrutura, destacou o Posto Avançado de Assistência Humanizada ao Refugiado e Migrante, cujo objetivo é receber pessoas no Aeroporto Internacional de Guarulhos, identificando possíveis vítimas do tráfico de pessoas.

A experiência apresentada por Nova Iguaçu, município da baixada fluminense, condiz com o acolhimento e acompanhamento de indígenas venezuelanos da etnia Warao. O município elaborou um plano de emergência que propunha atendimento e garantia de direitos com acesso à assistência social, promovendo a inclusão desse grupo no Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF).A Secretaria Municipal de Assistência Social (SEMAS) busca incluir essa população nos serviços e programas municipais de habitação, educação e cuidados de saúde, por meio de uma abordagem sensível que respeita seus valores culturais e tradicionais dessa população.

A relevância das cidades no contexto de acolhida e integração de pessoas refugiadas

As cidades representam um dos parceiros mais importantes do ACNUR no Brasil e no mundo. Sete em cada dez refugiados e deslocados internos vivem em centros urbanos, em busca de segurança, oportunidade econômica, perspectivas de autossuficiência e capacidade de desenvolvimento.

“O Pacto Global sobre Refugiados do ACNUR reconhece a contribuição vital das cidades e autoridades públicas locais na criação e consolidação de ambientes de proteção para refugiados que buscam proteção internacional e meios de contribuir para o desenvolvimento dos centros que os acolhem”, afirma Jose Egas, Representante do ACNUR no Brasil.

Prefeitos, servidores municipais e autoridades locais continuam a desenvolver e aperfeiçoar estratégias e ferramentas para oferecer proteção e assistência eficazes às pessoas refugiadas e migrantes, com inúmeros exemplos de boas práticas – como os mencionados acima.

Muitas cidades incluem refugiados no escopo do planejamento de seus serviços públicos e encontram maneiras inovadoras de apoiá-los no desenvolvimento de soluções pragmáticas para os desafios. As cidades também desempenham um papel importante na facilitação de atividades comunitárias que abrangem a diversidade e promovem a inclusão e a coesão social.

“O ACNUR só pode atingir os objetivos do Pacto Global sobre os Refugiados com o envolvimento e apoio de entes públicos e privados, da academia e de instituições interessadas em promover, com dignidade e respeito, oportunidades que conduzem com os saberes e experiências que os refugiados trazem consigo”, afirma Egas.

O Pacto Global sobre Refugiados

Em 17 de dezembro de 2018, a Assembleia Geral das Nações Unidas afirmou o Pacto Global sobre Refugiados, após dois anos de extensas consultas conduzidas pelo ACNUR com Estados Membros, organizações internacionais, refugiados, sociedade civil, setor privado e especialistas.

O Pacto Global sobre Refugiados é uma estrutura para uma divisão de responsabilidades mais previsível e equitativa, reconhecendo que uma solução sustentável para as situações de refugiados não pode ser alcançada sem cooperação internacional e entre os diferentes setores públicos e privados.

Ele fornece um plano para governos, organizações internacionais e outras partes interessadas possam promover que as comunidades anfitriãs recebam o apoio de que precisam e que os refugiados possam levar uma vida produtiva e com autonomia de suas decisões.

Na visão do ACNUR, trata-se de uma oportunidade única para transformar a forma como o mundo responde às situações das pessoas refugiadas, beneficiando-as diretamente, assim como as comunidades que as acolhem, atuando no marco de quatro objetivos principais: diminuir a pressão em países de acolhimento; aumentar a autossuficiência dos refugiados; expandir o acesso a soluções de países terceiros; e apoiar condições nos países de origem para retorno com segurança e dignidade.

As iniciativas municipais em prol da acolhida e integração de pessoas refugiadas dialoga com o Objetivo do Desenvolvimento Sustentável (ODS) #11, referente a construção de cidades e comunidades sustentáveis, mais inclusivas, seguras e resilientes.