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Com buscas suspensas, esforços concentram-se nos sobreviventes da tragédia com um barco em Lampedusa

Comunicados à imprensa

Com buscas suspensas, esforços concentram-se nos sobreviventes da tragédia com um barco em Lampedusa

Com buscas suspensas, esforços concentram-se nos sobreviventes da tragédia com um barco em LampedusaOs esforços de resgate na ilha de Lampedusa, ao sul da Itália, estão agora focados na assistência aos sobreviventes do naufrágio de um barco, ocorrido ontem.
4 Outubro 2013

ROMA, Itália, 4 de outubro de 2013 (ACNUR) – A Agência da ONU para Refugiados disse nesta sexta-feira que os esforços de resgate na ilha de Lampedusa, ao sul da Itália, estão agora focados na assistência aos sobreviventes do naufrágio de um barco, ocorrido ontem. Vindos de países no norte da África, os passageiros tentavam chegar à Europa.

"Um colega em com quem falamos há pouco disse que existem 155 sobreviventes. Com exceção de um deles, que é da Tunísia, todos os outros são da Eritreia", afirmou a porta-voz do ACNUR, Melissa Fleming nesta sexta-feira.

Um funcionário do ACNUR em Lampedusa disse que as buscas foram interrompidas por causa da agitação do mar. Os corpos de 111 mortos foram resgatados. Como a embarcação afundou e, segundo informações, ela levava cerca de 500 passageiros, o temor é que muitos corpos ainda estejam presos nos destroços. Fleming disse que entre os sobreviventes estão 40 meninos desacompanhados, entre 14 e 17 anos, e seis mulheres. "Eles estão exaustos e em estado de choque. Os desaparecidos podem estar presos nos destroços do barco. É possível que as pessoas que morreram não soubessem nadar ou tiveram dificuldades para sair do barco por causa da lotação."

Os sobreviventes estão abrigados em um centro de recepção em Lampedusa, já superlotado pela presença de outras mil pessoas que chegaram de barco à ilha recentemente. O ACNUR está discutindo com as autoridades italianas os detalhes da transferência destas pessoas para outros abrigos.

"O ACNUR encontrará hoje os sobreviventes para fornecer informações sobre os procedimentos para solicitação de refúgio. Outros funcionários estão vindo de Roma, e psicólogos da Cruz Vermelha também farão a assistência a eles", disse a porta-voz do ACNUR.

De acordo com os sobreviventes, o barco em que viajavam saiu da Líbia há treze dias levando 500 pessoas. Muitas delas embarcaram em Misrata, outras se juntaram ao grupo mais a oeste, em Zuwara. O motor do barco parou de funcionar nesta quinta-feira, assim que ele se aproximou da costa italiana.

Eles esperavam ser identificados e resgatados, mas diversos barcos pesqueiros se negaram a prestar socorro. Os tripulantes atearam fogo a roupas e cobertores para atrair atenção. A embarcação foi finalmente notada por um barco turístico que enviou um alerta, e a guarda costeira italiana foi ao seu resgate.

O Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados, António Guterres, comentou: "Existe algo essencialmente errado para que pessoas precisem se arriscar em jornadas perigosas como esta. Esta tragédia deve servir para acordar o mundo. É necessário haver uma cooperação internacional mais efetiva, incluindo o desmantelamento de redes de atravessadores e a proteção das vítimas. Isto mostra o quão importante é para os refugiados terem canais legais para acessar os territórios onde podem encontrar proteção."

Ainda nesta sexta-feira, durante as considerações finais do encontro anual do Comitê Executivo do ACNUR, Guterres reiterou a mensagem e lamentou a ausência de mecanismos para evitar este tipo de tragédia. "O que me deixa profundamente frustrado é que não existem instrumentos reais que permitam àqueles que precisam de proteção chegar a lugares seguros sem que precisem recorrer, em muitas circunstâncias, aos canais de tráfico e contrabando que os submetem a terríveis violações de direitos humanos."

O Alto Comissário chamou os países a “se unirem para encontrar meios efetivos de combater o contrabando e o tráfico de pessoas, assim como outras ações criminosas, que promovem horrores como o que estamos testemunhando. E que também encontrem mecanismos de proteger as vítimas e permitam que todos tenham acesso a lugares onde estarão seguros, sem que precisem arriscar suas vidas e sofrer tamanha violação de direitos humanos."

Veja no mapa o lugar desta tragédia

Para mais informações:

Em Genebra, Melissa Fleming no celular +41 79 557 9122
Em Genebra, Adrian Edwards no celular +41 79 557 9120
Em Genebra, Dan McNorton no celular +41 79 217 3011
Em Roma, Federico Fossi no celular +39 331 635 55 17
Em Roma, Barbara Molinario no celular +39 338 546 2932