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Com apoio local, refugiado afegão reconstrói vida no Paquistão

Comunicados à imprensa

Com apoio local, refugiado afegão reconstrói vida no Paquistão

21 Fevereiro 2020
Mohammad Azeem, 27, vende especiarias em sua loja no mercado da Praça Al-Asif, em Karachi © ACNUR/Roger Arnold

Em uma esquina de um mercado movimentado no sul do Paquistão, Mohammad Azeem passa os dedos por um barril de páprica vermelha brilhante. Ele sorri. Suas especiarias estão vendendo bem hoje.


Por anos, Mohammad foi um refugiado afegão sem acesso ao sistema bancário. Como consequência, foi forçado a contar com amigos para fazer cheques e manter seu dinheiro seguro. Agora os negócios estão crescendo depois que novas leis lhe permitiram abrir uma conta bancária no ano passado.

“Antes, eu negociava apenas em dinheiro”, diz, na pequena barraca que ele administra na praça Al-Asif, em Karachi, sul do Paquistão.

“É perigoso guardar dinheiro em casa. Ter uma conta bancária é realmente importante. Depositamos dinheiro na conta e, em seguida, podemos sacar no caixa eletrônico. Lá o dinheiro está seguro. Isso nos ajudou.”

“Antes, eu negociava apenas em dinheiro”

Quase 40 anos após o início do conflito no Afeganistão, Mohammad está entre os 2,7 milhões de refugiados afegãos registrados que vivem fora de sua terra natal. Cerca de 90% vivem no Paquistão e Irã, países vizinhos.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, o Alto Comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, e o primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan, participaram de uma conferência de dois dias em Islamabad. O objetivo era buscar mais solidariedade e divisão de responsabilidade para endereçar a situação dos refugiados afegãos.

Por quatro décadas, o Paquistão trabalhou para incluir refugiados em seus sistemas nacionais de educação e saúde, bem como aumentar o apoio prestado às comunidades anfitriãs.

 

Em fevereiro de 2019, o Paquistão também permitiu que refugiados afegãos como Azeem abrissem contas bancárias, dando a eles acesso a formas mais seguras de gerir suas finanças enquanto estão no exílio.

Entre os beneficiários está o refugiado afegão Sifat Ullah, 23 anos, que trabalhou como aprendiz de costura por seis anos, antes de abrir sua própria loja de tapetes.

Antes, ele dependia totalmente de dinheiro em espécie e precisava pedir emprestado ao chefe para angariar capital para seus negócios. Agora, com uma conta bancária, Sifat pode fazer pagamentos regulares ao credor e poupar para o futuro.

“Era difícil encontrar o dinheiro”, diz. “Agora posso pagar os fornecedores e sustentar minha família.”

A conferência em Islamabad, realizada nos dias 17 e 18 de fevereiro, questionou o que outros países podem aprender com o compromisso do Paquistão. Também esclareceu as condições necessárias para que os refugiados afegãos retornem voluntariamente para seu país.